CAPITULO 39

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Morena

Quando a Hilary chegou da escola já tinha várias malas pela sala e bolsas, sacolas. Ela chegava muito feliz, parecia que vinha com uma novidade e o sorriso? Me partia o coração quando acontecia algo e ele se desmanchava.

Hilary: A gente vai se mudar mamãe?

Morena: Senta aqui, princesa!

Hilary: Aconteceu algo?

Morena: Aconteceu! Você vai ter um irmãozinho ou uma irmãzinha...

Hilary: Mas eu já sabia!

Morena: Já?

Hilary: Sim! Você tava dodói né? Então!

Morena: Você gosta dessa ideia?

Hilary: Simmmm!

Morena: Olha filha... A muito tempo atrás, eu fiquei grávida mas eu não tinha como cuidar da criança que carregava na barriga, então, eu dei a mamãe Antônia pra ela e ela cuidou como se fosse mãe da minha criança, você entende?

Hilary: Essa criança sou eu?

Morena: É sim! A mamãe Antônia não é sua mamãe e eu não sou sua irmã, eu sou sua mamãe e a mamãe Antônia é sua vovó.

Hilary: E o papai Nando?

Morena: Ele é seu papai de verdade...

Hilary: Aahhhh! A gente vai pra onde?

Morena: A gente vai morar com a vovó!

Hilary: Antônia?

Morena: Não! A vovó Antônia é mãe do seu pai, a minha mãe é Maryse. Você vai conhecer e vai gostar muito dela, ela disse que você podia decorar seu quarto como quisesse!

Hilary: Sério?

Morena: Sim!

Hilary: O papai vai com a gente?

Morena: Não filhinha! Mas você pode visitar ele quando quiser...

Hilary: Tá bom, mamãe! Vamoooos...

Terminei de arrumar e a Hilary só falava do irmãozinho, que queria ver e que já até tinha escolhido um nome. Eu gostava do ânimo dela mas ela era era uma criança e mal sabia o que se passava.

Quando acabamos o motorista já estava levando as coisas pra o carro e ficamos de ir no meu.

Hilary: Vamoooos mamãe!

Hilary me puxava pela mão.

Morena: Vai na frente com ela, Maria! Eu já tô indo...

Maria: Vem, minha pequena! -Maria saiu puxando ela.

Olhei toda a casa e respirei, lembranças passaram na minha memória como em tão pouco tempo eu tinha sido tão feliz naquela casa, pela primeira vez. Uma lágrima caiu e limpei, tirei a aliança do dedo e subi as escadas, deixei a aliança em cima da cama.

Sai do quarto mas parei na porta, abri o closet e peguei a caixa do vestido de casamento, deixei na parte de baixo onde tinha as roupas dele e vi uma das rosas azuis do meu buquê cair. Eu tinha tirado uma como lembrança, sorri e cheirei. Parecia nunca ter saído o cheiro e como se tivesse comprado naquela hora, suspirei e sai do closet, amassei a rosa e joguei no meio do quarto. Sabia que ia murchar e então sai da casa, tranquei e levei a minha chave, entrei no carro e toquei pra casa da Maryse.

Nando

Eu tinha passado o dia todo lá deitado no meu antigo quarto na casa da mamãe, ouvi brigas na sala mas nem me importei. Quando ouvi passos longos e pesados no corredor sabia que lá vinha mais desaforos.

A dona do morro (CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora