A MÚSICA E A LITERATURA

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Literatura

A literatura, segundo o professor Dr. Helmi Nasr, particularmente a poesia, foi cultivada no mundo árabe por muito tempo, antes de que os primeiros registros literários fossem feitos, no século V. A eloqüência era uma grande virtude e os contadores de história e os declamadores de poemas faziam a alegria e a diversão dos antigos habitantes da península. São desse período oral provérbios e peças para reflexão, como as poesias de Zuhayr Ibn Abi Sulma ou de Imru Al-Qays. Desse autor há um poema celebrando o cavalo árabe. Inicia-se com a descrição das sensações de se cavalgar um corcel com a força do vento.

O cenário pintado pelo poeta é esplêndido. É madrugada e os pássaros ainda dormem em seus ninhos. As feras, à vista do animal galopando, fogem estarrecidas. Ao descrever o tropel do animal, assim se expressa o poeta:

Mikarrin, mifarrin, muqbilin, mudbirin, ma'an!

(Avança, retrocede, arranca e recua num mesmo ato!

Da época clássica, há um livro Al-Albab, O Presente dos Espíritos, de Abu Hamid Al-Garnati, narrando suas viagens no século XII, percorrendo o mundo todo, atravessando os mares e se encontrando com monstros. Esse viajante visita as pirâmides e, inclusive, tira as bandagens de uma múmia. Especialmente interessantes são as descrições de monumentos que hoje já desapareceram, como o farol de Alexandria.

A Música

O oud é um antigo instrumento de cordas que foi refinado e aperfeiçoado pelos árabes, empregado na execução de obras primas musicais. Desenhos desse instrumento foram encontrados em cavernas e paredes do Egito Antigo e da Mesopotâmia. Os instrumentos antigos eram entalhados numa sólida peça de madeira semelhante aos instrumentos japoneses e chineses, todos inspirados no barbat persa, modelo original de todos os demais instrumentos.

Durante o período mouro, na Espanha, o corpo do oud ganhou sua aparência definitiva. Confortavelmente apoiada nos braços do instrumentista, é leve como uma pena e suave ao toque. O oud não tem trastes como os instrumentos de cordas conhecidos, o que permite ao instrumentista improvisar e expressar seu talento de modo único. No passado, o músico se sentava numa manta de lá ou num tapete, com as pernas cruzadas.

Hoje em dia, os músicos se sentam numa cadeira confortável, apoiando o pé direito numa banqueta, segurando o oud como um violão.

Seu som tem uma tonalidade suave, lembrando a espineta ou o bandolim. Paciência e dom são necessários para fazer o instrumento tanto quanto para tocá-lo. Mesmo sendo tão antigo, nunca perdeu sua popularidade no Oriente Médio e ainda hoje há muitos músicos se dedicando a ele, que representa a música árabe.     

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