Teenager Hurricane ✖️ Jack Avery

feat. 18

Jack

Eu me afastei para evitar que aquilo fosse adiante. Okay, foi eu quem beijou Lisa, mas eu também não poderia ficar fazendo isso para sempre, ainda mais pelo fato de ela ter gostado. O castigo seria eu parar, apenas.

— Você reclama quando eu falo, Lisa — dizia eu enquanto me levantava — Mas você é realmente um Furacão Adolescente. Fica desse jeito... destruindo tudo, chamando atenção e agindo com imaturidade.

— Você bem que poderia ter me ajudado a levantar, não, Avery? — ela resmungava, saindo da fonte, ensopada.

— Por mim, você morria afogada aí — eu dei de ombros, ignorando os olhares alheios enquanto tirava o meu casaco molhado.

— Acho que suas fãs não sabem que você é desumano, Avery. Isso é tão deselegante! — ela tirou o boné e passou a mão entre os fios úmidos.

— Deselegante é andar com você e, infelizmente, eu sou obrigado — eu reclamei, começando a caminhar pela rua e deixando Lisa para trás, a qual tentava torcer a bainha da sua calça.

Não demorou muito para ela aparecer ao meu lado, falando alguma das suas porcarias insuportáveis. A verdade é que eu esqueci sobre o tênis e a loja. Andávamos em outra direção, como se estivéssemos passeando. Eu não iria para o carro, pois não queria molhar o banco e tinha preguiça de limpar. Além do mais, já tinha aguentado Lisa por muito tempo, um pouco mais não seria quase nada.

— Para onde estamos indo? — ela me perguntou.

— Terra do Nunca — fui irônico ao dizer, o que resultou numa cotovelada daquela garota irritante na minha costela.

— Seu humor é uma lástima — ela riu, por incrível que pareça — Mas eu estou falando sério.

— Eu também — segurei o seu braço para atravessarmos a rua, pois estava preocupado demais para caso ela não prestasse atenção.

Lisa não afastou a mão da minha e tampouco me bateu por ter feito isso. Ela apenas segurou a minha mão e deixou-se ser guiada por mim, parecendo até que confiava em mim.

— Então eu sou Wendy e você, o Peter Pan — sua voz era doce e um tanto infantil.

Eu olhei para Lisa e percebi que ela estava radiante. Estávamos brigando há pouco, mas mesmo assim eu estava me sentindo bem perto dela. Talvez o contraste das luzes das lojas em nós tenham feito-a parecer brilhante. Outra vez, parei para perceber o quão linda Lisa é, ainda mais com aquele cabelo molhado.

— "Pensamentos felizes fazem a gente voar" — recitei uma frase muito conhecida da obra.

Lisa sorriu, e deduzi que estivesse tentando se lembrar de algum bordão do filme ou do livro. Ela abriu a boca para falar alguma coisa, mas eu fui rápido o bastante para roubar-lhe um beijo.

Eu não estava me reconhecendo, eu realmente não estava me reconhecendo. Eu estava ali, no meio da rua, beijando a garota que eu mais odiava na vida e eu ainda estava gostando. E não era a primeira vez que isso acontecia, tampouco a primeira vez que eu gostava.

Eu estava odiando estar gostando de Lisa.