18 • Flashback Parte 3: Feliz Aniversário, Newt!

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“Newt, pare com isso, alguém pode ver!” Leta censurou, mas ria abertamente, desfrutando do momento em que os dois poderiam estar a sós.

Algumas semanas se passaram após o dia em que eles compartilharam o beijo na cachoeira e adentraram num relacionamento tórrido, porém preferiam manter tudo em segredo, especialmente por Leta, que planejava fugir de casa assim que saísse de Hogwarts, pois não aguentava mais os abusos de sua família. Ela e Newt já haviam planejado tudo, assim que se formassem Leta sairia de casa enquanto ele procuraria um local onde eles pudessem ficar bem e em paz. Sebastian garantiu que os ajudaria, afirmando que seus pais tinham contatos nos arredores do vilarejo de Fishpond Bottom e pediria a eles que avisassem assim que soubessem de um local livre.

Enquanto isso, eles aproveitavam ao máximo cada tempo livre que encontravam, o que era raro uma vez que eles estavam perto de prestar os N.O.M’s. Naquele mesmo dia, véspera do aniversário de Newt, os lufanos tiveram um raro horário livre após o almoço que eles logo trataram de aproveitar à beira do lago, num trecho ligeiramente afastado, a fim de que tivessem um pouco de privacidade.

Mais uma vez Newt avançou e roubou-lhe um beijo, que desta vez Leta não só não se opôs como correspondeu com ardor, jogando os braços ao redor do pescoço do garoto que, por sua vez, a puxou pela cintura, fazendo com que ela praticamente sentasse em seu colo. Ao se dar conta de suas posições, um suspiro débil saiu da boca dela, enquanto roçavam os lábios. “Newt...”.

Newt queria dar vazão a todo desejo que sentia naquele momento, mas também não queria pressioná-la. Como forma de suprimir tais sentimentos, ele agarrou fortemente em punho o tecido da camisa que cobria a cintura dela; este movimento não passou despercebido e Leta inalou bruscamente o ar quando ele o fez, fazendo com que o peito dela subisse diante do rosto dele. Isso não ajudou nem um pouco; ele encostou a face vermelha sobre o peito coberto dela, murmurando seu nome.

“Eu sei, Newt, eu sei. Eu também quero, especialmente se for com você.” Ela deu um risinho. “Mas... ainda não é o momento”.

Newt olhou para ela em resignação, já encontrando um pouco de calma. Ele jamais a pressionaria a fazer algo que não quisesse, e deixaria isso bem claro. Leta saiu de seu colo e sentou a seu lado, sorrindo ternamente.

“Meu lindo garoto”. Ela beijou-lhe a face, carinhosamente. “Paciência... Em breve estaremos juntos”. Subitamente, ela teve uma ideia. “Você pode me encontrar à meia-noite na sala comunal?”.

“Claro”. Ele respondeu. “Algum problema?”.

“Não, muito ao contrário”. Ela respondeu, um ar malicioso pairando pelo rosto.

*

No horário combinado, Newt aguardava Leta vir do dormitório feminino em frente à janela da qual vinha a luz da lua cheia. Não demorou muito para que ele ouvisse passos curtos e rápidos vindo quando a garota surgiu, o corpo inteiramente coberto por uma imensa capa preta.

“Vamos?”. Ela sorriu, ansiosa.

“Para onde vamos?”. Newt indagou, se levantando e a seguindo rumo à saída.

“Já já você vai ver”. Ela sorriu para ele por cima do ombro, puxando-o pela mão.

Os dois subiam as escadas o mais silenciosamente possível, para não chamar a atenção do zelador e muito menos do poltergeist Pirraça. Newt estava prestes a perguntar a Leta se nunca chegariam ao destino quando, no sétimo andar, ela parou em frente à enorme tapeçaria retratando a insensata tentativa de Barnabás, o Amalucado, de ensinar balé aos trasgos. Newt riu ao olhar para a tapeçaria, mas depois notou que Leta deu três voltas em frente à enorme parede e agora a olhava intensamente. Newt ia mais uma vez perguntar o que ela estava fazendo quando uma porta se materializou à frente deles.

“O que é isso?”. Ele perguntou, espantado. Leta mais uma vez o puxou pela mão e eles adentraram o recinto. O queixo de Newt caiu diante de uma das visões mais lindas que ele já tivera na vida.

Um campo esverdeado se alastrava infinitamente, pontuado aqui e ali por pequenos lagos convidativos e musgos macios. Algumas árvores se estendiam mais adiante, suas enormes sombras tremeluzindo à luz, ainda que falsa, do sol. Mas o melhor de tudo eram as criaturas que haviam por ali. Ele pôde vislumbrar alguns pares de Graphorns, um dos lagos era repleto de Grindylows e Kappas, outros Kneazles se espreguiçavam à sombra das árvores e por vezes sua cabeça era cercada pelo voo constante de Fiuuns e Billywigs.

“Feliz Aniversário!”. Leta exclamou de repente, se aproximando e dando-lhe um beijo estalado na bochecha.

Newt sorriu. Ele, como sempre, havia esquecido completamente do seu aniversário. Ele olhou mais uma vez para a paisagem, maravilhado, até inclinar ligeiramente a cabeça e olhou para Leta, que agora o observava, uma expressão inescrutável tomando conta de seu rosto. Ele não pôde mais resistir e imediatamente a puxou para si.

Leta correspondeu com entusiasmo, entalando os dedos nos cachos acobreados do garoto. Ele mal conseguia pensar, apenas deixou o instinto agir e moveu suas mãos pousadas nos ombros para os fechos da capa dela. Quando o capa caiu a seus pés, ele ofegou com a súbita visão da garota em uma única peça de roupa de seda, cuja extremidade apenas pairava na parte superior das coxas. Ela o olhava com um sorriso nervoso.

“Achei que você gostaria... disso...”

Newt voltou os olhos para o rosto dela com dificuldade, mas sorria ternamente, tentando acalmá-la ainda que ele próprio estivesse um tanto nervoso também. No entanto, ele precisava ter certeza das implicações daquilo.

“Gostar... obviamente que sim mas... Leta, você tem certeza?”

Em resposta, Leta avançou mais uma vez, fechando a lacuna existente entre eles ao pousar sua boca na dele. Ele entreabriu a boca e as línguas se tocaram, causando uma explosão de emoções que faziam seus corpos estremecerem. Numa demonstração surpreendente de força e ousadia, Newt agarrou o traseiro redondo dela e a carregou, enquanto Leta entrelaçava suas pernas ao redor da cintura dele instintivamente e então ele os abaixou gentilmente até deitá-la na relva macia. Newt a admirou por um momento, encantado pela beleza dela até que ela sorriu e o puxou para mais um beijo de tirar o fôlego. No instante seguinte, os dois mais uma vez se encontraram nus, tal como no dia em que encontraram a cachoeira, mas dessa vez não passava de uma simples provocação, eles sabiam o que estava prestes a acontecer.

Newt dedicou-se a adorá-la e oferecer-lhe o prazer que ambos mereciam, ainda que fossem inexperientes e precisassem de orientações dadas um pelo outro de como melhor proceder. Aos poucos eles foram encontrando o caminho perfeito e depois de alguns minutos apenas o que se ouvia junto ao arrulhar dos pássaros e o soprar do vento nas folhas das árvores era a cacofonia dos gemidos e suspiros dos amantes que acabavam de se (re)conhecer.

*

Newt repousava a cabeça sobre o peito nu de Leta, enquanto a moça acariciava carinhosamente seus cachos acobreados, os dois agarrados na doce fadiga após o amor. Leta inspirou profundamente, o peito levantando-se e Newt enfiou o rosto em seu esterno, os lábios nunca deixando a pele morena e também inspirando profundamente o perfume de seu corpo.

“Precisamos ir.” Ela murmurou.

“Mmmmm...” Ele grunhiu, agarrando-se mais à ela, em protesto. Ela riu.

“É sério.” Ela depositou um pequeno beijo nos lábios dele. “Logo...” Mais um beijo. “Acordamos...” Outro beijo. “Cedo.” Um beijo final antes que se levantassem.

Amor, Guerra e CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora