Capítulo 10 - Ruptura

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Passaram-se cinco dias desde o aprisionamento, nenhuma notícia de Capricorn foi dada ao grupo, eles recebiam sopa duas vezes por dia e as luzes se apagavam pontualmente às 22:00 horas. As celas impediam que eles usassem seus poderes e aquilo estava provocando em Leo uma dor imensa, não liberar o ouro por muito tempo era quase como se ele enrijecesse em suas veias, ele precisa transformar alguma coisa em ouro, nem que fosse um anel de latão. Ele acordou na madrugada de novo, com a boca seca e o coração acelerado, mas dessa vez, não foi ele quem teve um pesadelo, Scorpio estava se debatendo em sua cama ela pedia para soltarem-na em espanhol e as lágrimas escorriam em sua bochecha. Leo levantou-se rapidamente e a segurou pelos ombros, para acorda-la, lembrando de quantas vezes ele mesmo não esteva naquela situação.

Ela deu um soco no nariz dele.

- Dío mío! - Scorpio disse assustada ao ver o sangue escorrendo pelo nariz de Leo quando ela abriu os olhos, ele levou as mãos ao nariz e o ouro líquido escorreu em sua mão, ela arregalou os olhos e ajoelhou-se em sua frente, era evidente o susto que a garota havia levado ao ver que não se trataba de alguém qeurendo-a mal. - Estás bien?

- Você me deu um soco! - Leo disse com a voz abafada pelas mãos no rosto, mas logo retirou-as percebendo que havia estancado o sangue, na verdade ele sentia-se ótimo por ter liberado um pouco de ouro da corrente sanguínea, mesmo que não fosse o suficiente para se sentir plenamente bem. - Por que me deu um soco?

- Não era minha intenção! - Scorpio se concentrou-se na linguagem para que Leo a entendesse sem muita dificuldade. - Me desculpa, ai dío, me perdoa Leo...

- Tudo bem. - Ele riu e a encarou, a garota estava em choque e ele percebeu que a havia segurado pelos ombros sem as luvas apenas naquele instante, e nada tinha acontecido, ele podia tocar nas coisas dentro da cela. Leo se aproximou e tocou a bochecha da garota, limpando as lágrimas ainda com receio, mas sentindo o coração acelerar, ele precisava aproveitar aqueles pequenos momentos que sua vida lhe proporcionava. - Você estava tendo um pesadelo. - A sensação da pele quente em contato direto com a sua mão era maravilhosa, Leo não acreditava no que estaba fazendo. Scorpio fechou os olhos com um meio sorriso no rosto.

- Obrigada. - Ela o encarou intensamente agora, os olhos enormes da garota também pareciam curiosos e encantados com o momento, como Leo estava. - Tem mãos macias. - Ela disse segurando o riso agora, era impressionante a dualidade de sentimentos daquela mulher. - São mãos de uma princesa. - Ela riu ao ver as narinas de Leo se abrindo e seus olhos cintilarem o deboche da garota. - A tempos eu não tinha pesadelos, é o veneno, quando jo fico mui tempo sem usar, sinto mi cuerpo queimar aos poucos.

- Sei como é, eu começo a travar, o sangue endurece nas veias, dói. É horrível.

Os dois se encararam por alguns instantes, o silêncio foi reconfortante, como se compartilhasse a mesma dor, a única coisa que podiam ouvir, era a respiração ligeiramente ofegante deles.

- O que te fez entrar para lo projeto? - Scorpio agora cruzou as pernas no chão, interessada na resposta de Leo, dessa maneira parecía uma criança.

- Eu... não entrei, minha mãe me colocou nele. - Leo imitou a pose da garota e respirou fundo antes de começar a falar. - Eu tinha problemas com minhas mãos, as falanges não se desenvolveram direito e eu podia perdê-las. Minha mãe me inscreveu no projeto para poder alterar a genética na minha mão e concertar as falanges, ela sabia que era arriscado, mas eu perdería a mão de qualquer maneira.

- O que su madre fez quando descobriu que lo projeto era uña mentira?

- Nada. Eu voltei para casa transformando as coisas em ouro. Ela usou isso para ficarmos ricos. - Leo abaixou a cabeça, ainda era horroroso falar sobre aquilo, e na verdade, ele não se lembrava quando foi a última vez que contou isso a alguém. Leo olhou para a parede de vidro, o vidro fumê a transformava em quase um vitro antigo de banheiro, onde não era possível ver do lado de fora com clareza. - Eles concertaram minha mão, mas eu não posso tocar em nada sem luvas especiais.

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⏰ Última atualização: Feb 10, 2020 ⏰

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