Os últimos suspiros d'uma chaga de amor

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"Estas alegrias violentas têm fins violentos

Falecendo no triunfo, como fogo e pólvora

Que num beijo se consomem."

-Romeu e Julieta, ato II.

Eu te amei tanto!

Que mudaria a cor dos céus

Eu vivi em teu encanto!

Meus versos eram sorrisos teus!


Eu morreria por teu amor

Ainda que não me amasse assim

Eu morreria. Morreria em fim!

E agora me condenas a tamanha dor!


E agora me rejeitas em saudade

Mil e um versos eu escrevi

Todos pensando em tí!

Quanto custa tua maldita felicidade?


Este sentimento foi uma fatalidade!

Cada verso foi jogado ao vento

Este sentimento foi uma perca de tempo!

Você esburacou a minha felicidade!


Eu amaldiçoei a minha vida

Trocando-a por este amor

Espero um dia ainda

Livrar-me de tamanha dor!


Astaroth de douros cabelos

Azazel sem empatia

Iludiu-me em meus apelos

Pensei que um dia me amaria!


Troca-me! Rejeita-me.

Enquanto eu chorava:

"Ama-me! Ama-me"

Outro você beijava!


A felicidade que em você procurei

Hoje encontro no narcótico meu

"Eu te amo! Eu te amo" - Gritei

E chorei com o silêncio teu!


Se meu destino tinha alguma cor

Ele perdeu-se em teu palor!

Agora pintas meu destino ainda!

C'uma melancólica cor cinza!


Apague cada uma das velas

Que a vida acendou para mim

Espero que encontre nelas

Alguém que te amou assim!


E a fotografia que tirei

Tão linda que ninguém poderia ver

"Ela durou!" - Eu direi

Durou bem mais que você!


Não sei quantos versos conseguiria escrever

Expressando a ferida em meu coração

Em meu suicídio vão perceber

Que o que matou-me foi a paixão!


Como Dante amou à Beatriz eu te amei

Amei-a como a alguém jamais amaria

Em minha lápide em fim direi:

"O amor para ele foi uma divina tragédia!"


Não falo e não me vem à lembrança

Sequer penso no nome teu

Mas a lágrima que arde-me a esperança

Torna o sofrimento em versos meus!


Antes que o teu silêncio me conforte

Eu acharei na solidão algum valor

Quem sabe em fim co'a morte

Eu possa demonstrar o meu amor!


Ah! Me troque e me rejeite!

Cuspa em meu sentimento!

Me mate, sequer respeite

O tamanho do meu sofrimento!

Poesia: Para Quem Sabe SofrerOnde histórias criam vida. Descubra agora