Morena
Confesso que não tinha nem chegado no morro e já tinha pensado em desistir umas dez vezes. Porém, já tava subindo o morro com o carro. Estacionei na porta da mãe Antônia e desci com a Hilary, mamãe me recebeu na porta.
Antônia: Minha filha, como você tá dirigindo com esse meninão desse tamanho?
Morena: Sabe que eu nem sei, mãe?
Antônia: Entra!
A gente entrou e tinha muita coisa diferente naquela casa, reparei cada detalhe e me bateu saudades grande daquele lugar, da casa. Eu amava aquele morro!
Antônia: Como meu neto tá? Já sabe quando vai chegar?
Morena: Mãe, o médico disse que eu já podia esperar a partir no final do próximo mês. Ele é saudável e come que é uma beleza.
Mamãe riu e depois subiu pra o quarto, voltou com uma sacolinha na mão.
Antônia: Eu sei que você vai amar, meu amor!
Morena: Qualquer coisa vindo da senhora é ouro! -beijei ela- Sinto sua falta
Antônia: E eu a sua!
Abri o presente e tinha um terço com uma gargantilha que tinha Nossa senhora Aparecida e uma pulseira pequena igual.
Antônia: Pra proteger esse meninão!
Morena: Obrigado, mãe! -abracei ela
Passamos horas conversando, almoçamos e ouvi a porta. Confesso que de momento meu coração gelou mas logo suspirei aliviada quando vi a Natalie.
Natalie: Parabéns, Morena! -ela apenas sorriu, passou por mim alisando minha barriga e subiu.
A gente não tava muito amiga e apenas respondi com um sorriso leve. Hilary subiu para o quarto da Natalie e eu continuei assistindo com a mãe sentada.
Antônia: Que tal a gente fazer um bolo e levar pra comer com o bar do seu Bonito?
Morena: Igual antigamente? Que você me leva? -sorri lembrando.
Antônia: Você realmente sente muitas saudades né?
Morena: Bastante! Aqui é tudo simples e eu sinceramente queria criar meus filhos aqui, na simplicidade e na humildade. Todo mundo gosta de todo mundo aqui, tem exceções? Claro! Mas não tem ninguém querendo ser melhor do que ninguém, aqui a parada é todo mundo igual! Ninguém precisa falar certinho.
Antônia: Eu entendo meu amor, volta pra cá?
Morena: Vamos com calma né mãe?
Levantamos e fomos pra cozinha, fizemos o bolo e nós sejamos, colocamos no forno.
Antônia: Vou pegar uma blusa pra você!
Mamãe saiu e fiquei limpando tudo, inclusive a louça. Senti alguém me olhar da porta da cozinha e me virei rápido.
Morena: M-me desculpa! Eu já tô indo embora.
Nando: Relaxa, irmãzinha! Onde tá minha irmã Hilary mesmo? Ahh! Esqueci, ela é minha filha. -ele subiu e pude ver a raiva nos olhos dele.
Morena: Eu errei, mas você também e não foi pouco. Você errou diversas vezes e eu perdoei feito uma patinha idiota, não dói em você? Você não pensa? -meus olhos enchem de lagrimas- Não te dói me ver na casa das pessoas fugida com uma criança na barriga e sua filha maior puxando? Não te dói ver que mesmo com a barriga pesando eu continuo trabalhando? Não te dói pensar que tá perdendo a gravidez novamente outro filho seu? Você não pensa que esse filho deveria ser criado com os pais? Claro que não né? Se não você não tinha isso.
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A dona do morro (CONCLUÍDO)
Teen Fiction⚠️ Plágio é Crime! ⚠️ Morena tem 23 anos e já comanda o morro e o tráfico da rocinha desde que seu ex-marido morreu em uma invasão. Esperta, apesar de muito bela evita contatos com seus vapores pela comunidade e foi abandonada pequena por seus pais...