--Ana... acorda Ana... _ ouvi uma voz rouca bem ao lado do meu ouvindo, fazendo com o meu corpo, meio adormecido, reagisse, reconhecendo imediatamente o dono daquela voz. No primeiro momento pensei que era apenas uma ilusão por causa do sono, por isso não me importei com o chamado e apenas queria dormi por mais tempo. Mas parecia que o dono da voz não deixaria que o meu pequeno desejo se torne realidade. --Ei Ana, você não vai se levantar? Já está quase pronto o café da manhã.--Hum... Me deixa dormi... _ resmunguei ainda com a cara no travesseiro, com preguiça até mesmo de abrir os olhos. --Só mais um pouquinho...
--Não mesmo! _ com isso a pessoa queria retirar a coberta de mim, o que foi um grande erro, pois, para defender meu precioso sono eu fazia tudo o que era preciso, incluindo bater naquilo que achava como uma ameaça. Com os meus olhos ainda fechados, senti a minha palma da mão atingindo algo com força, vindo em seguida um estalo bem alto. Bom, a minha mente sonolenta, acabou reagindo quando percebi que eu realmente tinha atingido em alguma coisa. Aos poucos fui abrindo os olhos, até que vi uma imagem meia embasada de um homem na minha frente. Acabei tomando um susto, mas quando consegui finalmente ficar alerta, percebi que era apenas o Hector. Mesmo assim, vendo ele ali, no meu quarto, acabei ficando em choque. --H-Hector?
--Ah, bom dia Ana... _ disse enquanto soltava um meio sorriso. --E que bom jeito de acordar...
--Hã? _ antes eu não entendi do que ele queria dizer, mas logo percebi havia uma marca estranha em seu rosto. Na verdade parecia exatamente como uma marca de mão. --Hector!! O que aconteceu com você? _ mas no lugar de me responder, colocou a sua mão no seu rosto tocando levemente a marca avermelhada, enquanto isso, os cantos dos seus lábios se contraíram parecendo uma leve irritação.
--Digamos que isso aconteceu, porque acreditei que seria fácil acordar uma donzela. Porém, nunca imaginei que isso resultaria de um belo tapa. _ disse olhando fixamente para mim. --Nem sei para que tanta agressividade!
--Ahh!! _ com isso eu pude me lembrar os acontecimentos de antes, do jeito como eu o acertei enquanto ele tentava retirar a minha coberta. Por causa disso meu rosto começou a ficar muito vermelho, mas não era por causa da vergonha, mas sim, porque eu estava forçando a mim mesma para não rir na cara dele. --D-Desculpa, e-eu não queriiiaa!!
--Até parece que foi sem querer... _ continuou a resmungar, mas não parecia tão sério assim, dava para ver que ele também queria rir. Mas ainda queria permanecer na pode de durão. Percebendo isso, levantei da cama e fiquei na sua frente. Em seguida dei-lhe um rápido beijo na sua bochecha marcada e o abracei bem forte.
--Melhorou? _ perguntei inocentemente e senti ele bagunça ainda mais os meus cabelos.
--Eh, pode ser. _ diz agora sem segurar mais aquele sorriso lindo que eu tanto amava. Eu acabei rindo também, ficamos assim até quando ele se afastou para me chamar para descer e tomar o café da manhã.
--Tudo bem, mas antes vou lavar o rosto. Você pode ir na frente e dizer para dona Sueli que já estou indo, daqui a pouco eu desço. _ falei já deixando outro beijo e caminhei para o banheiro.
--Está bem, eu vou te esperar lá embaixo. _ em seguida saiu do quarto e me deixou sozinha naquele quarto.
Acabei parando os meus passos no meio do caminho. Aquele sorriso que antes havia no meu rosto desapareceu como fumaça. Não havia mais alegria e acabei mostrando uma expressão mais séria. Mas tudo isso estava acontecendo, porque minha mente estava uma enorme bagunça. O motivo dessa confusão era os acontecimentos de ontem, principalmente aquele sonho muito estranho que eu tive nesta noite. Antes, pensei que a minha vida era como uma montanha russa e parecia que não seria possível das coisas piorarem. Mas me enganei, com aquele sonho tive um pressentimento que as coisas só começaram, que o pior ainda está por vir.