Tiros ao céu

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Olhava fixo para Rodney e calmamente eu tentava conversar com ele. - Rodney o que é isso cara, calma, solte minha irmã e vamos conversar. Rodney aparentava estar drogado, bêbado e ter um certo surto psicótico tudo junto na mesma pessoa, ele não parecia mais ser o mesmo rapaz que eu conheci há um tempo. - Vamos todos ficar juntos, minha irmã é linda, linda como Gabriele! Ele beijava a orelha dela, numa mistura de fixação e ódio. Gabriele chorava, tentando respirar em meio à chave de braço e os soluços. - Rodney larga isso, você esta assustando a Gabriele, ela quer te ver bem não é mesmo Gabriele?! Dei uns passinhos em direção a eles com as mãos onde ele sempre poderia ver. Rodney me apontou a arma agora ele olhava pra mim sorrindo. - Novato, olha o brinquedinho do meu pai! Ele usou para matar a minha mãe, quando eu era bebezinho, bebezinho igual a minha irmã! Ele dava umas gargalhadas, realmente ele estava fora de si. - Bruno, vai embora! Gabriele tentava falar, mas Rodney a apertava ainda mais a sufocando. Aquilo me corroía, o ver fazendo aquilo na minha frente e eu não poder me aproximar. - Shiiiiiii! Quietinha, vamos todos ver a minha maninha logo logo... Você me deixou Gabriele! COMO PODE? Ele a sufocava ainda mais, apertando o pescoço dela. - Rodney, por favor, larga essa arma cara, pensa no que você esta fazendo! Solte a minha irmã, você esta machucando ela. - CALA A BOCA! Eu vou te matar novato, e depois eu e Gabriele vamos ficar juntos, junto com a minha irmãzinha, que me espera! É, esses dias ela veio me visitar, ela queria que eu te apresentasse para ela! Ele voltou a beijar o rosto de Gabriele.

Eu fiquei ali parado, nessas horas não se passava nada em minha cabeça, a não ser o sofrimento que minha irmã estava sentindo, Rodney estava sujo, parecia não tomar banho há alguns dias, não tinha mais aquela aparência atletica, de mandão. Ele agora parecia aqueles assassinos que vemos no noticiário da televisão. - Vamos cantar uma canção, pra minha maninha! CANTA NOVATO, CANTA! Ele apontava a arma para mim e Gabriele chorava cada vez mais. - Calma amorzinho, calma. Esta tudo bem, agora nos somos um casal. Ele falava para ela.  Ouvi um som, era distante, mas eu conhecia bem, eram as rodinhas do skate de Gabriel. Gelei e me faltava o ar. E se Rodney fizesse algo para Gabriel?! E se ele matasse todos ali mesmo? Ouvi alguém batendo na porta, então a empurrando. - Bruno?! Tem alguém em casa?! Gabriel chamava no andar de baixo. Rodney ficou atencioso! - Olha, é o Gabriel meu amigo! Escuta amor meu amigo esta aqui, ele veio ver o namoradinho dele, vocês são namoradinhos novato? Então eu olhava para a escada, e se Gabriel subisse por ali e entrasse no quarto, Rodney iria atirar? - Eu não gosto dele Rodney, eu quero que ele vá embora! Disse Gabriele entre soluços. - Não gosta? amorzinho ele é meu amigo, não, não ele brigou comigo, ele defendeu o novato! Manda seu namoradinho ir embora! Dei uns passos andando de ré até a porta do quarto, mas sempre olhando para Rodney e Gabriele. - Vá embora Gabriel, eu não quero te ver! Gritei da porta do quarto. - Bruno?! Esta tudo bem? Posso subir? A porta estava aberta, e entrei. Disse ele do pé da escada - CAI FORA GABRIEL, AGORA! SOME DAQUI! Era tão difícil entender assim, que algo de errado estava acontecendo?

Gabriel pegou o skate e saiu pela porta, ele ainda olhava para as janelas, tentando entender o que estava acontecendo, então ele embalou o skate pelo meio da rua e parou um carro que vinha. - Gabriel, o que você faz aqui rapaz?! Era minha mãe e meu pai que voltavam do jantar. - Tem algo de errado na casa de vocês, cuidado! Disse Gabriel assustado. - O que você quer dizer com isso meu jovem? Perguntava meu pai com aquela cara dele de mandão. - Não sei senhor, não sei explicar, apenas cuidado! Ele olhava para a minha mãe, buscando auxilio. Meu pai estacionou o carro do outro lado da rua e desceu, fez sinal para minha mãe ficar ali. Foi entrando imponente pela porta aberta. - Bruno?! Gabriele?! Onde vocês estão. Rodney agora parecia nervoso. Sua mão começou a tremer e ele apertava ainda mais o pescoço de Gabriele. - Quem é? Quem é? Manda irem embora. Gabriele puxou com toda a força o braço que a prendia e soltou um grito que ecoou pelas paredes do quarto. - PAAAAAAAAI!  Em dois lances de escada meu pai estava no andar superior. Rodney deu um tiro para o alto. - Parado ai tiozinho! Meu pai entrou calmamente no quarto e me puxou para atrás dele. - Meu jovem, vamos nos acalmar coloque essa arma no chão para que possamos conversar. Você é inteligente e eu sei que podemos conversar calmamente. Ele se virou e fez sinal para eu sair dali. - Nem mais um passo novato, ou eu mato ela! Ele apontava a arma para a cabeça de Gabriele que choramingava. - Largue a minha filha, deixe meu filho ir em paz, você quer dinheiro? O que você quer meu jovem? Eu posso conseguir para que você deixe minha família em paz! - EU QUERO VINGANÇA, EU QUERO MINHA IRMÃ! EU QUERO MEU AMOR QUE FOI TIRADO DE MIM! Rodney agora começava a choramingar. - Nos podemos fazer isso tudo, podemos juntos meu rapaz, só solte a minha filha e deixe meu menino ir. Fique comigo de refém me leve, mas não os machuque. - Pra parede novato, vá pra parede eu quero ver você. Então sai de trás do meu pai calmamente e fui indo em direção da parede um passo de cada vez. Só passava em minha cabeça a imagem de Gabriel, e da minha família. Era hora de partir, e se tinha alguém que merecia ser punido por aquilo tudo, esse alguém era eu! - Vamos Rodney, atire, acabe com isso e deixe a minha família em paz. Rodney chorava ainda mais, sua mão tremia então ele disparou.

Enfim sós. (Um romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora