[LIVRO 1 DA TRILOGIA PHOENIX LOVE]
Crystal Müller tinha a vida perfeita. Corpo perfeito, família perfeita, namorado perfeito, beleza, popularidade e inteligência. Até que uma traição da pessoa mais inesperada a transforma em uma vadia fria, sem cora...
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DAVID
Um barulho incômodo invade meu sonho e eu estranho, então acabo despertando. Ao acordar, percebo que aquele som é de alguém batendo na minha porta e me levanto para abri-la.
- Hora de acordar, belo adormecido! Papai está nos esperando para tomar o café da manhã. - Anne me avisa.
- Tudo bem. Pode ir descendo que daqui a pouco eu vou também. - respondo mais dormindo do que acordado.
Ótimo. Meu dia já vai começar com o meu pai implicando comigo. Achei que ele fosse sair mais cedo e não iria nos esperar acordar. Ainda não sei por que ele insiste em fazer isso, ele diz que gosta de manter a família unida, mas a minha família não é mais unida há muitos anos. Ele só usa esse momento para discutir comigo, esfregar na minha cara como meu irmão é muito melhor do que eu e ficar elogiando Anneliese. É uma tortura diária e achei que pelo menos hoje iria me safar disso, mas pelo visto me enganei.
Entro no banheiro e tomo uma chuveirada rápida, mas a água fria não ajuda em nada a aliviar a tensão que sinto antes mesmo de encontrar com ele. Troco de roupa e tento me preparar emocionalmente para lidar com a situação que está à minha espera. Quando chego à mesa, Anne e meu pai já estão tomando seus cafés.
- Você não parece muito bem hoje, David. Aconteceu alguma coisa? - meu pai pergunta, mais parecendo uma acusação.
- Bom dia para você também. E até parece que você se importa comigo. Está me perguntando só para poder jogar na minha cara algo que eu supostamente fiz de errado. - Não estou com paciência para fingimentos hoje.
- Olha lá como fala comigo, garoto. Eu estou tentando me importar, pelo menos.
- Ah, por favor. Você só se importa com o seu filhinho preferido na Inglaterra. - reviro os olhos.
- Meça essa boca para falar do Asher. Ele está na Inglaterra fazendo alguma coisa que preste na vida, ao contrário de você. - rebate.
- Você nunca vai aceitar que eu não quero seguir seus passos na engenharia, não é? Já te disse que eu sou de Humanas, não de Exatas.
- E eu já te disse que Humanas não dá dinheiro. Você vai passar fome se seguir para esse rumo.
- Já parou para pensar que nem tudo gira ao redor de dinheiro, pai? Eu me importo com o que realmente vale a pena. As pessoas. - afirmo.
- Esse papinho de novo, David? - ele reclama com o semblante nervoso. - Você fala exatamente como a sua mãe.
- Saiba que isso é um grande elogio. E vê se lava essa boca antes de mencionar o nome dela. - fico nervoso. Colocar minha mãe no meio já é demais.
- Agora você já está indo longe demais. Garoto, eu vou... - meu pai diz com raiva e se levanta da mesa.
- Parem vocês dois! Ainda são oito e meia da manhã, não acham que é cedo demais para atacarem um ao outro? - Anne intervém e se posiciona entre nós dois para se certificar de que não tenhamos nenhum tipo de contato.
