she's a criminal

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Taehyung's POV

Eu não acredito que eu ouvi isso. MinJi, definitivamente eu não acredito.

- Qual seu sobrenome?

- Aish, pra que quer saber? - ela perguntou em um tom meio irritado.

- Ué, eu sou Kim, e você?

- Lee.

Esperei até parar em um farol vermelho para olhar para o rosto dela.

Quantos nomes iguais existem na Coreia?

O nome batia incrivelmente com o nome da foragida que eu tanto procuro. Olhei para ela e me lembrei da foto e da menina que roubou minha arma no dia em que prendemos a quadrilha dela.

Tinha quase certeza de que era ela.

Voltei a dirigir o carro na direção da casa da minha avó, mas no meio do caminho - em um outro farol - eu tirei uma foto dela discretamente e enviei para o Hoseok perguntando se batia com a foto da procurada.

- Chegamos - disse ao estacionar e desligar o motor do carro.

- Onde?

- Na casa da minha avó - a chuva estava diminuindo, haviam apenas algumas gotas caindo, então eu logo desci do carro, mas percebi que ela ainda estava lá. - Não vai sair?

- Érrr... eu vou procurar outro lugar para ir e... - parei de prestar atenção no que ela falava pois meu celular vibrou e era Hoseok dizendo que as fotos e os nomes batiam.

Eu não poderia deixar ela escapar, não agora.

- Menina, está chovendo, você não tem pra onde ir, entra aí - abri a porta de trás e peguei as coisas dela.

Ela ficou meio sentida, deu pra perceber, mas logo desceu e correu até a porta da frente, a qual eu destranquei e possibilitei nossa entrada na casa de minha vó.

Voltei para o carro e peguei minhas malas, afinal eu tinha acabado de chegar em Pyongyang.

Entrei em casa, fechei a porta e vi minha vó olhando estranho para a garota mas logo ela me viu, sorriu e me abraçou.

- Que saudade, TaeTae - disse minha vó me apertando no abraço.

- Nem me fale - sorri e me afastei dela.

- Quem é essa? - ela perguntou ao se virar e ver novamente o rosto de MinJi.

- Ahn... Ela é uma amiga que... - me embaralhei um pouco para falar. - Ela é uma amiga que eu encontrei no meio do caminho, teria problema ela ficar conosco?

Senti o olhar de MinJi queimar sobre mim, eu nem a conheço e já sinto que ela vai brigar comigo pelo o que eu acabei de falar.

- Acho que não, espero que não.

Ela se virou e fez um sinal para seguirmos até a cozinha. Ao chegar lá, havia uma mesa cheia de coisas para comer no café da tarde. Casa de vó é a melhor coisa que existe.

Me sentei em uma das cadeiras e fiz sinal para MinJi se juntar a mim. Ela estava meio desconfiada, mas sentou mesmo assim.

Nos servimos dos alimentos presentes na mesa, puxei algumas risadas de minha vó, conversamos sobre algumas novidades, mas MinJi continuava quieta.

Eu não acredito que ela é a menina que eu procuro. Preciso montar um plano bem bolado com os meninos para prendê-la.

Ela não tem cara de traficante, nem ladra, nem assassina, ela tem cara de uma garota coreana que não tem ninguém na vida.

Confesso que durante o jantar eu senti dó do olhar dela. Ela tinha uma certa expressão terrível nos olhos, não sei o que, mas aposto que minha vó também percebeu, pois ela fez um sinal para que eu notasse as ações da garota.

- Bom, eu vou dormir, velhos dormem cedo - disse minha avó enquanto terminava de recolher os pratos. - Lave a louça, Taehyung. Só tem um quarto, vocês se virem.

- Boa noite, vovó. Pode deixar - sorri para ela que veio em minha direção e depositou um beijo em minha testa e acenou para a garota na minha frente.

Ela se retirou da cozinha e MinJi levantou e foi em direção a pia para lavar a louça do jantar.

Me levantei e recolhi o que estava na mesa, fazendo papel de homem ajudante, claro.

- Você não é daqui, né? - tentei puxar algum assunto.

- Não.

- Da onde então?

- Seul, por que?

- Por nada. Só tava tentando socializar, credo.

Ela terminou de lavar a louça e se retirou me deixando sozinho enquanto eu secava a louça.

- Como você é chata, hein - disse ao me sentar ao lado dela no sofá.

- Aish, o que eu fiz? - antes que eu respondesse ela continuou falando. - Eu vou indo, tá? - ela disse se levantando, mas eu a puxei pelo braço.

- Você disse que não tinha para onde ir.

- É, mas eu não te conheço, não conheço sua avó. Eu não sou louca de dormir na casa de um cara que me deu carona depois de ter me ensopado toda.

Essa pode ser a única chance de enrolar ela, fazer uma certa amizade e levá-la para a Coréia do Sul e prendê-la. Afinal, eu não tenho esse direto fora da fronteira.

- Se eu fosse alguém estranho mesmo, você nem teria entrado no carro.

- Taehyung, eu nunca te vi na vida, deixe-me ir.

- Pode ir, mas você vai ficar na rua. Porque como você havia dito, você não tem pra onde ir - tentei fazer um jogo psicológico com ela, nunca se sabe quando vai funcionar.

Ela pensou, sentou no sofá, suspirou e concordou com a cabeça.

- Ok, mas só porque eu não quero ficar nessa chuva.

Suspirei de alívio, preciso me enturmar com ela.

- Está com sono? - perguntei e ela negou. - Topa ver netflix?

Ela concordou. Coloquei em um filme e logo outros se iniciaram, ou seja, ficamos à noite toda vendo filmes, de todos os gêneros possíveis.

Acordei no outro dia todo torto no sofá, o que me causou acordar com dores musculares. Me sentei, olhei a hora no celular que estava no chão e aproveitei para responder a mensagem de Jimin.

Jimin: "Taehyung, Hoseok nos contou que você achou aquela menina que fugiu. Como pretende pega-lá?"

Taehyung: "Cara, eu só sei que eu preciso fazer amizade com ela. Porque eu não posso prendê-la aqui, estamos fora do país. Pense em algo com os meninos e me avisa, eu provavelmente precisarei de vocês."

Em menos de cinco minutos eu recebi um "okay" de Jimin. Bloqueei o celular e vi que Minji estava jogada no chão. Arrumei ela no sofá e coloquei uma coberta sobre ela.

Liguei a televisão e fiquei assistindo um anime qualquer enquanto ninguém acordava, afinal, eu acordei cedo demais em relação à hora em que fui dormir.

The Scape | Kim TaehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora