Caminhava no rochoso pavimento,
Triste e lento. Na deserta rua
Iluminada, cintilante à luz da lua
Que brilhava em meu pensamento.
Arvoredos robustos no avistamento
Salvo a longínqua árvore nua
Tão bela a planta cadavérica
Me atrai com seu feitiço sombrio
Envolvendo-me na névoa, ébrio
Co'a pávida beleza quimérica!
A Escuridão torna-se o alento
Bebendo eu o sumo da parreira
Vejo o tronco magro e alvacento
Tal qual o porvir da fogueira
Mil galhos, co'o gume sedento
Por minha morte derradeira!
Sento-me na sebe entristecida
Tão cinzento que mal-via
De tristeza envolvida
O amálgama da melancolia
Do topo da árvore cai algo
Rubro, vermelho, umbroso carmesim
De botões na fronte, salvo
Seu lânguido sorriso pavoroso
Cabeça de olhar tenebroso
Que olhava diretamente para mim
Assusto-me com o rubro semblante
Ainda assim, do crânio me aproximo
Como a morte na beleza inebriante
Sussurrou o morto, "tu és o próximo!"
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Poesia: Para Quem Sabe Sofrer
PuisiAlguns de meus poemas e frases que tratam sobre a tristeza e a solidão. Um livro perfeito para quem -assim como eu- admira a poesia e a literatura lúgubres dos autores simbolistas e ultrarromânticos. Quando a obra conta com um total de 17 frases e 2...