Bernardo. - Cap. 44

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Morena

Confesso que não tinha nem chegado no morro e já tinha pensado em desistir umas dez vezes. Porém, já tava subindo o morro com o carro. Estacionei na porta da mãe Antônia e desci com a Hilary, mamãe me recebeu na porta.

Antônia: Minha filha, como você tá dirigindo com esse meninão desse tamanho?

Morena: Sabe que eu nem sei, mãe?

Antônia: Entra!

A gente entrou e tinha muita coisa diferente naquela casa, reparei cada detalhe e me bateu saudades grande daquele lugar, da casa. Eu amava aquele morro!

Antônia: Como meu neto tá? Já sabe quando vai chegar?

Morena: Mãe, o médico disse que eu já podia esperar a partir no final do próximo mês. Ele é saudável e come que é uma beleza.

Mamãe riu e depois subiu pra o quarto, voltou com uma sacolinha na mão.

Antônia: Eu sei que você vai amar, meu amor!

Morena: Qualquer coisa vindo da senhora é ouro! -beijei ela- Sinto sua falta

Antônia: E eu a sua!

Abri o presente e tinha um terço com uma gargantilha que tinha Nossa senhora Aparecida e uma pulseira pequena igual.

Antônia: Pra proteger esse meninão!

Morena: Obrigado, mãe! -abracei ela

Passamos horas conversando, almoçamos e ouvi a porta. Confesso que de momento meu coração gelou mas logo suspirei aliviada quando vi a Natalie.

Natalie: Parabéns, Morena! -ela apenas sorriu, passou por mim alisando minha barriga e subiu.

A gente não tava muito amiga e apenas respondi com um sorriso leve. Hilary subiu para o quarto da Natalie e eu continuei assistindo com a mãe sentada.

Antônia: Que tal a gente fazer um bolo e levar pra comer com o bar do seu Bonito?

Morena: Igual antigamente? Que você me leva? -sorri lembrando.

Antônia: Você realmente sente muitas saudades né?

Morena: Bastante! Aqui é tudo simples e eu sinceramente queria criar meus filhos aqui, na simplicidade e na humildade. Todo mundo gosta de todo mundo aqui, tem exceções? Claro! Mas não tem ninguém querendo ser melhor do que ninguém, aqui a parada é todo mundo igual! Ninguém precisa falar certinho.

Antônia: Eu entendo meu amor, volta pra cá?

Morena: Vamos com calma né mãe?

Levantamos e fomos pra cozinha, fizemos o bolo e nós sejamos, colocamos no forno.

Antônia: Vou pegar uma blusa pra você!

Mamãe saiu e fiquei limpando tudo, inclusive a louça. Senti alguém me olhar da porta da cozinha e me virei rápido.

Morena: M-me desculpa! Eu já tô indo embora.

Nando: Relaxa, irmãzinha! Onde tá minha irmã Hilary mesmo? Ahh! Esqueci, ela é minha filha. -ele subiu e pude ver a raiva nos olhos dele.

Morena: Eu errei, mas você também e não foi pouco. Você errou diversas vezes e eu perdoei feito uma patinha idiota, não dói em você? Você não pensa? -meus olhos enchem de lagrimas- Não te dói me ver na casa das pessoas fugida com uma criança na barriga e sua filha maior puxando? Não te dói ver que mesmo com a barriga pesando eu continuo trabalhando? Não te dói pensar que tá perdendo a gravidez novamente outro filho seu? Você não pensa que esse filho deveria ser criado com os pais? Claro que não né? Se não você não tinha isso.

A dona do morro (CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora