Marvel Imagines [por: Star Sapphire]

Weakness (Grant Ward)

Desci, hesitante, os degraus que me levavam ao porão do Playground. Coulson havia dado ordens restritas para que nenhum agente fosse até lá, mas...

Seguir regras nunca foi o meu ponto forte.

O que me causou estranhamento, no entanto, foi o fato de a sala estar vazia... exceto por uma cadeira e uma mesa com um laptop e um tablet. No fundo, uma parede branca, fosca, virtual, do tipo usado para conter criminosos de alta periculosidade.

Aproximei-me da mesa e dei uma olhada nos aparatos tecnológicos: o laptop estava desligado. Porém o tablet mostrava diversas funções que poderiam ser aplicadas à cela. Uma das funções era reestabelecer a transparência da parede virtual.

Alternei o olhar para a barreira fosca e para o aparelho algumas vezes, pensando sobre qual seriam os motivos que tivera Coulson para restringir o acesso de todos, menos da Skye, a essa sala. Eu tinha a chance de descobrir...

Bastava apertar um botão.

Não resistindo à minha natureza curiosa, eu reestabeleci a transparência da parede...

O prisioneiro se levantou e, assim que me viu, pareceu congelar. O mesmo acontecia comigo do outro lado.

Ele... ele era o prisioneiro! O informante que Coulson alegava ter!

"S/N...", ele me chamou. Sua voz um pouco mais rouca que o habitual. "É bom ver você.", ele completou, curvando os lábios, de leve, em um pequeno sorriso.

Eu derrubei o tablet e dei às costas para ele, assim que eu senti as lágrimas emergirem em meus olhos. Eu não podia acreditar... não podia acreditar que, depois de tudo o que ele fez, de tudo o que sofri... ele estava bem ali, tão perto de mim.

E ele esteve ali...

O. Tempo. Todo.

"S/N, você está bem?"

Agora a minha mente me pregava peças, me fazendo pensar ter ouvido extrema preocupação em sua voz.

Grant Ward não se preocupava com ninguém. Não se importava com ninguém. Ele tinha deixado isso bem claro quando traiu a equipe... quando me traiu.

"Como pôde?", eu rebati, finalmente encontrando a coragem necessária para fitá-lo.

Ele baixou a cabeça por alguns instantes, para só depois voltar a me mirar. Suas sobrancelhas baixas e por pouco quase unidas, pairando sobre um olhar de arrependimento e tristeza.

Não era real.

Nenhum daqueles sentimentos.

Não podiam ser...

"Eu sinto muito.", ele disse baixinho. "Eu não queria..."

"Tarde demais para isso, Ward.", eu o interrompi. "Não acha?"

Ele pareceu se encolher quando eu o chamei pelo sobrenome. "Você nunca me chamou assim."

"Porque o homem que eu amava, Grant, nunca existiu, não é mesmo?"

Ele voltou a me fitar. Expressão de surpresa agora impressa em seu rosto. "S/N?"

"Você nunca notou.", eu disse. Uma constatação, não uma pergunta. "Droga!", exclamei, cerrando os punhos.

"Eu..."

Eu cobri o meu rosto com as mãos, novamente travando uma batalha contra as minhas emoções.

"Eu realmente nunca...", ele suspirou, não conseguindo completar a frase pela segunda vez.

"Como se isso fosse fazer diferença!", eu vociferei, voltando a encará-lo.