As long as you love me

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Draco tinha que se convencer de que seu coração não estava atravessando sua garganta e saindo por sua boca, mas era mais difícil do que se imaginava.

Pânico.

Uma pequena palavra.
Seis letras, três sílabas.
O que poderia ter de tão grande na palavra "pânico"?

Talvez nem o próprio loiro soubesse.
Estava quebrado, procurando paz nos braços do namorado - que, por sinal, lhe ajudava muito naqueles momentos, mas onde estava o grande Harry Potter naquele momento?
Talvez, tomando um café na cozinha no andar de baixo. Draco não sabia, mas gostaria muito que aquela pele morena estivesse em contato com a sua agora.

Pensou, por um momento, que seria muito fácil enfiar comprimidos para dormir goela abaixo.

Inspira. Expira.

Se arrastou até o banheiro, jogou água no rosto e se deitou no chão de mármore frio.

- Draco? - uma voz lhe chamou. Draco sentiu uma paz interior tão grande que sorriu e chorou baixinho no chão do banheiro - Amor? Onde você está?

A porta do banheiro abriu com força, quase batendo no loiro. Harry se ajoelhou, com os óculos descendo pela ponte do nariz.

- Não sei o que fazer quando estou longe de você, anjo. - levantou a mão trêmula até o rosto de Harry, que segurava lágrimas.

- Desculpe por não ter te acordado. Você estava dormindo igual um gatinho, não tive coragem. - puxou o corpo de Draco até o próprio peito, abraçando o namorado com força até sua respiração acalmar.

- Está tudo bem, amor. Desculpe por ser um peso. - beijou o pescoço de Harry, sentindo seu cheirinho doce.

- Você nunca vai ser um peso.

Ficaram se abraçando por alguns minutos, até que Draco se levantou e sentou na tampa do vaso sanitário, com os olhos fixos no namorado.

- Você é tão bonito - deu um sorrisinho tímido. As bochechas ficaram rosinhas, em conjunto com as orelhas.

- Se eu sou bonito, acho que você é uma obra de arte - Harry se aproximou de Draco engatinhando. Deitou a cabeça no colo do loiro, com as pernas cruzadas no chão gelado.

- Exagerado - colocou as mãos nas madeixas do namorado, tentando formas cachinhos nos fios rebeldes.

- Você quer panquecas? Aprendi a fazer. Meu pai disse que estão muito boas. - Tirou os óculos, limpando na camiseta cinzenta.

- Depende. Quem falou que estão boas foi o pai Sirius ou o pai Remus? - Perguntou, sorrindo de maneira boba.

- Sirius, seu engraçadinho. - Mordiscou a coxa do namorado.

- Ah, então deve ser bom mesmo. - riu levemente. Tirou os óculos do rosto fino do namorado e colocou no próprio rosto.

- Senhor Malfoy, você está tirando sarro da minha cara? - Harry franziu o cenho, tentando enxergar nitidamente o loiro.

- Estou sim, Pottynho - devolveu os óculos para o namorado - Você cozinha mesmo? Nunca te vi fazer nada.

- Eu cozinhava um pouco no orfanato - murmurou, com as bochechas avermelhadas - mas eu não conseguia comer, as outras crianças comiam antes de mim.

- Oh, Harry... Isto é horrível. - murmurou o loiro, tocando o rosto do mais novo com delicadeza. Puxou seu queixo com os dedos, trazendo os lábios vermelhos até os seus. Passou a língua no seu lábio inferior, querendo que seu namorado abrisse os lábios e desse passagem ao interior quente de sua boca.

Suas línguas se encostaram, o que deu início a um beijo fervoroso que fez Harry se levantar aos poucos, puxando Draco até estarem encostados na parede e com os corpos colados.

- Foi horrível passar onze anos no orfanato, mas saber que eu tenho essa vida incrível faz com que tudo valha a pena. Tudo bem que o meu namorado incrível não reconhece o quão maravilhoso ele é - nesse momento, Harry passou os dedos levemente no pescoço de Draco - mas eu viveria tudo aquilo de novo para te ter aqui comigo.

- Você é bom demais pra mim, amor. - o loiro suspirou. Já era comum que Draco murmurasse coisas como "eu não te mereço" ou "você deveria achar alguém melhor do que eu", o que Harry não entendia; achava que Draco era perfeito para si, mesmo com seus defeitos - nada naquele homem era visto como imperfeição aos olhos do moreno.

- Draco, olhe para mim - Harry puxou o rosto do namorado delicadamente, observando seus olhos cinzentos com carinho. - São sete bilhões de pessoas nesse mundo, e eu te escolhi, seu cabeça dura. Eu não te trocaria por nada nesse mundo, porque você é o número um. É o meu número um.

Sorrisos tímidos e cúmplices fizeram aquele momento. Alguns segundos mais tarde, já estavam embolados na cama, perdidos um no outro.

Suor, sussurros e amor.

Draco mordiscou o nariz de Harry, os dois quentes por baixo nas cobertas.

- Você é a única pessoa que fez sexo parecer interessante. - comentou Draco, com os olhos fixos na janela.

- Bom, no segundo ano eu achava que você transava sempre. Sério, você parecia pegar todo mundo. - riu. Era verdade que, no segundo ano do ensino médio, não era novidade encontrar Draco beijando garotos e garotas nos corredores do colégio. Harry sentia uma pontada de ciúmes, afinal, sempre teve uma paixãozinha pelo loiro.

- Eu tinha pavor de que me tocassem tão profundamente. Me dava um pânico indescritível - encostou a cabeça no ombro de Harry - mas você mudou isso, então, obrigado. Foi só mais uma das coisas que eu tenho de te agradecer.

- Não precisa agradecer, Draco. Estou aqui por você e com você, pra sempre. - Harry sorriu. Os dedos curiosos exploravam cada pequena porcentagem do corpo leitoso de Draco, que se deliciava com o carinho.

Uma batida na porta tirou os garotos de sua bolha de intimidade.

- Filho, Draco... eu tenho algo não muito agradável para contar. - Remus entrou no quarto. Seu rosto estava com uma expressão contorcida em algo que Harry só tinha visto poucas vezes na cara do padrasto: raiva.

Sirius, que estava encostado no batente da porta, não estava diferente. Batia os pés no chão, e os braços cruzados carregavam punhos.

- Só conte de uma vez, Remus. Temos que pegar as coisas e ir. - Sirius saiu do quarto com passos duros.

- Draco, seu pai fugiu. Precisamos sair daqui agora! Só peguem algumas roupas, explico o que vai acontecer quando estiverem no carro. - os olhos preocupados de Remus fixaram em Draco, que estava parado - Sinto muito, pequeno.

Quando seu pai correu para fora do quarto, Harry abraçou Draco com toda a força que tinha.

- Ele... ele fugiu... como? Ele não podia... - Gaguejou o loiro. Seus olhos cinzas estavam vazios. Seu corpo frio não se mexia.

- Fica deitado, amor. Vou pegar uma roupa para nós e vamos embora, ok? Você vai ficar bem. Não vou deixar nada acontecer com você. - Deu um sorriso reconfortante, mas Draco conseguiu ele desaparecer de seu rosto quando ele virou.

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