Diego e eu não éramos amigos até a Anne viajar e ele assumir as aulas dela. Conversávamos sempre e algumas vezes ele me deu carona até em casa, apesar de não ser muito necessário, já que moro a poucas quadras daqui.
- Não danço tão bem quanto a Anne. – Respondi sem filtrar a resposta.
- Eu não vim até você pra dançar com a Anne. – Ele fala olhando nos meus olhos, a voz firme e chateada.
- Desculpa não foi isso que eu quis dizer. – Falo rapidamente meio que sussurrado, na verdade não tenho certeza se foi isso que quis dizer ou não.
- Obrigada pela dança, Deborah. – Alan, que é um dos alunos da Anne, fala quebrando aquele clima desconfortável entre Diego e eu.
– De nada, Alan. E pode me chamar de Deb, todos me chamam assim. – Alan assenti e entrega minha mão a Diego, que pega e me puxa para junto dele. Está tocando um samba e dançamos com fluidez, é muito fácil dançar com ele. Ele tem uma condução tão perfeita que é quase impossível não fazer alguma coisa sob seu comando. Ele gosta de dançar olhando nos olhos e faço o possível para não desviar.
A música vai mudando de ritmo, vai ficando lenta e quando me dou conta já estou com os braços enlaçando o pescoço dele e ele com as duas mãos na minha cintura. Isso está ficando muito intenso. Quando a música termina digo a ele que preciso ir ao banheiro, mas ele segura minha mão e sai da pista de dança comigo, me levando até porta do banheiro. Agradeço e solto a mão dele.
Dentro do banheiro respiro fundo. Que loucura! Conheço o Diego a alguns anos e nunca rolou clima entre nós dois. Mesmo nesse período que a Anne viajou, nunca deu em cima de mim ou me tratou de maneira diferente. Não posso deixar de pensar que isso pode ser a forma que ele encontrou de sarar a dor de cotovelo pela Anne estar grávida de outro. Tudo bem eu sei que sou bonita e atraente, mas esse interesse dele por mim parece repentino demais. Sempre achei que ele fosse apaixonado pela Anne e de repente... “Aff, Deborah Christina, você pensa demais. Para de ser tão racional um pouco e simplesmente viva. ”
Lavo o rosto, retoco a maquiagem e saio do banheiro direto para o bar. Peço uma cerveja e mais um coquetel. Bebo a cerveja toda em três longos goles. E quando o coquetel chega entrego a latinha vazia ao barman.
– Estava com sede em, Deb? - Diz o garçom, que eu sei trabalha na academia, só não consigo lembrar o nome dele.
- Dancei muito, fiquei com sede e calor. – Ele balançou a cabeça com um sorrisinho de quem entendia e seguiu para atender outra pessoa.
Permaneci por um tempo apoiada no bar. Alan veio e ficamos conversando, ele é um cara magro, alto, cabelos negros espetadinhos e olhos castanhos. Descobrir que ele tem 35 anos, é separado a mais ou menos um ano e tem dois filhos. Achei graça quando ele disse que sempre têm recaídas quando encontra a ex e, que está à procura de uma mulher para ver se isso acaba. Ri alto e ele ficou sem graça, pedi desculpa, mas no fim até ele deu risada. Ele pediu um coquetel para mim e uma cerveja para ele. Ficamos conversando por um tempo, até Alan me chamar para dançar. Dançamos uma sequência de forro pé de serra. Adoro dançar forro, apesar de não ser muito boa nisso.
– Deb, se importa se eu quiser trocar de parceira? – Alan perguntou de uma forma estranha, não entendi o que estava acontecendo.
– Não me importo, inclusive posso ir para junto da Anne. – Falei olhando pra onde Anne estava parada próxima a pista de dança.
- Não, tem que ser troca, Diego tirou a Verônica para dançar, ele é um safado galanteador, não o quero com as mãos na minha mulher. – Acho que ele nem percebeu o que tinha acabado de falar.
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As Cores do Amor - Deborah e Diego (Degustação)
RomanceSinopse As Cores do Amor Após se convencer que possui a maldição do "dedo podre para homens", Deb sabia que deveria fugir do conquistador e ex-amante da sua melhor amiga, mas seu corpo tinha outras vontades e ela não conseguiu resistir. Tudo corria...