Capítulo 08

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Diego

Não gostei dele!

Simples assim.

Meu alerta soou. Há algo de errado com esse primo da Deb. Além do fato dele estar me encarando e visivelmente me avaliando, há algo na forma como ele olha pra ela que me faz ter vontade de bater nele. Bater muito. Já Deb está calma, um pouco pálida, mas calma.

Depois das apresentações feitas, onde me apresentei como namorado, pois vi que Deb ficou sem saber como me apresentar, já que nunca demos rotulo ao nosso relacionamento, o clima fica um pouco estranho. Um silêncio constrangedor permanece entre nós três.

- Di, você já vai? – Deb me pergunta meio sem jeito. Quebrando o silêncio.

Pode ser impressão minha, mas ela parece estar tentando me dispensar de uma maneira muito delicada.

- Na verdade estou pensando em subir e tomar um chá com você. Por que não chama seu primo e subimos todos?

- Na verdade, eu ia marcar de conversar com o Léo em outro dia. Tenho cliente mais tarde. – Ela virou totalmente para mim, dando as costas ao tal Léo e me olhou nos olhos e deu um leve levantar de sobrancelha, enquanto falava. Depois se virou para o primo. - O que você acha Léo, podemos marcar um café amanhã nesse horário?

Meu alarme soou novamente. Deb estava claramente mentindo. Agora minha dúvida era saber por quê.

- Claro, boneca. – Ele sorriu pra ela e senti vontade de estrangulá-lo. – Amanhã eu te ligo.

- Mas você não tem...

- Seu irmão me deu o número do teu celular quando disse que viria pra cá. – Ele falou e senti Deb ficar tensa pela primeira vez. Quando ele deu um passo para frente, ela automaticamente deu um passo para trás e bateu contra meu corpo, aproveitei a deixa para abraçá-la possessivamente. Ao ver o gesto, o primo dela deu um passo para trás novamente. – Como eu disse, eu te ligo pra gente marcar. Tchau boneca.

Quando ele dobrou a esquina e saiu do nosso campo de visão, soltei a Deb e a virei pra mim.

- Posso dizer que não gostei dele? – Perguntei.

- Pode, porque você não é o único que não gosta dele. – Ela me respondeu e colou seu rosto em meu peito.

- Algo que eu precise saber sobre ele?

- Só precisa saber que ele é um idiota e que não é nada confiável. Nunca cometa a burrice de acreditar em qualquer coisa que ele diga.

Algo no que ela disse chamou minha atenção. Imediatamente, peguei seu rosto entre minhas mãos e a fiz me olhar.

- No que você confiou nele?

Ela ficou em silêncio e me encarou por um instante. Seus olhos me mostravam a batalha que ela travava dentro de si. Se abrir comigo ou não. Desejei que a confiança em mim vencesse, mas não foi dessa vez.

- Desculpa Di, mas é uma longa história e que há muito tempo enterrei. Não me faça falar sobre isso agora.

- Tudo bem. – Mesmo frustrado, não insisti.

- Posso te pedir uma coisa? – Ela perguntou baixinho e voltou a colar o rosto em meu peito.

- Claro. – Respondi dando um beijo em seu cabelo.

- Fica comigo essa noite?

- Fico. – Respondi simplesmente, mas ao vê-la daquela forma em meus braços, tive vontade de dizer que ficaria todas as noites, se ela me pedisse.

As Cores do Amor - Deborah e Diego (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora