[LIVRO 1 DA TRILOGIA PHOENIX LOVE]
Crystal Müller tinha a vida perfeita. Corpo perfeito, família perfeita, namorado perfeito, beleza, popularidade e inteligência. Até que uma traição da pessoa mais inesperada a transforma em uma vadia fria, sem cora...
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DAVID
Já se passaram dois dias desde que eu e Crystal tivemos aquela discussão feia na balada. Eu não sou de guardar mágoas, não mesmo, mas não posso mentir e dizer que não estou mais chateado, porque eu estou. Ela me magoou profundamente, ela me ofendeu, me humilhou, pisou em cima de mim como se eu não significasse nada para ela e agora realmente me pergunto se algum dia eu signifiquei, já que ela adora ostentar sua reputação de vadia má e fria.
Ignorei todas as ligações e mensagens dela desde então, porque não quero falar com ela. Não vou voltar para Crystal tão fácil desta vez, se é que eu vou voltar para ela. Acho que Anneliese tem razão, talvez eu deva mesmo largar a Crystal de mão e desistir dela. Nós somos diferentes demais, brigamos e magoamos um ao outro com muita frequência e isso não é nem um pouco saudável nem para mim, nem para ela. Eu a amo com tudo que há em mim, mas talvez isso signifique que eu deva deixa-la ir. Ela merece melhor, merece um relacionamento descomplicado e sem todo esse desgaste emocional.
Procuro meu celular apenas por força do hábito, mas então me lembro de que o dei para a minha irmã para que ela o guardasse longe de mim, pois sei que se eu continuasse vendo aquele monte de ligações e mensagens de Crystal na tela, eu não iria ter forças suficientes para ignorá-la, pois não fui capaz de bloqueá-la de todas as redes sociais como ela havia feito comigo. Eu sou mesmo um cachorrinho que fica abanando o rabinho atrás dela, mas acho que o amor verdadeiro é assim, faz você perdoar a pessoa quantas vezes for necessário, porque o seu sentimento é muito maior do que qualquer obstáculo que queira atrapalhar os dois.
- A Crystal está aqui. – Anne anuncia da porta do meu quarto e eu me assusto um pouco, pois não tinha notado a sua presença.
- O quê? Não, eu não quero vê-la, pode mandar ela ir embora. – demando apesar de não ser o que eu realmente quero.
- Tudo bem. – minha irmã dá de costas e sai do meu campo de visão.
Alguns minutos se passam e estou distraído com meus pensamentos quando ela aparece no corredor e dá um passo para dentro do meu quarto sem ser convidada porque ela simplesmente não se importa.
- Eu pedi para a Anneliese mandar você embora. – esbravejo.
- Ela mandou, mas eu passei por cima dela. – a morena dá de ombros.
- Já disse que eu não quero te ver, vai embora, Crystal. – exijo, exercitando todo o meu autocontrole pois já fiquei abalado apenas em vê-la.
- Você sabe que eu não acato ordens de ninguém, David. – ela fecha a porta do meu quarto e vem andando na minha direção.
Ter ela perto de mim só vai tornar as coisas mais difíceis porque eu não consigo rejeitá-la mesmo, mas não posso demonstrar, senão ela vai tirar vantagem disso também, preciso me manter o mais firme possível diante dela.
- O que você quer, Crystal? – pergunto me assentando assim que ela se senta na beirada da cama.
- Você. – ela responde, olhando intensamente para mim, o que me faz revirar os olhos e balançar a cabeça. Como ela consegue ser tão cara de pau?
