Capítulo 09

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Diego

 

Há algo preocupando a Deb. Sei disso. Sinto isso. Não só pelo fato de que na noite passada, após encontrar o primo dela, Deb ficou completamente aérea e perdida em pensamento. Não foi só isso. Foi o fato de ela ter deitado ao meu lado em sua cama e olhado no fundo dos meus olhos. Era como se ela estivesse tentando me contar algo sem que precisasse dizer as palavras.

Ficamos nos olhando pelo que pareceram horas. Sem nos tocar. Apenas nos olhando. Eu não sabia como fazer ela se abrir e deixar as palavras fluírem, mas ao mesmo tempo senti como se não tivesse preparado para saber todos os segredos dela. Saber os segredos de alguém é um fardo que temos que ser estáveis para podermos carregar. Como eu poderia carregar os segredos dela, se não tinha estabilidade nos meus sentimentos?

Parece mentira que essa garota, que se mostrou ser uma mulher, pudesse me fazer sentir o que estou sentindo. Estou confuso e ao mesmo tempo tenho certeza sobre o que sinto. Sei que meus sentimentos por ela são muito mais que mero desejo e amizade. Tenho sentimentos mais profundos por ela.

Ver seus olhos me encarando faz coisas estranhas com meu estomago. Nada é tão bonito quando vê-la se contorcendo de prazer embaixo de mim. Nenhuma palavra do dicionário descreve com perfeição a felicidade que sinto ao ver que ela sorri pra mim. E o que falar do ciúme doentio que sinto quando algum homem se aproxima dela? Se isso não é paixão, eu não sei que sentimento é esse.

Enquanto estávamos deitados, esperei ela dizer alguma coisa. Quando vi que ela ainda não estava preparada, fiz o que estava ao meu alcance para acalmar seu coração e mente. Dei-lhe um beijo na testa e a puxei para deitar com a cabeça em meu ombro. Ela se aconchegou de tal forma que pareceu ser moldada para se encaixar ali, e entre os carinhos que fiquei lhe fazendo nas costas e sua mão acariciando meu peito, ambos dormimos. Foi a noite sem sexo mais prazerosa da minha vida.

***

Deb

Hoje é domingo e a semana passou sem novidades, exceto por Léo que me ligou todos os dias tentando marcar para conversar comigo e eu venho me esquivando dele a uma semana. Não quero e não tenho nada para conversar com ele.

Já o meu relacionamento com o Di está cada dia mais forte. Estamos cada dia mais próximos e acho que estou realmente me apaixonando por ele. O Diego além de um namorado carinhoso, um amante maravilhoso, é um amigo prestativo, aquele tipo que está ao seu lado sempre mesmo sem saber o que está acontecendo. Ele está ali ao seu lado segurando a sua mão.

Estou voltando do mercadinho onde fui comprar sorvete para complementar a sobremesa que fiz para um jantar romântico para o Diego, quando dou de cara com o Léo encostado no muro do prédio onde moro. Penso seriamente em dar meia volta e me esconder em algum lugar, por fim opto por enfrentar ele de uma vez.

- Boa tarde, Boneca. Estava aqui a sua espera, ainda bem que chegou sozinha. – Ele fala, e tenho certeza que para ele essa é uma cara sedutora, porém em mim tem o efeito oposto.

- O que você quer, Léo? – Digo sem me aproximar muito.

- Eu só quero conversar com você. Podemos subir?

- Melhor não, Léo. Fala de uma vez, o que você quer comigo depois de todos esses anos? – Falei me esquivando dele e abrindo o portão para apoiar minhas compras na escada em frente à porta principal do prédio.

- Eu posso te ajudar com as compras até o seu apartamento e depois nós podemos relembrar os velhos tempos. Você era linda quando criança, mas como mulher você realmente está uma delicia. – Eu já ouvir isso antes, da primeira vez me senti lisonjeada e dessa sentir nojo. Léo diz isso e vem andando em minha direção tentando me abraçar. Desvio dele e falo:

As Cores do Amor - Deborah e Diego (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora