#Capítulo Treze:

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O sol queima minhas pernas expostas pra fora do guarda sol, sinto a textura escapar sobre meus dedos quando afundo meus pés na areia

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O sol queima minhas pernas expostas pra fora do guarda sol, sinto a textura escapar sobre meus dedos quando afundo meus pés na areia. Me acomodo melhor sobre a canga no chão, encostando no peitoral de Felipe, que está sentado atrás de mim, sendo meu apoio, e abraça minha cintura.

— Eu realmente precisava disso. — Suspira relaxado, aproveito a posição para beijar sua bochecha, noto que não sinto um gosto salgado.

— Você não passou protetor solar no rosto. — Acuso, arqueando a sobrancelha, ele abre um sorriso amarelo, como uma criança que foi pega no flagra.

— Esqueci.

Não consigo conter uma risada baixa, e estico o braço sem sair do lugar, pegando o protetor dentro da minha bolsa. Mudo de posição, ficando frente a ele, derramo o produto nos dedos, e espalho em sua face, tateando suas expressões. Seus olhos não me deixam por nenhum momento, acompanhando todos meus movimentos, suas íris brilhantes me desconcentram, mas me controlo até terminar de passar, recebendo um selinho.

— Pronto, agora você não se queima. — Digo, ele sorri.

— Que bonitinho você cuidando de mim.

Retribuo o sorriso, entrelaçando meus braços em seu pescoço, sua boca a poucos centímetros de distância da minha.

— Queimar um rosto lindo desse jeito é pecado.

Ele une nossos lábios, sorrindo entre o beijo. O dia passou rápido, ficamos na praia até a hora do almoço, comemos em uma pensão e voltamos pra casa, nos jogamos na cama depois de banhados com o ar ligado. Dormimos a tarde toda, acordei a noite com Felipe beijando meu rosto carinhosamente, dizendo para eu me arrumar que me levaria para jantar. Meu estômago logo deu sinal de vida, então me apressei tomando um banho. Confesso que demorei um pouco na escolha da roupa, estava decidida em impressionar meu namorado, e eu sei que não deveria estar preocupada com opiniões, principalmente de homem, Yasmin me mataria agora, mas parte de mim gosta de seus olhares expressivos e seus elogios sinceros, então se posso me sentir sexy e bonita e surpreender um certo garoto, porque não matar dois coelhos em uma cajadada só?

Depois de muita indecisão acabei escolhendo um vestido tubinho verde pastel com laços ajustáveis ao lado, realçando minhas curvas, e nos pés um tênis all star branco. Deixei meu cabelo ao natural, o loiro ondulado, quase dourado, destacava a delicada gargantilha de ouro em meu pescoço, compondo com as argolas pequenas do mesmo material em minhas orelhas. No rosto fiz uma maquiagem básica, nada muito pesado, e escolhi uma bolsa branca antes de me perfumar e deixar o quarto em direção a sala. Felipe estava pronto, sentado no sofá mexendo no celular a minha espera, quando me aproximei e minha presença foi notada, seu olhar me fitou de cima abaixo e sorriu apaixonante, me roubando as batidas do coração. Ele esticou a mão, a segurei e ele me girou lentamente, analisando-me, fiz uma pose exibida, lhe arrancando uma risada.

— Eu devo ter sido um santo em outra vida pra ser recompensado com uma deusa dessa.

Mordo os lábios, em uma tentativa falha de impedir meu rosto de corar.

— Você também não é de se jogar fora.

— Eu sei que sou maravilhoso, obrigado. — Ele dá uma volta com as mãos na cintura, imitando minha pose exibido.

Gargalho alto, cruzando os braços.

— Modesto também.

Ele sorri, aproximando nossos corpos, segurando minha cintura.

— Eu diria sincero.

Selamos os lábios rapidamente antes de deixarmos a casa. Não pegamos o carro, então supus que seria perto. Atravessamos a rua, agora na calçada da praia, e caminhamos de mãos dadas até um quiosque um pouco afastado. Sua construção era de madeira, igual a maioria das casas por aqui, com grandes janelas de vidro, e mesas tanto do lado de fora como dentro. O lugar estava cheio, nos sentamos em uma das mesas do lado de fora, observando as ondas quebrarem e acolhidos pela brisa agradável. Felipe acariciava minha mão unida a sua sobre a mesa, descansei meu cotovelo sobre o móvel e apoiei a cabeça, observando o homem a minha frente, cada detalhe. Seus olhos esverdeados lendo o cardápio entretido, os cabelos negros descendo como cascatas pela nuca, suas pintas no pescoço, atraindo meus lábios incessantemente. Suspiro contemplada, pensando que eu sou a sortuda aqui, e isso atrai sua atenção, tirando seus olhos da caderneta para encontrar os meus.

— Tudo bem? — Pergunta.

Sorrio satisfeita, totalmente hipnotizada por ele.

— Tudo ótimo. — Ele sorri sem mostrar os dentes, os olhos brilhando em felicidade pela admiração mútua, e volta a atenção ao cardápio.

Chamamos o garçom e pedimos nossos pratos, a espera da comida foi preenchida por taças de vinho e risadas escandalosas por conversas triviais. Viro mais um gole da bebida, mudando minha atenção para a praia, o mar refletindo a lua minguante. Era relaxante, reconfortador. Faz tanto tempo que não me sinto tão em paz assim, tão segura. Minha mente pode enfim descansar, sem me preocupar com o perigo constante que se escondia nas sombras.

— O que te atormenta? — Sou retirada de meus pensamentos por Felipe, me fitando enquanto molha os lábios com o álcool.

Repuxo o canto da boca em um sorriso pequeno, dedilhando a borda da taça, contornando-a.

— É exatamente o contrário. — Levanto os olhos, encontrando os seus. — Nada me atormenta mais.

Ergo a taça, não quebrando nosso contato visual. Ele sabe ao que me refiro. Felipe sorri gentil, erguendo seu copo.

— Ao futuro. — Ele diz cauteloso, meu coração se aquece. — E ao nosso proveitoso final de semana. — Sorri malicioso, acompanhado de uma piscadinha.

Abro a boca, desacreditada, o encarando incrédula, e rio em seguida, balançando a cabeça em negação.

— Você sempre tem que estragar um momento fofo dizendo algo pervertido, não é mesmo?

Acuso, ele da de ombros, com um sorriso largo no rosto.

— É um dom.

Reviro os olhos divertida e brindamos, bebendo o líquido alcoólico em seguida. Naquela noite terminamos deitados sobre a areia observando a lua enquanto dividimos um copo de açaí e conversávamos sobre a vida. Viramos a noite estirados na praia, compartilhando segredos, como duas almas conectadas, e senti um peso sair das minhas costas, um peso que a tanto tempo carregava sozinha.

O peso de poder dividir minha vida com alguém.

O peso de poder dividir minha vida com alguém

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AMOR NO ALEMÃO [MORRO] #1Onde histórias criam vida. Descubra agora