Glamour Entre o Amor e a Vingança

Capítulo SEIS - Armadilha da vida

CONCENTRAÇÃO é fundamental para conseguir alcançar aquilo que mais almejamos. Era o que Andrew repetia para si mesmo enquanto caminhava pelos corredores do Instituto de Biologia e olhava para a ficha que estava em suas mãos. Sentia-se confiante e esperançoso, porém, ao mesmo tempo um certo nervosismo permeava seu corpo. Será que seria tão fácil assim conquistar o coração de Ágata?

De qualquer forma, tudo estava arquitetado.

Há um ano, ele se candidatara para ser voluntário no instituto, já que começara a estudar Biologia à distância. Não que ele quisesse ser biólogo, fez isso apenas para poder estar onde Ágata mais gostava de ir quando tinha folga. Ali seria o lugar ideal para se aproximar dela.

Tinha de admitir que no início odiou aquele lugar. Ficar no meio do mato, estudando plantas e animais na companhia de biólogos, não era um bom programa para o fim de semana e nem para qualquer outro dia. Pensou em desistir e procurar outra forma de aproximar-se de Ágata, mas depois foi se acostumando com o local e quando menos imaginou tornou-se um amante das "leis, origens, desenvolvimento, funcionamento e o relacionamento entre os seres vivos", como dizia em um dos parágrafos do velho livro que era obrigado a ler toda semana.

Andrew era aplicado, inteligente e esforçado, não foi difícil ganhar a confiança de todos no instituto, e agora, depois de tantas tentativas, finalmente em suas mãos estava a autorização para ser o guia de Ágata durante todo o dia seguinte. Ainda bem que todos os biólogos estavam ocupados, por isso fora tão fácil conseguir aquele trunfo. Ele não acreditava em sorte, mas imaginou ser tudo aquilo bem semelhante.

Ninguém imaginava sua real intenção, mas tinha de admitir que essa fase do seu plano era a mais complicada. De toda forma, gostava de desafios.

Saiu do instituto com um belo sorriso no rosto. Enquanto caminhava para a pousada que ficava próxima dali, ficou antecipando em sua mente, o primeiro encontro com Ágata.

Definitivamente precisava relaxar, esfriar a cabeça, pensar em outra coisa. Caso contrário a ansiedade tomaria conta e tudo poderia ir por água abaixo. Colocou as mãos no bolso da sua calça jeans e lembrou-se de uma praia onde alguns colegas costumavam jogar vôlei. Decidiu ir ao seu quarto pegar uma bermuda e se divertir um pouco. Era o melhor a fazer.

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Próximo dali, saindo do restaurante vegetariano, estavam Cris e Ágata. Depois de almoçarem, estavam indo à praia — por insistência de Ágata — para assistirem a uma partida de vôlei.

Cris não parava de falar. Parece uma matraca, pensou Ágata. Ambas caminhavam devagar pelas calçadas, as pessoas olhavam para Ágata, admiradas. Não era todos os dias que viam uma celebridade por ali, embora já estavam acostumados com a modelo, afinal, sempre que podia transitava por ali.

— Você acha que devo ligar para ele? — Perguntou Cris com ar de seriedade, aguardando por uma resposta positiva da amiga.

— Pra ser sincera eu não sei. — Colocou os óculos de sol — Acho que essa deve ser uma escolha sua.

— Pior que tenho minhas dúvidas. Não sei se devo continuar com esse relacionamento. — Ela olhou para o céu e suspirou — Mas eu acho que o amo.

— Cris, uma vez eu li uma frase que dizia mais ou menos assim: "Um amor que faz sofrer não é amor". — Parou em frente a um carro estacionado e olhou seu reflexo, depois ajeitou os óculos escuros e prosseguiu, caminhando. — Você acredita no fundo do seu coração que vocês realmente se amam?

— Quando estou com ele me sinto tão bem! — Pausou, piscou os olhos e deu um breve sorriso. — Ele é uma pessoa bacana, tudo bem que é ciumento, que gostaria que eu ficasse mais tempo com ele. Mas não posso abandonar minha profissão para ficar o tempo todo ao lado dele. Eu amo ser assessora. E eu não me imagino ter que levar uma vida pacata. Você me conhece, sabe que gosto de agitação.