We could be homeless

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Draco estremeceu ao ver a grande mansão dos Black se estender à sua frente. Sentia pena dos dedos de Harry que estavam sendo esmagados em sua grande mão.

- Ela é mais atraente por dentro e... bom, desculpem pelos seguranças. - Sirius apontou para os homens vestidos em ternos que estavam colocados na frente da casa - Sei que é meio chato e parece uma prisão, mas é necessário.

- Vai assustar eles, Sirius. Não exagere. - Lupin mexeu nos cabelos do marido.

- Estou preocupado com a mamãe... - sussurrou Draco, com o rosto escondido no pescoço do namorado.

- 'Tá tudo bem, amor. Vamos dar um jeito nisso tudo, só confie em mim. - Harry beijou a têmpora de Draco demoradamente.

Depois de Sirius falar com os seguranças, o carro parou numa vaga na frente da casa.

- Bem vindos à minha antiga casa. - Suspirou. Sirius saiu do carro com rapidez, cumprimentando alguns seguranças e a empregada, que tirava as malas e levava até dentro de casa.

- Babe, eu não quero ficar aqui. - Draco choramingou após Lupin deixar o casal a sós dentro do automóvel.

- Eu também não, amor, mas precisamos disso. - Harry abraçou o namorado com força, querendo transmitir paz.

- Só queria ter minha vida com você, do jeito que a gente planejou. Estava tão perto... - Soluçou, com o rosto escondido no pescoço do moreno.

- Vamos ter essa vida ainda, meu anjo. Só tenha paciência por mais um tempinho. - Puxou o namorado para o seu colo, saindo do carro com ele nos braços.

- O que você está fazendo? - Se agarrou ao corpo do menor, com medo de cair.

- Você parece cansado, amor. Estou te carregando até o nosso quarto, mesmo que eu não lembre muito da "grande mansão dos Black" - Harry chutou a porta, fazendo um barulho alto na sala da casa. Alguns móveis antigos eram delicadamente postos, com seus tecidos e couros desgastados e rasgados.

- Eu consigo andar, obrigado. - Desceu do colo de Harry, tossindo com a poeira do lugar. Abraçou Harry de lado, depositando a mão no bolso traseiro da calça do namorado.

- Desculpe garotos, eu sei que a casa está muito suja, mas a última vez que viemos aqui desde que harry tinha quinze anos. - Sirius entrou na sala carregando algumas bolsas, com Remus na sua cola.

- Eu tinha medo de ficar aqui. Era tão escuro e silencioso para um garoto de doze anos ficar aqui. - Harry encostou a cabeça no peito de Draco, que tinha o coração meio acelerado.

- Essa casa era o meu pior pesadelo. - Brincou Sirius, tocando a parede suja do local. - Tínhamos um empregado que era um inferno. A gente chamava ele de monstro.

- Eu me lembro do monstro! - Harry exclamou, sorrindo para o pai. - Não vou mentir que fiquei triste quando ele faleceu. Era a alma da casa.

- Você só sabia reclamar dele, seu mentiroso! - Retrucou Sirius. Rindo da infantilidade dos dois, Draco se sentiu muito mais leve. Com certeza seria feliz naquela família, mesmo que não fossem exatamente de sangue - menos de Sirius, já que eram parentes distantes na família Black.

- Ele pegava no meu pé o dia inteiro! - Pai e filho começaram a rir alto, chamando atenção dos seguranças do lado de fora da casa, que vieram checar se estava tudo bem com a família.

- Sirius, não fale assim do morto. - Brincou Remus, beliscando a barriga do marido - Draco, posso falar com você por um segundo?

- Claro. - Inseguro, o loiro seguiu o sogro, sentindo o coração quase sair pela garganta. Remus parou na cozinha e apoiou o corpo na bancada de mármore.

- Sei que é difícil passar por isso - tirou uma barra de chocolate do bolso interno do casaco e entregou para o loiro, que se perguntou como diabos Lupin carregava aquilo - mas você é mais forte do que pensa. Apanhou por anos e está forte, bem aqui, na minha frente. Eu, Sirius e Harry somos sua família, pode contar conosco. Sabe disso, não sabe?

Draco sorria abertamente enquanto mastigava um quadradinho de chocolate.

- Obrigado, Remus. Meu pai... Bem, Lucius, nunca foi exatamente o que eu considerei como família. Quando o Harry entrou na minha vida, parece que tudo mudou e foi maravilhoso. Mesmo que eu não admita muito, Harry foi a primeira coisa boa que me aconteceu. - Se sentou na mesa, mexendo os pés distraidamente enquanto comia mais um pedaço do doce.

- Lucius é louco, Draco. Ele não vai te alcançar enquanto estivermos aqui para te proteger. - Remus se aproximou de Draco e apertou seu ombro carinhosamente.

A leveza estava tão grande em seu peito que Draco logo sairia voando. Continuou sentado na mesa depois de Remus saiu da cozinha, comendo ocasionalmente seu chocolate.

- Dray? - Harry entrou na cozinha carregando uma mochila nas costas - Tudo bem?

- Estou melhor - Desceu da mesa e passou os braços pelos ombros do namorado. - É só lutar mais um pouco e eu tenho certeza que tudo vai ficar bem.

Harry sorriu carinhoso.

- Fico feliz por você estar melhor e pela sua esperança momentânea. - Harry beijou o rosto de Draco várias vezes, lhe fazendo gargalhar alto.

- Bem, algumas coisas nos trazem fé, Harrre.- Jogou o cabelo para trás, mostrando sua pele pálida do pescoço para Harry, que não resistiu a tentação de mordiscar a pele até ela avermelhar e manchar. - A-Ah!

- Vamos para o quarto. Se estiver bonito como da última vez, você vai adorar. - Pegou a mão vazia do namorado, puxando escada acima o loiro.

Abriu uma porta preta e desgastada, mostrando um quarto escuro e com um papel de parede manchado, porém, no centro, tinha uma cama grande com longas cortinas ao seu redor, que criavam uma bolha de privacidade para quem fosse dormir ali. A penteadeira empoeirada estava posta delicadamente no lado esquerdo do quarto.

- É... Lindo - andou até a cama, se jogando ali com força. - E confortável.

- Queria te trazer aqui, mas sempre desistia da ideia. Bem, agora você pode aproveitar da luxuosa mansão Black, que felizmente tem banheiras em todos os banheiros - Harry se jogou ao lado de Draco, sorrindo amorosamente para ele.

- Eu te amo.

- Eu sei.

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