Teenager Hurricane ✖️ Jack Avery

feat. 5

Lisa

— Você está me ensinando tudo errado! — indignei-me, cruzando os braços sobre a mesa.

— Não está gostando, a porta está ali, querida — Jack apontou para a porta de entrada, eu bufei.

— Prefiro a porta do andar de cima, onde o Corbyn deve estar — abri um sorriso.

— Obsessiva! — ele gritou comigo, com aquele tom autoritário dele.

— Imbecil! — revidei, me levantando a cadeira — Você deveria ser mais gentil com as meninas!

— Quem disse que não sou gentil com as meninas? — levantou a cabeça para me olhar — Só que você é diferente de todas as meninas do mundo...

Aquilo soou estranho, confesso. E eu tentei ver um lado ruim naquilo, já que nos filmes, quando o mocinho diz algo do tipo para a sua garota, é num momento de declaração e tem um sentido muito bom. Mas Avery não era um mocinho, estava mais para vilão. E eu não era a garota dele, e nunca seria.

— ... Você é insuportável! — ele completou.

— Já terminamos, Jack? — comecei a guardar o meu material sem nem mesmo esperar a resposta.

— Por mim, tudo bem. Não vai ser eu o repetente! — ele se levantou e sentou no sofá.

Daniel desceu as escadas dizendo que iria sair com uma garota e fez o favor de manter o mistério sobre quem era, quando Jack perguntou. Depois de alguns minutos checando as minhas redes sociais, eu percebi que estava atrasada para o trabalho.

— Ei! — chamei a atenção de Jack, que estava todo largado no sofá assistindo televisão — Não vai me levar à sorveteria?

— Argh! Ainda tem isso! — ele reclamou, e depois de mil anos ele foi pegar a chave do carro e saiu comigo.

— Espera. Eu não me despedi do Corbyn... — lembrei, dando meia-volta para a casa.

— É bem melhor assim — Jack me segurou pelo braço e me puxou até o carro.

Entrei no carro em silêncio, coloquei o cinto de segurança e esperei Jack entrar. Quando ele entrou e ligou o carro, liguei o rádio e fiquei procurando uma estação boa.

— Por que você mudou? Aquela era a minha favorita! — ele afastou a minha mão do rádio.

— Para com isso! Se a gente morrer, a culpa é sua! — afastei a mão dele e tornei a mudar.

A velocidade não estava muito baixa, fazendo com que fosse quase impossível escutar os gritos dele, por conta do vento violento vindo da minha janela totalmente aberta.

— Se a gente morrer, com certeza a culpa não vai ser minha! Quem está sendo irritante? Olha só! Esse vento todo é por sua causa! — ele gritava.

— Minha causa? — eu me irritei mais ainda.

— Claro, o Furacão Adolescente está aqui, não é mesmo?! — ele gritou, e logo depois foi diminuindo a velocidade e encostou o carro perto de uma loja de roupas.

Com rapidez e raiva, Jack tirou o seu cinto de segurança e avançou sobre mim. Por um segundo, eu pensei que iria me beijar, pois havia poucos centímetros entre nós dois. Mas então eu escutei a janela subir e percebi que ele queria fechá-la, e não me beijar. Em outro segundo, eu fiquei um pouco decepcionada com isso. Mas fiquei firme, mantendo a mesma expressão. Logo essa decepção foi substituída por um alívio.

— Não sei como as pessoas te suportam, sinceramente — ele ainda continuava no mesmo lugar.

— Pode se afastar de mim, por favor? — pedi, indiferente.

— Por quê? Não sou nenhum monstro, Lisa — ele riu, se divertindo com a situação.

— Que patético! — bufei, e ele continuou rindo.

Tirou uma mecha do meu cabelo que caía no meu rosto e a afastou, não tirando os olhos de mim. Jack se inclinou mais, o que me fez ficar realmente preocupada sobre as suas intenções.

— Sai. De. Perto. De . Mim. — falei pausadamente.

— Teimosa — resmungou ele, se afastando de mim e sentando de volta no banco de motorista, o que me fez ficar muito mais aliviada, já que seu joelho estava apoiado no meu banco e aquilo era estranho.

A rádio estava sem sinal, com aquele zumbido irritante como adversário do silêncio que se fez no carro assim que Avery deu a partida. Logo chegamos na sorveteria, me preparei para trabalhar e me surpreendi ao ver Jack ainda ali, fazendo um pedido de sorvete.

Ele sorriu provocante para mim, eu apenas suspirei e disse:

— O que vai querer, senhor?

Jack limpou a garganta.

— O seu amor.