Hector:
Mas como isso é possível? Infelizmente não tenho tempo para consegui a resposta, Ana me olhava com olhos cheios de ira e ódio, pronto para atacar e devorar a sua presa. Mas... Aqueles olhos... Brancos e sem vida... Eu não conseguia reconhecer mais a minha companheira, nem ela podia me reconhecer...
Enquanto ela rosnava furiosamente, eu me permaneci parado pensando em um meio para ajudá-la. Mas como viu que eu não a deixaria fugir, soltou um ruivo e correu na minha direção com os dentes a mostra, querendo me morder. Eu desviei das suas garras e voltei a colocar uma distância segura entre nós, porém, ela atacou novamente agora não deixando nenhum espaço. Ataca com muita velocidade, tornando cada vez mais difícil para acompanhar os seus movimentos e desviar.
Fiquei cada vez mais surpreso com aqueles ataques ferozes, nem na minha forma de lobo está sendo o suficiente parar impedir os seus ataques. Infelizmente por um descuido meu, suas garras ficaram no meu ombro, rasgando a carne. Eu não me importava com a dor, o problema era o olhar satisfeito nos seus olhos. Aquilo me deixou profundamente abalado.
Eu não queria lutar de volta, eu não podia. Ela é a minha companheira, não posso ferir ela se eu fizer isso, eu e meu lobo sairão prejudicados. Eu e a Ana estamos ligados, sentiremos em parte as mesmas dores, se ela não estivesse elouquecida agora sentiria o mesmo, mas parece que nem a nossa ligação poderia fazer ela voltar a realidade.
As coisas só estavam piorando, eu deveria impedir que ela continue com isso antes que as coisas piorem mas estava sendo difícil. Com o meu ombro ferido, meus movimentos se tornava cada vez mais lento, chegando a um ponto que eu não podia mais lutar em igual, apenas recuando.
O que devo fazer? Eu não podia mais me segurar por mais tempo. Preciso pensar algo com urgência para mudar isso. Mas o que?
Nesse momento Ana atacou novamente tentando morder, felizmente, consegui desviar a tempo.
Mas naquele momento em que eu desviava, os meus olhos pararam no pescoço dela. isso me fez lembrar de algo que poderia nos salva. A marca... A marca era a ligação mais forte que poderia existir entre os companheiros, não poderia se comparar com a ligação feita pela lua. Nós não estaríamos somente ligados com o corpo, mas com a alma. Se eu marca-la como minha, talvez isso podesse acordar ela.
Mas uma marca era algo sagrado para o nosso povo. É algo que carregamos por resto da vida, muitos não escolhem essa opção porque depois de serem marcados, serão dependentes de seus companheiros. Tanto que que pode até trazer a morte se você não puder mais esta junto com aquele que ama. Você somente vive, se ele também está vivo e bem. No entanto, há algo que não pode ser ignorado, os dois deveriam estar ciente disso, para que não haja nenhuma rejeição. Se houver uma rejeição, não sei exatamente o que tipo de sofrimento que os dois teriam que passar.
Mas eu não podia ignorar essa ideia. Se a marca seria o único modo que pode trazer Ana de volta, não importava os riscos, eu devo tentar.
Respirei fundo e esperei pelo o momento certo, enquanto isso Ana veio novamente com muita velocidade e rosnados furiosos. Quando havia um metro de distância, esquivei das suas garras mas deixei uma parte de meu corpo acabasse se chocando com o dela. Com o impacto meu corpo batesse com força em um tronco de uma árvore. Isso não me machucou, mas, mesmo que isso não me machucasse seriamente, eu permaneci imóvel com a cabeça abaixada e esperei que ela se aproximasse. Eu queria que ela ficasse pelo menos um pouquinho de guarda baixa, somente assim eu poderia ter uma oportunidade de marca-la.
Ela ficou bem perto de mim, me cheirou e em seguida com as suas garras rasgou a carne nas minhas costas. O cheiro forte de sangue, mostrava como não era um simples ferimento, no entanto, permaneci parado sem mostrar nenhuma reação. Essa será a minha única oportunidade, não posso arruinar tudo por causa da dor.