Ela é real?

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Assim que a moça se virou Ally se perguntou se ela era real. Como poderia uma mulher ser tão bonita? Sua pele tinha um tom de caramelo lindo, seu cabelo loiro e meio desarrumado num estilo lindo, a boca desenhada, o lábio de baixo um tantinho mais grosso que o de cima, os olhos castanhos brilhavam e eram desenhados por cílios longos e perfeitos, sobrancelhas desenhadas e isso sem falar do corpo. Era maior que Lauren, silhueta fina, mas com tudo proporcional, seios, bunda, coxas, cintura... Meu Deus. Ela é real?
Tudo isso Ally pensou em fração de segundos.
-O que seria só por um dia? -Perguntou novamente, já que a mulher em sua frente parecia ter perdido a fala.
-Ally, essa é a Dinah, uma amiga de adolescência. Dinah, essa é a Ally, minha sócia e chef de cozinha do restaurante. - Apresentou Lauren.
-Então você é a chef? - Perguntou Dinah recuperando a fala.
-Sim. Posso ajudar?
-Mais do que só ajudar. Pode salvar minha vida.
-Como assim? - Pergunta Ally.
-Se importa de conversar comigo?
-De maneira alguma, venha ao meu escritório. - Diz Ally enérgica já indo em direção ao mesmo. - Laur pode ir. O Troy vai levar o Harry em casa as seis, leva ele pra aula de piano pra mim?
- Claro, até mais tarde pequena. Tchau Dinah.
-Tchau Laur, muito bom te rever.
Ally abre a porta do escritório e entra seguida por Dinah, que sem ela reparar media a menor da cabeça aos pés.
-Sente-se. - Diz Ally já se sentando em sua mesa. - Eu sei seu nome mas não sei realmente quem você é.
-Me desculpe. - Diz a maior se sentando. - Me chamo Dinah Jane Hansen, na verdade tem outros nomes, mas é demais pra falar. Sou amiga de adolescência de Lauren e uma das donas da Vidas Entrelaçadas Casamentos.
-Ow... Uma das donas da Vidas Entrelaçadas? Eu devo te agradecer, seus clientes lotam meu restaurante. - Diz Ally.
Dinah abriu um sorriso antes de responder.
-Não precisa agradecer.
-Mas então, o que posso fazer por você Dinah? - Pergunta a menor.
-Bom Ally... - A maior explica tudo pra menor, o casamento, o pedido da noiva, a importância de realizar esse evento e em como precisa da ajuda dela.
-Então, - começa a menor - você quer que eu cozinhe pra vocês no casamento de Justin e Ariana?
-Você receberia por isso.
Ally a fita nos olhos.
-Não.
-Como assim?
-Assim Dinah. Não. Lamento, mas não vou fazer o menu do casamento pra vocês.
-Mas porque? - A maior pergunta com certa incredulidade.
-Não me leve a mal. Batalhei por anos pra ter meu próprio negócio e não precisar trabalhar pra terceiros, não vou abrir mão disso pra cozinhar pra uma empresa de casamentos, por mais dinheiro que isso possa me dar.
-Mas é apenas um dia. Não é um contrato... É apenas um dia. - Diz a maior alterando a voz.
-Já dei minha resposta. - Ally se levanta. - Agora eu preciso trabalhar.
-Por favor. - A maior pede também se levantando, o que força Ally a olhar pra cima. - Reconsidere. É um pedido especial.
-Já considerei. Mantenho minha resposta. - Diz Ally calmamente.
-Ao menos nos conceda uma reunião. - Pede Dinah desesperada. - Eu, você, minhas sócias e Lauren. Por favor.
Ally olha pra mulher a sua frente.
-Tudo bem. Normalmente fechamos aos domingos, mas podemos fazer uma reunião aqui amanhã, as dez. Mas eu duvido que irei mudar de decisão.
-Apenas converse conosco. - Diz a maior.
-Tudo bem. - Ally responde.
-Obrigada. - Dinah diz e estende a mão para apertar a de Ally.
Quando as mãos se tocam no entanto Ally puxa a sua. Ela pode até estar maluca, mas tem absoluta certeza que um choque percorreu seu corpo no momento em que encostaram uma na outra. E ao que parece a de pele caramelo também sentiu, pois apertava a mão apreensivamente.
-Eu... - Dinah olha nos olhos de Ally, fazendo a menor se sentir radiografada. - Eu volto amanhã as dez com minhas sócias.
-Claro, vamos estar esperando.
Sem dizer mais nada Dinah sai deixando Ally sozinha.
A menor fica olhando a porta, do nada sente um vazio enorme e tem uma sensação de que o motivo daquilo é a partida da moça que acabou de sair. Ela olha a mão onde sentiu a onda de choque.
De onde essa mulher saiu? Como pode ser tão linda? Porque pensava nela desse jeito? Afinal, Ally pensa, não deve ser nada. Eu sou hétero e não tem nada de errado em achar outra mulher bonita. Mas porque aquele choque quando se tocaram? Ally balançou a cabeça como que para clarear as ideias... De todas as perguntas a mais importante é a que foi feita primeiro: Ela é real?

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