[LIVRO 1 DA TRILOGIA PHOENIX LOVE]
Crystal Müller tinha a vida perfeita. Corpo perfeito, família perfeita, namorado perfeito, beleza, popularidade e inteligência. Até que uma traição da pessoa mais inesperada a transforma em uma vadia fria, sem cora...
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CRYSTAL
Uma semana. Uma semana se passou desde que eu e David terminamos e a bomba de que a palmita ruiva está grávida dele foi jogada no meu colo sem precedentes. A dor ainda lateja no meu peito na mesma intensidade como no dia em que terminamos e eu me pergunto até quando ela ainda vai durar. Hoje foi o primeiro dia desde então que eu finalmente consegui comer uma comida sólida, apesar de que não sei se purê de batata e frango desfiado podem ser classificados nessa categoria, mas de qualquer forma, eu já considero um avanço, ou pelo menos é o que Jasmine diz para tentar me encorajar.
- Senti falta da gelatina, pra ser sincera. – confesso quando Jasmine volta para o meu quarto depois de ter levado o meu prato para a cozinha, pois fui incapaz de descer e me juntar aos outros para comer.
- Gelatina não é comida, Crystal. – ela fala no tom bravo mais delicado do mundo, de certo com medo de me machucar ainda mais. Mal sabe ela que isso é impossível.
- Pelo menos não me faz engordar. – dou de ombros.
- Não começa com essa conversa de engordar, você já quase morreu por causa disso, esqueceu? E desta vez o David não vai estar aqui pra te salvar de novo. – ela me repreende, mas ouvir o nome dele faz o meu coração estremecer de dor.
- Honestamente, eu não me importaria em morrer agora. – ao contrário de antes que fiz questão de lutar pela minha vida. – Nada mais faz sentido sem ele. – afirmo cutucando as minhas unhas.
- Já parou para pensar que deve estar sendo ainda mais difícil pra ele? – minha amiga se senta ao meu lado. – Ele foi obrigado a terminar com você, que é o amor da vida dele, vai ser pai supernovo e ainda por cima de uma garota que ele nem ama mais. Além do apoio da família que vai ser um zero total.
- Você tem razão. – seguro para não derramar uma lágrima ao pensar no sofrimento dele. – Queria estar ao lado dele para poder confortá-lo nesse momento. Dar um abraço e um beijo nele e dizer que ele é forte e que ele consegue. Ah, o beijo dele... – fecho os olhos e suspiro. – Que saudades do beijo dele.
Que saudades de tudo sobre ele, na verdade. Saudades do seu beijo, do seu cheiro, do seu sorriso, do seu olhar, do seu toque, do seu abraço, da sua luz... dele.
- Você está lembrada de que a decisão de terminar tudo foi sua, né? – Jasmine menciona. Ela realmente não está facilitando as coisas para mim hoje.
- E eu teria como esquecer? Eu sei que fui eu que terminei, mas eu também sei que não iria suportar ficar com ele enquanto ele carrega um filho da outra nos braços. Não tinha outra opção. – declaro com o choro preso na garganta, mas me recuso a derramar, então engulo-o de volta. Odeio me sentir tão fragilizada.
- Será que um dia vocês vão conseguir ficar juntos de novo? – a loira questiona, me olhando com tristeza mas um fundo de esperança.
- Não fica tentando me dar esperança, Jasmine, isso só vai me deixar ainda pior. – respondo, desolada. Não vejo solução para esse problema, então eu nem me iludo em cogitar essa possibilidade.
