Thay.
Odeio ver o meu marido e a Hayley brigados, e é o primeiro mal entendido dos dois na fase adolescente de Hayley.
Nós jantamos calados, mas senti que Henry estava magoado, e sabe que também deve ter magoado a nossa lombadinha.
- Amor, ela irá consertar isso. - tentei ajudar a melhor o seu ânimo, mas em resposta, ele assentiu e continuou a comer.
Depois que terminamos a nossa refeição, Henry me abraça por trás e beija a minha nuca.
- Vou indo dormir, ok?
- Já? Mas está cedo, amor.
- Eu só quero dormir no momento. Desculpa. - me deu um selinho demorado e foi para o nosso quarto.
Hayley acabou de sair da cozinha para ir se desculpar com o pai, sorri por eu ter lembrado sobre a mania dela quando era pequena. Com os pensamentos longe, levo um pequeno susto ao ouvir o meu celular vibrar.
Enxugo as minhas mãos, e vou pegar o aparelho. Ligo-o e vejo uma mensagem de Augusto.
"Espero que você não tenha receio errado sobre mim. Só quero me aproximar de você, Thay."
Suspirei e me lembrei da minha repentina fugida dele para encontrar o meu marido, e ao deixar a minha mente a vagar, a tal loira - Kate - vem em minha cabeça, e não é bem vinda. Balanço a cabeça para esquecer isso, e respondo Augusto.
"Está tudo bem, Augusto. Só vamos manter contato profissional, por favor."
Sua resposta foi imediata.
"O que houve com o "Gus"?"
"Aquilo saiu naturalmente, e não irá se repetir."
"Pelo que eu vejo, você e o seu marido estão reconciliados, certo?"
"Sim, estamos. E peço para não se envolver pelos sentimentos passados, nós mudamos e amadurecemos."
"Tudo bem, mas podemos ser amigos?"
"Amigos de trabalho."
"Amigos de trabalho."
"Obrigada."
Mas para isso, não obtive resposta.
Me senti exausta demais, precisava da minha cama gigante e do meu marido enrolado á mim, mas quando entrei no quarto, vi uma cena que fazia 10 anos que não via. Hayley nos braços do pai, ambos dormindo relaxadamente.
- E fiquei sem canto para dormir. - sussurrei para ninguém em especial.
Caminhei para a cama e tentei me encaixar no meu lado, mas Hayley se mexeu, fazendo Henry acordar.
- Oi. - disse baixinho e ele sorriu.
- A cama ficou um pouco pequena ou é impressão minha? - comentou ele tentando se mexer.
- Acho que ela cresceu demais. - argumentei. Rimos e Hayley resmungou.
- Vem cá. - dei um jeito e consegui deitar, abraçada a Hayley. Henry passa o braços por cima de nós duas e beija a minha testa. - Me prometa uma coisa?
- O quê?
- Que isso nunca irá acabar.
- A Hayley está muito grande pra dormir conosco, Henry. - segurei o riso.
- Amor, me refiro a nós. - me silenciei e fiquei a observar o meu marido.
- Henry...
- Só prometa isso. - pediu com os olhos brilhantes. O que está havendo?
- Eu prometo, amor.
Acordei e vi Hayley vasculhando as blusas do pai. Fiquei observando-a, até que senti os olhos avaliadores de Henry sobre mim. Sorri preguiçosa e apontei para a nossa filha aprontando. Henry sorriu e levantou-se. Andou na ponta dos pés e deu um susto em Hayley, fazendo-a pular e gritar, e eu tive que me curvar de tanto rir.
- Meu Deus, pensei que vocês ainda estivessem dormindo! - reclamou ela.
- O que está procurando nas minhas blusas, mocinha?
- Ah, só quero aquela blusa quadriculada vermelha. - comentou.
- Filha, irá ficar um vestido em você. - disse eu. Henry assentiu em concordância e Hayley negou.
- Confiem em mim, eu sei o que fazer. - eu e Henry trocamos olhares.
- Ok, peguei e vá ser feliz. - disse Henry entregando a blusa para a nossa filha. Hayley sorriu e deu um abraço no pai.
- Obrigada. E tenham um bom dia. - e saiu de nosso quarto aos pulos.
- Ela acordou espiripitada, hein. - comentei e Henry me deu um olhar ardente.
- Que tal irmos tomar um banho que ficarmos espiripitados?
- Uau, agora marido!
Depois de um banho "quente" até demais, fomos para a cozinha e vimos Hayley colocando a mesa. Henry e eu nos entreolhamos assustados, pois nossa filha nunca fizera isso, mesmo que quando era pequena, insistia para ajudar, mas sempre negávamos. Quando ela percebeu a nossa presença, sorriu sem graça e sentou-se em seu lugar.
- Vocês não vão comer nada, mocinhos? - perguntou ela pegando uma maçã verde.
- O que deu em você? - perguntei.
- Só fiquei com vontade de aprontar a mesa para o casal feliz. - disse ela dando um sorriso.
- Hayley, desembucha. - firmou Henry.
- Ok, preciso de dinheiro para comprar um vestido, fazer uma maquiagem e essas coisas de mulher vaidosa. - disse rapidamente. Henry segurou o riso e eu arregalei os olhos para a intenção de minha filha ao querer ficar mais feminina.
- Bem, amor, o que você acha? - perguntou Henry. Fiquei a observar a minha menina e sorri.
- O Phil vai adorar fazer compras. - comentei e em resposta Hayley sorriu triunfante, e meu marido bufou.
É, as coisas estão indo muito melhor do que eu pensava!
Será?
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Felizes para Sempre? - Livro 3 - O Recomeço.
RomanceSe passaram 10 anos, Thayná e Henry tem suas vidas evoluídas, com desafios do cotidiano. Mas será que algo pode abalar o casamento desse casal? Hayley, a filha do casal, está com os seus 15 anos, e com isso irá ter os seus primeiros sentimentos de a...