Entre Nós.

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Thay.

Como me culpei por ter feito esse deslize, para essa promessa! Nunca, nunca faltei com respeito em relação á essa promessa, diretamente para essa bendita promessa!

Fiquei me culpando como uma péssima mãe durante dez minutos, antes de Hayley entrar aos tropeços na estufa, com lágrimas nos olhos, e começar a soluçar o pedido de desculpas. Aquilo foi o ápice de alívio para a minha culpa. Minha filha não merecia o mesmo castigo que eu tive quando era pequena e muito menos quando era adolescente. Ela merece, uma mãe amiga, companheira para todas a horas, e ela tem. Além da mãe, tem o pai super protetor, mas amigo.

Ficamos ali abraçadas, aos soluços, até que resolvemos voltar para a casa aos risos. Hayley sabe ser compreensiva quando quer, mas tem coisas que é muito difícil colocar na sua cabeça oca, devo admitir que isso ela herdou do Henry. Cabeças duras!

Quando adentramos o recinto da cozinha, o coletivo de "Surpresa" foi enorme. Hayley ficou surpresa e emocionada com o nosso objetivo. Ela olhou para as bexigas das suas cores favoritas: lilás e azul; depois para o bolo de chocolate com morango, onde a fez lamber os lábios e encarar a avó e depois correr para abraçá-la. Nesse momento senti um par de olhos azuis intensos em mim. Henry. Encarei-o da mesma maneira e o mesmo deu um sorrio malicioso. Hm...

- Vamos cantar parabéns, então! - disse Nik. Henry piscou e depois se dirigiu para o lado esquerdo de Hayley e eu para o direito. Assim começamos a cantar "parabéns" para a nossa lombadinha.


Ao chegarmos em casa, Hayley entrou no recinto pipocando de felicidade com os presentes ainda embrulhados em suas mãos. Entrando na sala, ela se joga no sofá com o sorrindo escancarado e fica fitando o teto.

- Esse foi o melhor aniversário de todos! - comentou.

- Ei, aquele de bailarina foi complicado pra mim. - rebateu Henry.

- Pai, eu tinha três anos. - ela deu risada e Henry jogou um travesseiro nela, que pegou a tempo.

- Mas fiquei horrível de bailarina. - se defendeu.

- Devo concordar, parecia um brutamontes de bailarina. - brinquei, fazendo Hayley arregalar os olhos e ficar vermelha de tanto rir. Henry virou-se devagar para me encarar, e quando o fez, vi que estava condenada entre quatro paredes. Nem ligo.

- Querida teremos uma conversinha depois. - franziu os olhos e a risada de Hayley cessou.

- Que nojento! - disse ela. Henry virou-se para a mesma e levantou as mãos.

- Só vamos conversar, filha. - defendeu-se. Hayley me encarou e eu neguei falando mudamente "Mentira, ele quer mais!". Começamos a rir. E mais uma vez Henry me olhou com certa dominação. Realmente, eu estava ferrada entre quatro paredes!

- Bem, vou indo para o meu quarto. Comi demais, bebi muito refrigerante e ri bastante. - comentou Hayley levantando-se do sofá e indo dar um beijo no rosto de Henry. - Boa noite, pai.

- Boa noite, pinguinho. - respondeu com os olhos ainda em mim, e eu hipnotizada por ele. Hayley veio até a mim e deu um beijo em minha bochecha.

- Boa noite, mãe. - disse e depois sussurrou. - Use camisinha, não quero irmãos agora. - fiquei pálida, e vi indícios de diversão na cara de meu marido.

- Bo-boa noite, querida. Pode deixar. - assim feito, ela foi para o seu quarto subindo as escadas rapidamente.

Após ouvimos o barulho da sua porta sendo fechada, Henry tira o seu casaco e o coloca no braço do sofá, tira os sapatos sociais e os joga no canto da sala, sem tirar os olhos de mim. Meu coração começa a acelerar e me vejo prestes a me jogar contra esse homem lindo.

Felizes para Sempre? - Livro 3 - O Recomeço.Onde histórias criam vida. Descubra agora