Quero ver ela de novo

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Dinah estava com o coração descompassado quando saiu do restaurante. O que foi aquele choque? Nunca sentira isso com ninguém.
Os olhos da mulher eram de um castanho tão lindo que pareciam ter prendido Dinah neles. E o fato de ela ter perdido a fala? Isso com toda certeza nunca tinha acontecido!! Afinal era Dinah Jane Milika Ilaisaane Hansen Amasio e sempre tinha o que falar. Não era?
Não, não era, porque aquela baixinha linda a deixou sem fala. Mas que droga.
Ainda perdida em pensamentos ela esbarra em alguém e por impulso segura a pessoa pra que não caia, quando olha porém, vê os muitos xales que envolviam a cigana que salvara horas antes.
-Parece que você está sempre me segurando Dinah.
-Desculpe, eu estava distraída e... Como sabe meu nome?
-Sei muitas coisas que ignora moça. - Diz a cigana com um sorriso.
Dinah sustenta seu olhar.
-Poderia conversar por alguns minutos? - Pergunta a moça de pele caramelo.
-Poderia. - Responde a cigana. - Mas não hoje, nem agora. - Ela entrega uma pedra de um lindo tom castanho a Dinah, que olha e se lembra automaticamente dos olhos de Ally. - Quando chegar o momento, e você vai saber qual é, aperte essa pedra. Eu vou até você aonde estiver.
A cigana começa a se afastar, mas Dinah a chama.
-Espera, por favor. Isso tem algo a ver com a empresa? Ou com... Com a Ally?
-Essas são respostas que você precisa descobrir sozinha Dinah.
A cigana se afasta mais rápido do que qualquer pessoa julgaria possível, deixando Dinah perplexa segurando aquela pequena pedra.
Ela guarda o objeto no bolso e sai em direção a empresa se perguntando se mais alguma coisa maluca vai acontecer.

**

Camila estava terminando de redigir um contrato quando Dinah entrou na sala. Ela olhou pra amiga.
-Hey Cheechee você vol... O que aconteceu?
-Porque tá perguntando isso? - Rebate a maior.
-Você tá branca Dinah - Diz Camila se levantando e indo até a amiga. - Aconteceu alguma coisa?
-Na verdade sim. - E ela conta seus dois encontros com a cigana, mas sem comentar sobre a baixinha linda que conheceu mais cedo.
-Isso é bobagem Cheechee. Essas pessoas só querem ganhar dinheiro as nossas custas, esquece isso. Agora me diz, conseguiu conversar com a chef de cozinha?
-Consegui Chancho, mas ela disse que não vai nos ajudar.
-Porque? - Pergunta Camila triste.
-Ela é a dona do restaurante. Disse que lutou demais pra ter o próprio negócio pra não precisar trabalhar pra ninguém e não vai trabalhar pra gente.
-Mas que bobagem. Não queremos contratar ela ou algo assim, é só um dia. - Camila parece bem revoltada.
-Eu consegui marcar uma reunião com todas nós amanhã as dez. Vamos precisar de toda persuasão pra convencer ela. Mas a parte boa é que eu espero que Lauren nos ajude.
Normani que entrava no escritório nesse momento ouviu o nome e reconheceu.
-Lauren? - Pergunta ela com um sorriso. - A nossa Lauren Michele Jauregui Morgado?
-A própria Mani. - Responde Dinah. - Ela é sócia do restaurante. Mas a outra sócia... - E Dinah conta novamente a história e fala da reunião.
-Não precisa se preocupar. Vamos apelar pra Lauren e ela vai nos ajudar. Sinto saudade dela sabia? - Diz Mani.
-Ela parece ser legal. - Diz Camila. - Mas essa outra, eu não sei não.
-Talvez ela seja legal, mas orgulhosa. - Fala Mani.
-Eu conheço a Lauren, ela não seria amiga de alguém ruim. Você sabe Mani. - Dinah diz com clareza.
-Sim, você tem razão. - Mani rebate. - Lauren é uma das melhores pessoas que conheço. Foi bem triste quando ela sumiu do boxe.
-Meu Deus, já estou me apaixonando por essa menina. -Diz Camila fazendo as outras duas rir.
-Além de ser ótima pessoa a Lauren é bem gostosa.
-Dinah!! - Dizem Camila e Normani ao mesmo tempo.
-O que foi? - Pergunta Dinah rindo. - Vai negar que ela é linda Mani?
-Precisa falar assim? - Pergunta Mani, mas Dinah apenas a encara. - Tá bem, tá bem. Não posso negar que ela é bonita, e aqueles olhos que parecem esmeraldas realmente chamam atenção.
-Tá bom. - Diz Camila sorrindo. - Preciso conhecer essa deus grega maravilhosa que vocês tão falando.
-Deusa grega mesmo. - Diz Dinah. - Porque a mulher parece uma folha de sulfite.
Todas dão risada.
-Bom, amanhã você a conhece. - Diz Mani. - E com sorte convencemos a outra moça a nos ajudar. Agora vamos pra casa dormir.
-Tá de carro Mani? - Pergunta Dinah.
-Não.
-Então eu te levo pra casa. - E seguindo costumes antigos, Dinah segura a mão de Mani, confortavelmente, e se lembra com uma certa aflição do choque que percorreu seu corpo quando tocou em Ally.
Ela não sabe direito o porque, mas só sabe que quer ver ela de novo. Quer muito.

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