[LIVRO 1 DA TRILOGIA PHOENIX LOVE]
Crystal Müller tinha a vida perfeita. Corpo perfeito, família perfeita, namorado perfeito, beleza, popularidade e inteligência. Até que uma traição da pessoa mais inesperada a transforma em uma vadia fria, sem cora...
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DAVID
Ouço o barulho da campainha de casa tocar, portanto pulo do sofá e vou depressa atender a porta pois sei que é a minha garota quem chegou. Não nos vimos ultimamente porque ela está trabalhando até tarde no estágio já que ela meio que tirou uns dias de folga por minha causa. Estou doido para vê-la mesmo que faça apenas uns três dias que não nos vemos pessoalmente. Abro a porta com um enorme sorriso no rosto, mas não recebo a mesma expressão dela, na verdade, é bem o contrário.
- Senti saudade, amor. – digo quando abro a porta, mas Crystal está com uma expressão séria, até meio emburrada. – Não via a hora de te ver de novo. – e me aproximo para dar um beijo nela, que desvia, ignorando o gesto, e passa reto pela porta, entrando na casa.
- Não parece que você sentiu minha falta. – ela responde, andando pelo hall, de costas para mim.
- É claro que eu senti, por que não sentiria? – questiono sem entender a sua reação, fechando a porta e indo atrás dela em seguida.
- Parece que você está mais interessado em outras pessoas. – a morena responde jogando sua bolsa no sofá menor da sala de TV e se esparramando no outro sofá.
- Interessado em outras pessoas? Da onde você tirou isso? – pergunto entendendo menos ainda a sua resposta. Aconteceu algo em uma realidade paralela e eu não estou sabendo?
- Vai fingir que não sabe o que o senhor fez de errado? – ela ironiza, sem olhar na minha cara, com o controle na mão, zapeando pelos canais da TV.
- Como assim, o que eu fiz de errado? A gente nem se encontrou esses dias, como eu posso ter feito algo de errado com você? – indago, cruzando os braços, ficando na sua frente para impedi-la de ver a tela da televisão. Eu não estou entendendo absolutamente nada dessa história.
- Você não precisa estar comigo para fazer alguma coisa de errado, Allen. – ela responde, ainda sem me encarar, esticando o pescoço para ver a televisão através de mim. – A internet está aí para isso.
- O quê? Na internet? – pergunto, franzindo o cenho. – Dá para me explicar isso direito? Estou me sentindo um alienado em que nada que você fala faz sentido.
- Ah, o senhor não lembra? – Crystal satiriza e finalmente olha para mim. – Pois então trate de sentar no cantinho da disciplina e pensar no que você fez de errado, Allen. – ela emburra ainda mais a cara e para em um canal.
- Mas, amor... – tento me aproximar dela, mas ela dá um tapa rápido e certeiro no meu braço antes que eu pudesse alcança-la.
- Nada de encostar em mim. – ela resmunga irritada. – Senta e pensa no que você fez de errado e, quem sabe, eu possa te perdoar dependendo do seu pedido de desculpas. – ela avisa e aumenta mais o volume da TV, fazendo um gesto para que eu me afaste dela.
Sento no canto do outro sofá enquanto minha namorada assiste uma série, Empire, pelo que parece, e fico pensando o que é que eu fiz de errado na internet para ela estar tão nervosa comigo. Deve ter sido hoje, pois ontem ela ainda estava normal. Vasculho na minha mente tudo que eu fiz e publiquei na internet recentemente, mas nada me parece algo de errado ou motivo para que Crystal fique brava comigo. Torro meus neurônios, tentando fazê-los funcionar, e, depois de muitos minutos, ainda não obtenho sucesso e decido desistir de tentar adivinhar o que foi.
