Gold (O Projeto Zodíaco)

Capítulo 3: Terminais Nervosos

O entusiasmo de Jodie era contagiante e a forma como ela reagia a possível liberdade era inspiradora. A garota mordia nervosamente o lápis enquanto rabiscava fórmulas e palavras chaves, todas conectadas de forma coerente enquanto Leo escrevia freneticamente no quadro branco, as suas fórmulas e teorias, todas desconexas e embaralhadas, com uma força desnecessária na mão. Em algum momento ele lança o apagador no chão e comemora eufórico, Jodie se virou para encara-lo, confusa e curiosa. Fazia tempo que o homem não usava seus conhecimentos físicos para algo produtivo e aquilo estava fazendo-o ficar extasiado.

- Como é que você disse? Eureca! - Leo disse rindo enquanto apontava os rabiscos da lousa que milagrosamente Jodie entendeu.

- Eu disse Excelsior, mas eureca serve. - Jodie disse pegando o canetão da mão dele, ela observou, leu, e só depois abriu um sorriso grandioso. - É isso! São seus neurônios que transmitem o ouro líquido para as áreas sensoriais e quando em contato com o oxigênio impuro do ar, se torna sólido.

- O que significa que não são minhas mãos que transformam as pessoas em ouro. - Leo acrescentou algo a fórmula. - São os principais terminais sensoriais.

- São suas digitais.

Os dois se encaram triunfantes e Jodie estende a mão, protegida pelas luvas, para o homem, que a cumprimenta fazendo uma breve reverência.

- Acredito que esse momento ainda não tenha ocorrido. - Leo disse ainda segurando a mão dela, era reconfortante o calor humano transmitido pela mesma. - Mas é um prazer conhecer e trabalhar com você, doutora.

- O prazer é todo meu, doutor. - Ambos sorriram, o momento durou segundos, mas para Leo pareceu bem mais, Jodie levantou o dedo em exclamação. - Falando em apresentação. - Ela passou a puxa-lo, para uma parte do laboratório onde ele ainda não havia prestado atenção, era uma porta, com senha, a qual Jodie digitou rapidamente. A porta parecia a de um cofre, mas se abriu como as portas em filmes de ficção. - Está na hora de conhecer o resto da equipe!

Leo ficou tão assustado quanto Jodie parecia animada. Como assim resto da equipe?

O local atrás da porta parecia um dormitório hospitalar, como a área de internação, paredes brancas e com uma faixa amarela no meio, mas as portas lembravam a porta que acabaram de passar, haviam doze portas, que Leo conseguiu contar antes de ser arrastado pelo corredor, havia uma porta dupla no final do mesmo, por onde eles passaram rapidamente, do outro lado havia um refeitório, uma grande mesa de metal no meio e duas geladeiras ao fundo, também estavam presentes algumas bancadas, um fogão e armários. Assim que terminou de examinar o local, Leo parou os olhos em uma garotinha que estava sentada, aparentemente comendo cereal, ela estava com um vestido branco, e um laço de fita combinando no meio dos cabelos alaranjados. O que chamava a atenção na garota, é que ela estava usando óculos escuros, no ambiente fechado e iluminado. Leo encarou Jodie e ela o soltou, indo até a garota e sussurrando algo a ela, Leo estava confuso, mas devido a vivência do último dia com Jodie, passou a confiar nela. A garota abriu um largo sorriso e se levantou, ela correu até Leo e o abraçou, a garota chegava a altura da barriga do homem, e abraçou sua cintura. Ele a abraçou de volta e se ajoelhou na frente da garota, não costumava ver muitas crianças em sua vida, mas amava crianças e o fato de uma estar o abraçando, quase o fazia se sentir normal.

- Como é seu nome princesinha? - Leo perguntou retirando uma mecha de cabelo que caia sobre os óculos dela, enquanto sorria abobalhado com a beleza da pequena.

- Libra! - A garota respondeu entusiasmada. - Você deve ser Leo. - Ela disse dando um pequeno pulinho. - Que demora pra aparecer.

- Eu... Estava sendo esperado? - Leo se virou para encarar Jodie e ela acenou afirmativamente. Agora a confusão de Leo estendeu-se um pouco mais - Bem agora eu cheguei. E eu adorei seu estilo.