Dona Sueli não me disse quem era, achou melhor deixar no mistério. Mesmo que eu esteja super animada com isso, não apressei dona Sueli. Esperei até na hora do almoço, depois que comemos Sueli pediu para Roberta ficar para cuidar das crianças enquanto nós iamos na casa da pessoa misteriosa.
Caminhamos por um tempo até chegamos em uma casa completamente velha. Havia até vidros da janela quebrada no chão, parecia uma casa abandonada é uma surpresa que ainda tem gente que mora lá dentro. É como a Sueli falou, parece ser uma pessoa com um temperamento bem estranho.
Sueli bateu levemente três vezes antes de parar. Não houve nenhuma resposta. Esperamos mais um tempo, mas nada.
--Dona Sueli será que ele n... -parei de dizer quando tomei um susto quando Sueli murrou a porta.
--Abra essa maldita porta idiota ou você vai ficar sem ela! -gritou com raiva. Depois ela me olhou com um sorriso tranquilo como se aquela velhinha raivosa não fosse ela.
--Porra!! Quem é o maldito que vem para atrapalhar o meu sono? -Ouvi o grito de dentro da casa, não demorou para a pessoa abrisse com força a porta cheio de mau humor. Na hora senti um forte cheiro de bebida, que me fez da automaticamente um passo para trás. Mas quando olhei para o rosto daquela pessoa arregalei meus olhos pois surpreendente reconheci aquela pessoa.
--Hein? -soltou o cara quando viu a Sueli.
--Quem é o maldito que você falou? -Dona Sueli o encarou ferozmente, no mesmo instante a aura congelante desaparecer do nada. Porque será que parece que eu tive um déjà-vu.
--Haha, é você vovozinha. Eu não sabia que iria me visitar hoje. Finalmente sentiu saudade de mim? -sorriu caloroso.
--Não me chame assim idiota. Não adianta ficar feliz porque não estou aqui por sua causa. -disse e apontou para mim, só assim o cara olhou para mim.
--Ah, você não é aquela aluna que lutou contra a sobrinha do alfa e deu uma surra nela? - perguntou dando uma gargalhada mas logo em seguida ficou sério novamente. --Sabia que vocês quase destruíram a minha quadra?
--Desculpa treinador... - pois é... Ele é aquele treinador da escola. No entanto não havia mais aquele sorriso encantador que deixava as meninas derretendo, seus lindos olhos azuis estavam cheios de deboche e todo seu cabelo castanho estava bagunçado igual um ninho de passarinho. Principalmente esse cheiro de bebida que chega a ser insuportável. Ele parecia uma pessoa completamente diferente.
--Não se preocupe, aquele dia foi tão engraçado que foi bastante comemorável. -começou a rir novamente. Sinto que este cara é bipolar.
--Fernando! -reclamou Sueli brava.
--Perdão vovozinha. Posso te dar um abraço? Faz tempo que eu não te vejo. - falou já se aproximando para agarrar a Sueli.
--Se você realmente fizer isso, não me culpe por perder seu amiguinho. -falou dona Sueli sorrindo. No mesmo instante ele para e recua.
--Então o que vocês vieram fazer na minha humilde residência? - falou sorrindo como se nada aconteceu.
--Temos um assunto sério para falar com você.
--Oh entre então. Só cuidado com o degrau porque a madeira está um pouco podre. -riu e entrou para dentro. Nós o seguimos logo em seguida. Pensei que dentro da casa seria um pouco mais organizado, mas eu estava enganada, era bem pior. É difícil de descrever. Parece um lixeiro dentro de uma casa.
--Não se precisa se preocupar Ana, isso sempre foi assim mesmo. -falou Sueli com uma careta.
--Ah entendi... -falei olhando para os lados como se em qualquer momento aparece um bicho naquele lixo.
