Ana Regina corre perigo

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_... e então isso é tudo, tio. E a prova maior está dentro desse livro como o senhor pode ver!_ Ana Clara finalizou a narrativa apontando para o livro que segurava.

Durante toda a explicação da amiga, Alisson e Rodrigo mantiveram-se mudos. Tio Lúcio compenetrado, escutando. Quando Ana Clara terminou seu relato, o delegado tinha uma ruga de preocupação na testa:

_ Então vocês acham que o casal Iguana sabe que foi a Ana Clara que ficou com o livro?

_ Bem, só tinha duas hipóteses: ou a Ana Clara ou a Beatriz Silva. E se eles constataram tudo, como acreditamos que eles fizeram, a Beatriz e o Rafael Silva são eliminados e só sobra a Ana Clara._ explicou Alisson._ Então eles devem saber que o livro está com a Ana Clara.

_ Então temos que agir depressa, antes que eles pensem em fugir do hotel ou possam fazer algo com a Ana Regina.

_ A Ana Regina!_ exclamou Ana Clara espantada._ Gente, temos a mesma cara! Os Iguanas podem achar que ela sou eu! Como não pensamos nisso? Eles podem não saber que eu tenho uma irmã gêmea!

Tio Lúcio levantou-se da cadeira e chamou um policial fardado:

_ Oliveira! Deixe o caso desses jovens vândalos pra depois. Temos peixe maior pra pescar agora.

Deitada na cama já vestida para dormir, Ana Regina folheava revistas com publicações de fotos de famosos e entrevistas com celebridades enquanto falava ao celular. Com Bira. Ela falava doce, jogando charme pelo celular. Ele lhe ligara mais cedo do que ela previra. E como imaginava, ele queria reatar o namoro.

_ Que isso, Bira. Já não disse que não estou mais zangada com você?Sério mesmo! Esqueci....Claro que podemos sair quando voltarmos praí.... Cinema? Amo de paixão!!.... Está certo. Um beijo cor de rosa pra você, querido. Tchau.

Desligou o celular já fazendo planos para o encontro marcado. Guardou as revistas na gaveta do criado-mudo, desligou a luz e deitou-se para dormir. Pensou em Ana Clara. Estava demorando demais! Os pais não conseguiam contata-la ao celular. A mãe estava pensando até em irà policia.

Não demorou e pegou no sono.

A mulher estava toda de escuro, luvas e gorro pretos. Esgueirava-se pelo parapeito do hotel com cuidado e leveza.Um vacilo qualquer e poderia cair para fora da saliência e então seria seu fim. Passara por dois quartos ainda com luzes ligadas sem ser notada.

Chegou na janela do quarto desejado. A janela estava aberta. Nem seria preciso usar o canivete para abri-la. Cautelosamente colocou um pé depois do outro para dentro do quarto e entrou silenciosa como um gato. Com passos suaves parou em frente à cama de Ana Regina, que dormia tranquilamente.

Ela abriu as gavetas do criado-mudo e apalpou dentro. Nada. Atravessou o quarto e foi examinar o guarda-roupa. Nada. Examinou o banheiro. Nada. Embaixo das camas. Olhou para a menina dormindo.

Caminhou até a cama disposta a acordar a garota, ameaça-la para contar aonde havia escondido o maldito livro.

Estava se debruçando sobre Ana Regina quando a porta abriu de supetão!

_ Saia de perto dela, Iguana!_ era a voz forte de tio Lúcio.

Do lado de fora do quarto Alisson e Ana Clara abraçada à Rodrigo com outros policias. A mulher estava imóvel, ainda meio debruçada sobre Ana Regina que agora estava acordada e paralisada de pavor, sem entender nada. Tio Lúcio continuou:

_ O hotel está cercado. Há policias dentro do elevador, nas escadas, nos corredores, por toda parte. Encontramos seu bom marido cuidando da Maitê no quarto de vocês. No seu caso em nem pensaria em fugir.

O caso da joia da CondessaOnde histórias criam vida. Descubra agora