Lembranças de Uma Chaga Insuperável

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"Meu pobre coração que estremecia,

Suspira a desmaiar no peito meu;

E para enchê-lo de amor, tu bem sabia

Bastava apenas um beijo teu!"

-Álvares de Azevedo


I.

Eu te amei, posso dizer

Muito te amei, e como amei.

Ainda amo; não negarei.


Você nunca percebeu,

Imagino eu, tamanho amor.

Claro, sentimento enfadonho

Insondável à versos e chocolates


Tu bem sabes, que este

Poema é para você. Claro

como poderia não ser?

E qual poema não é para você?

Tanto escrevi pensando em tí


Cada Inês, cada musa e cada Vênus

Eram reflexos, paixões substituíveis

Tentativas(falhas) de te esquecer

Mas nunca o fiz, como poderia?

Se o único amor verdadeiro era

Aquele que sentia por tí


II.

Uma pena foi, meu amor

Que tua frieza pisou em mim

Estraçalhou os nobres sentimentos

Assassinou o romantismo, tal como

Assassinou o poeta ingênuo


Desde então, toda rima foi para tí

Toda dor foi por tí

Todo amor foi pensando em tí


Ainda assim, em dor, em lágrimas

Aos recônditos e secretos prantos

Eu ainda corro atrás de você

Eu ainda morro por você

Eu ainda te amo


Tu não sabes a dor que é

Tentar esquecer-te. Claro.

Pois amar-te me corroi

E esquecer-te me machuca


E isso, tudo isso

Toda dor, angústia e penar

Todo sofrimento, mal-do-século

Todos os pensamentos suicídas

Tudo isso não teria acontecido

Se você, Meu Amor

Tivesse aceitado meu amor


III.

E ainda que, não aceitasse

Meu amor, poderia muito bem

Ter admirado-o, ter entendido-o


Mas tu não o fizeste

Apenas ignorou tamanho sentimento

Tamanho amor tornou-se vão

Senti-me triste e em sofrimento


Te amei como nenhum outro amou

Te escrevi como nenhum outro representou

E ainda assim nunca fui nada para tí


Diga-me, Mefisto da Paixão,

O que é o amor para você?

Poesia: Para Quem Sabe SofrerOnde histórias criam vida. Descubra agora