Every step you take i'll be watching you

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Eu sinto muito.
Eu sinto muito por nós, por termos que passar por essa situação horrível.
Mas seremos resistência, acima de TUDO.
Se alguém estiver se sentindo mal e precisar conversar, é só me chamar. Sou todo ouvidos.

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Estava complicado.

Complicado demais.

Sentia sua mente colapsar terrivelmente com todos aqueles sentimentos ruins se espalhando por seu corpo, escorrendo por suas veias com cada palpitar de seu coração.

Estava ficando impossível de aguentar seus ossos moles dentro de seu corpo magro.

Então fumava, porque era uma das únicas coisas que acalmavam seu coração que parecia explodir dentro do peito.

Não gostava nenhum pouco de ficar com aqueles cigarros entre os lábios, sentindo a fumaça descer por sua língua e apodrecer seu pulmão lentamente.

Não queria estar com aquele sentimento ruim tomando conta de seu corpo, porque já tinha muitas coisas ruins para lidar.

Agora?

Agora Draco só queria se aproximar da grade da varanda e colar seu corpo no chão, lá embaixo, se encontrar com o deus no qual não acreditava mas parecia algo bonito e simbólico na sua cabeça.

Mas não podia. Naquele momento, estava sendo fortemente abraçado por Harry, que apoiava a cabeça em seu ombro enquanto cantalorava baixinho em seu ouvido.

Se existe mesmo um deus, ele não acreditaria em nós.

Ele só negaria com a cabeça e iria embora.

Draco só queria que toda sua dor fosse drenada de uma vez para fora de seu corpo.

- Odeio te ver assim - suspirou o moreno, distribuindo beijos pelo pescoço pálido - Prometo pra ti que vamos superar essa situação, bem.

- Espero que sim - apagou o cigarro na parede, jogando a bituca no chão.

- Só tenha um pouquinho mais de paciência, okay? - brincou um pouco com os fios loiros do outro. Era uma coisa que sempre lhe fascinava - os fios brancos e hidratados dos cabelos do outro. - Não vamos te deixar sozinho nessa, amor.

- Eu sei, pequeno. - Draco se apoiou na grade da varanda, sorrindo para Harry. - Eu amo você.

- Também te amo, anjo - o moreno puxou Draco pela mão até estarem dentro de casa, onde estava mais quentinho. Entraram pelo quarto, onde Harry abriu as portas do guarda roupa e tirou um suéter verde escuro, que jogou para Draco. - Se agasalhe um pouco. Está frio hoje.

O loiro sorriu, tirando sua blusa para colocar o suéter. Gostava da sensação da lã direto contra sua pele, mas não teve tempo de se vestir antes de ser atacado por vários beijos em suas costas, pescoço e braços.

- Har - Ah! Pare! Amor! - implorava entre risos. As mãos de Harry se contorciam em sua cintura, fazendo cócegas no corpo delicado do maior.

- Você é lindo - abraçou o corpo alheio - Nunca deixe ninguém te dizer o contrário.

Draco suspirou, olhando para baixo. Estava notando os detalhes do chão de madeira desgastado d'A Mui Antiga e Nobre Casa dos Black.

- Mas eu tenho todas essas cicatrizes - torceu os dedos, observando as cicatrizes em seu braço. Não estavam completamente fechadas ainda, mas não estava ruim. Remus estava cuidando direitinho daquilo, não queria mais problemas para o pequeno Malfoy.

- Continua lindo. Tudo em você é lindo, meu amor. - beijou a bochecha do outro, pegando novamente o suéter verde e passando pela cabeça do outro, que vestiu de bom grado. Estava começando a estremecer por causa do frio que subia por sua coluna - não era um frio só da temperatura. Sentia algo esquisito em suas entranhas, como se estivesse sendo avisado.

Balançou a cabeça, tentando deixar aquela idéia de lado.

Hoje não.

Agora não.

Estava feliz, não estava?

Passou os braços pelos ombros de Harry, observando os olhos verdes e brilhantes focados em si. Deu um sorriso, depositando um beijo leve no nariz alheio.

- Estou com cheiro de cigarro - Draco fez careta, não podendo fazer nada sobre aquilo. Seu vício estava voltando aos poucos, ele sabia; mas o que poderia fazer?

Uma batida na porta fez Draco se assustar, se separando de Harry da hora. Deu um sorriso envergonhado ao ver Sirius apoiado no batente da porta, lhes olhando com uma coisa esquisita no olhar. Parecia nervoso.

- Meninos, a polícia está atenta na região. Por enquanto vamos ter que usar o dinheiro guardado e esperar que essa situação passe - Sirius coçou a nuca, deixando a mostra as tatuagens que se espalhavam por seu braço. - Qualquer coisa suspeita, podem falar com os seguranças.

Sirius passou a mão pelo rosto, hesitante ao se virar para sair do quarto.

- Pai! - Harry chamou, andando para perto do homem, que se virou para o filho. - Você está bem?

- 'Tô sim, pequeno. - Sirius sorriu, passando o braço pelo pescoço de Harry e bagunçando o cabelo do mesmo. - Não se preocupe.

Deu alguns tapinhas nas costas do filho antes de descer as escadas até a sala. Conseguiu ouvir o barulho alto das vozes conversando lá em baixo, mas desistiu de tentar ouvir e se virou para Draco.

- Acha que ele está bem mesmo? - cruzou os braços, fazendo um bico contrariado. Odiava ficar por fora dos assuntos, principalmente quando lhe envolviam.

Draco andou até o namorado, sorrindo levemente antes de abraçar o corpo magro do outro.

- Ele só deve estar preocupado, amor. - beijou a testa alheia antes de se jogar na cama, sentindo a maciez do colchão contra suas costas - que já se encontraram curadas de qualquer machucado que pudesse estar ali antes, mesmo que ainda fossem sensíveis ao toque.

- Na verdade, eu acho que eu sei o que está acontecendo... - murmurou, andando até o namorado. Se sentou ao seu lado, cruzou as pernas e observou o quarto - que agora já estava mais decorado e agradável aos olhos.

- Hm? - Draco apoiou o corpo nos cotovelos, olhando para Harry com uma sobrancelha arqueada.

- É um pouco complicado, mas, hm... - passou a mão pelos cabelos bagunçados - Snape vai ajudar com o caso de Lucius, vir aqui em casa, investigar, coisas do tipo e, bom... Você sabe que meu pai - meus pais -, -se corrigiu - tinham alguns problemas com ele.

Draco estava boquiaberto.

Tinha um sentimento ruim de que aquilo daria errado.

Muito errado.

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