Vidas Entrelaçadas

A dor sufocou ela

Mani estava chegando com Dinah e Ally ao hospital. Não estava feliz, não estava confortável e nem aliviada. Não estava bem em fazer aquilo. Ainda se lembrava de como tinha acontecido tudo.

Flash Back on

Ela guiava uma Dinah desesperada até seu carro. As duas estavam com hematomas das agressões de Gordon.
-Ele... Ele... - A polinésia soluçava e se tremia de chorar, não conseguindo falar nada.
-Calma meu amor. Calma.
-Ele te machucou? - Dinah consegue finalmente pronunciar já dentro do carro com Mani dirigindo.
Mani suspira, mesmo com a própria dor dos próprios machucados e de ter sido expulsa por quem devia lhe proteger, mesmo com o sentimento ferido pelo preconceito de quem lhe criou ela perguntava sobre o bem estar da outra. Isso era um dos motivos de Mani ter se apaixonado.
-Está tudo bem amor.
-Aonde eu vou morar Mani? Como vou cuidar de você? E o Seth, a Gina, a Kami e a Mika? Meus irmãos...
-Amor... - Mani falou com a voz mais suave que pode. - Vai ficar tudo bem com seus irmãos. E você vai pra minha casa. A gente vai ficar junto. Você sempre vai cuidar de mim

...

Elas tinham terminado o trabalho faz tempo, mas Dinah não havia chegado ainda. Mani olhava as paredes do apartamento, o apartamento delas, mas ali nunca fora um lar. Nesses três anos desde que foi expulsa Dinah não era mais a mesma.
Mani chorava com o que ia fazer, mas chorava mais ainda porque não queria. Ainda amava demais sua gigante, mas não podia suportar mais daquilo. Dinah tinha se tornado um vício e vícios nunca fazem bem.
Ouviu o barulho da chave e viu a mulher entrando aos tropeços. Bêbada de novo, foi tudo o que pensou. Não disse nada, apenas cuidou de Dinah e a pôs pra dormir.
Passou a noite em claro no sofá e quando Dinah acordou lhe serviu uma xícara do café que já tinha feito. A maior tomava o café em silêncio e Mani tinha que fazer aquilo.
-Dinah. A gente precisa conversar sério.
-Mani, agora não.
-Agora sim. Eu quero terminar.
A maior levantou o rosto rápido.
-Tá brincando comigo?
-Não Jane. É a verdade. Tô cansada.
-Mas... A gente... A gente tem uma vida Normani.
-Não Dinah. Faz tempo que não temos uma vida. Faz tempo que você se... Eu não aguento mais.
Ela chorava copiosamente porque doía estar fazendo aquilo, doía deixar seu amor assim, doía terminar algo tão lindo. Mas doía muito mais a frieza e a distância de quem ela amava. Elas se olharam, chorando por um longo tempo, até Dinah falar.
-Eu vou falar com a Camila. Eu mudo pro AP dela e... A gente mantém a amizade pelo bem da empresa. - Ela ficou alguns instantes em silêncio. - Eu te amo Mani. Desculpa não ter conseguido cumprir minha promessa de cuidar de você.
Dito isso ela levantou, beijou a testa da negra e saiu, deixando Mani chorando pelo amor perdido.

Flash Back off

Dinah parou o carro em frente ao hospital. Elas ficaram em silêncio, paradas, pensando. Dinah e Mani ainda sentiam a dor, mesmo que Dinah tenha perdoado os pais nada do que aconteceu seria apagado.
-Vamos gente. - Disse Ally calmamente.
Elas saíram do carro e entraram no hospital.
Entraram no quarto e Gordon estava meio sentado, lendo um livro.
-Dinah. Oi. - A voz era fraca.
Dinah respondeu, assim como Ally, mas Mani ficou em silêncio. Eles interagiam numa conversa leve, mas a negra permanecia em silêncio.
-Dinah, você e sua namorada podem ir comprar um jornal pra mim?
-Um jornal? Pai, você tá lendo um livro. - Respondeu a polinésia.
Ally olhou de Mani pra Gordon.
-Vamos amor, vamos comprar um jornal pro seu pai.
Ally pegou Dinah pela mão e a tirou do quarto, deixando Mani e Gordon num silêncio desconfortável.
-Você cresceu de muitas maneiras Normani.
Mani o olhou, surpresa que soubesse seu nome.
-Olha... Eu sei o que sente por mim, não posso te culpar. Mas vamos conversar por favor.
-Conversar? Agora, depois de nove anos, você quer conversar? - Mani sentia seu corpo tremer.
-Eu sei o que eu fiz Normani. Nada vai mudar isso. Mas eu...
-Não diga que mudou. Eu... Não acredito.
Gordon respirou fundo.
-Tudo bem. Eu dei motivos pra isso. Mas... Eu preciso pedir perdão Normani. Você pode não acreditar, mas está me doendo tudo que eu fiz.
-Você acabou com a gente. Você nos agrediu, nos ofendeu e ainda deixou seu orgulho matar sua filha.
-Eu sei. - Ele agora chorava. - Eu sei. Mas... De verdade, eu sinto muito.
-A dor sufocou ela. - Mani dizia sem pensar. Precisava por pra fora. - Ela mudou tanto. Chorou tanto. Ela se afogou na tristeza. Ela deixou de ser meu porto seguro, minha princesa... A dor sufocou tanto ela que ela deixou de ser a pessoa por quem eu me apaixonei. Eu passei meses chorando sozinha naquele apartamento pelo que ela se transformou. Por eu ter perdido o primeiro amor da minha vida. E a culpa foi toda sua. Toda e exclusivamente sua.
Ela parou, respirando fundo. Ter dito tudo isso parecia ter lhe trazido um alívio que ela não sabia precisar, mas que foi incrível receber.
Gordon deixava lágrimas silenciosas rolarem de seu rosto.
-Eu sinto muito Normani. De verdade.
-Eu também sinto. Sinto por você ter deixado o preconceito e o orgulho te tirarem a pessoa maravilhosa que a Dinah é. Mas não vou mais guardar rancor e mágoa. Nós duas merecemos a paz que esses sentimentos nos tiraram. - Mani respirou fundo antes de continuar, porque era difícil. - Eu te perdoo Gordon. Não por você. Por mim, e pela sua filha, que eu ainda amo, como uma melhor amiga agora, mas amo. E te peço... Te imploro, pra você não machucar ela de novo.
Eles ficaram em silêncio, mas agora não era incômodo. Agora a paz estava presente, dos dois lados.
-Obrigado Normani.
Ela foi até a cama e estendeu a mão, que Gordon segurou.
Saiu dali depois de secar as lágrimas, mandou uma mensagem pra Dinah, avisando que estava indo embora e que perdoara o pai dela.
Estava distraída enquanto ia pro ponto de táxi mais próximo, então acabou esbarrando em alguém.
Ao levantar a cabeça pra se desculpar encontrou olhos castanhos, uma pele clara, um cabelo comprido e escuro e um sorriso doce.
-Desculpa. - Mani disse sem graça.
-Sem problemas. - Respondeu a moça. - Você tá bem? Parece que chorou.
-Eu tô... Em paz agora.
-Isso é bom. Demétria, Demi. - A moça falou estendendo a mão.
Mani pegou e ficou segurando.
-Normani. Mas pode chamar de Mani.
-Prazer Mani. Tá indo a algum lugar? Porque... Eu posso te dar uma carona.
-Eu... Estava indo almoçar no restaurante das minhas amigas. O Brooke's.
A moça sorriu.
-Eu trabalho no Brooke's. Vamos, eu te levo.
Normani sorriu e acompanhou a moça.

-×-

Oi gente...
Eu estava pensando em fazer um Q&A com os personagens no próximo capítulo, o que acham? Se gostarem da ideia mandem todas as perguntas que quiserem pra todos os personagens. Fale seu user, sua pergunta e pra que personagem seria. Faça perguntas a todos os personagens se quiser, tenho certeza que eles vão adorar responder. Então é só isso.

Beijos da Raay  💋💋