[LIVRO 1 DA TRILOGIA PHOENIX LOVE]
Crystal Müller tinha a vida perfeita. Corpo perfeito, família perfeita, namorado perfeito, beleza, popularidade e inteligência. Até que uma traição da pessoa mais inesperada a transforma em uma vadia fria, sem cora...
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CRYSTAL
Burra! Burra. Burra. Burra. Burra. Burra.
É isso que eu sou, uma burra, uma completa retardada. Que tipo de merda eu tenho na cabeça para ter dito todas aquelas porras para o David?
Continuo ligando incessantemente para ele, que continua ignorando todas as minhas chamadas. É, acho que dessa vez ele realmente não vai voltar porque já se passaram quinze minutos desde que ele foi embora e eu permaneço aqui, parada, sozinha na calçada.
Tenho que admitir que dessa vez eu realmente fui medíocre. Eu esfreguei os sentimentos dele contra ele da forma mais bárbara e ainda cuspi em cima da consideração que ele tem por mim. Eu sou uma ordinária, e ele não me merece, mas ainda assim, eu não ligo para isso e continuo querendo que ele seja meu. Tudo que eu fiz hoje foi para chamar a atenção dele. Dele, só dele, de mais ninguém, principalmente de nenhum idiota daqui. Mas, como boa burra que sou, é claro que eu estraguei tudo e fiz isso se virar contra mim mesma.
Agora estou aqui, sozinha, com frio, bêbada, chorando na frente de uma danceteria, com esperança de que o meu anjo volte e me regaste. Mas ele não vai voltar, não hoje, não dessa vez.
Chamo um táxi pelo celular e fico aguardando impacientemente até ele chegar, repassando na minha mente toda a nossa discussão, tentando achar alguma coisa que eu disse que não tenha sido uma porra completa, porém não acho, porque simplesmente não tem. Quando minha carona finalmente chega, peço para o motorista ir para a casa de Jasmine, já que meu pai pensa que fui dormir lá, então não posso ir para casa, principalmente vestida assim. E eu iria voltar para a casa dela de qualquer forma.
Chegando na casa da minha amiga, eu atravesso o hall e subo as escadas depressa e, em vez de ir para o meu quarto, vou em direção ao quarto dela porque preciso do seu consolo e preciso desabafar.
- Jas, você ainda está acordada? – pergunto, batendo de leve na sua porta.
- Estou, pode entrar. – ela responde.
Abro a porta e cruzo o quarto dela correndo, me jogando em cima de sua cama quando a alcanço. Abraço Jasmine apertado e começo a chorar sobre seu peito desenfreadamente.
- O que foi, Crystal? Por que você está chorando assim? Por que voltou cedo? – a loira pergunta, mexendo no meu cabelo.
- Porque eu sou uma burra, uma idiota, Jasmine. – respondo em meio as lágrimas.
Ela suspira. – O que você fez dessa vez?
Só Jasmine mesmo que me conhece e já vai logo perguntando que caralho eu fiz, em vez de me contrariar e dizer que não sou burra. Eu sou mestra em fazer cagada, principalmente quando se trata de David.
- Eu fui uma escrota total, eu disse um monte de coisas terríveis para o David.
- O quê? Por quê? – ela questiona indignada.
- Porque eu simplesmente não consigo deixar a minha arrogância do cacete de lado. Você sabe que eu sempre quero estar por cima, ainda que isso implique em magoar quem eu amo. – explico, enfuriada comigo mesma.
- Você disse coisas tão terríveis assim? – ela indaga, e eu percebo na sua voz a esperança de que eu esteja sendo dramática demais.
- Disse, disse sim. Eu o xinguei, admiti que já peguei o barman a troco de bebida, joguei os sentimentos dele, usando-os contra ele como eu sempre fiz, chamando ele de trouxa, dizendo que eu poderia chupar o pau de todos os caras da balada que ele ainda voltaria para mim como um cachorrinho, me exaltei para cima dele como se fosse a dona da porra toda. – eu aperto mais o seu braço ao me lembrar das coisas babacas que disse e mais lágrimas escorrem.
- Como é que é? Não acredito que você foi capaz de dizer todas essas merdas, Crystal! – minha amiga diz irritada, tentando controlar a voz para não acordar as outras pessoas da casa. – Olha, eu realmente pensei que você amasse o David, mas agora acabei de crer que você não o ama. Você se ama demais para conseguir amar qualquer outra pessoa além de si mesma.
- Eu o amo, Jasmine, eu juro que o amo! – afirmo, chorando de novo, borrando a blusa do pijama da minha amiga com as minhas lágrimas pretas. – Se não o amasse, eu não estaria aqui arrependida pra porra do que eu disse e não estaria sentindo essa dor no peito que estou sentindo agora por ele ter me deixado. Ele ficou tão chateado que eu honestamente não sei se ele vai voltar comigo. – choro mais ao dizer isso porque dói demais imaginar a possibilidade de não o ter de volta. Eu preciso, preciso dele mais do que qualquer outra pessoa na minha vida.
- Ai, Crystal, por que você continua fazendo essas coisas? – Jasmine indaga, tirando os cabelos molhados do meu rosto e colocando-os atrás da minha orelha.
- Eu não sei, Jas. Eu não sei. – respondo, agarrando seu braço e a abraço mais apertado enquanto deixo o choro continuar a banhar toda a minha face até que eu durmo sem perceber com o esgotamento das minhas lágrimas no colo da minha melhor amiga.
