Marvel Imagines [por: Star Sapphire]

Dawn of Revelations (Loki)

"S/N, precisamos de sua ajuda", disse Capitão América, entrando na minha sala.

A sua invasão me surpreendeu. Steve era todo cheio das boas maneiras, sempre batia na porta, perguntava se podia entrar... agora ele parecia autoritário. Soava estranho.

"No que posso lhe ser útil, Rogers?"

Ele cruzou os braços e eu sorri.

"Força do hábito, desculpe", eu disse.

Ele assentiu e me pediu para que o acompanhasse.

Descobri que eu tinha certas habilidades há alguns meses. Dons bem específicos: bastava olhar bem no fundo dos olhos de uma pessoa ou tocar a sua mão e pronto: eu sabia o que ela estava pensando. Descobri também que, com um simples pensamento ou gesto com as mãos, eu era capaz de mover coisas. Bruce Banner rotulou isso como 'telepatia' e 'telecinese', respectivamente, dizendo que tais poderes o faziam se lembrar de outro mutante.

Não disse qual.

Segui Steve pelos corredores. Seus pensamentos fluindo direto para minha mente quando toquei a sua mão. Ele não se importava que eu fizesse isso... já estava acostumado com a minha forma de ver o mundo.

"Ele está naquela última porta", disse. "Tome cuidado", ele adicionou em pensamento.

"Eu sempre tomo", respondi com um breve sorriso, abrindo a porta.

Ele estava dentro de uma jaula de vidro, reforçada com um campo elétrico de alta voltagem. Exigira aos outros Vingadores que eu estivesse em sua presença. Ele só queria falar comigo... nenhuma pessoa sequer poderia se aproximar, apenas eu.

"Aí está você!", ele disse, esboçando um sorriso maligno.

"Loki."

"Você é atraente...", ele comentou, me analisando. "Em nada se parece com o seu pai."

"Meu pai?", inclinei a cabeça levemente para o lado.

"Deve estar se perguntando...", Loki fez uma pausa. "O motivo de não conseguir ler a minha mente, não é mesmo?"

"Às vezes é difícil. Ainda mais sem um contato visual adequado", respondi, aproximando-me dele.

"De fato ele era mais poderoso... suas habilidades ainda não estão completamente sob o seu controle."

"O que você quer?", indaguei. "Por que exigiu a minha presença?"

"Eu quero lhe contar o que eles nunca lhe contaram...", Loki disse, deliciando-se ao perceber que tinha fisgado minha atenção. "Eu quero lhe contar a origem dos seus poderes. Eu quero lhe contar quem é o seu verdadeiro pai."

"Meu pai é Helmut Zemo. Meus poderes se manifestaram há quatro meses. Eu sei muito bem quem eu sou, Loki. Você sabe quem você é, além da mera sombra de seu irmão?"

"Uh!", ele fez uma falsa careta de dor. "Tão agressiva."

A gargalhada do Deus das Trapaças preencheu o ar.

"Deixa eu ver se eu entendi...", ele disse quando se acalmou, sentando-se no chão de sua cela. "Eles preferiram fazer você acreditar que é a filha de um vilão do que lhe contarem a verdade?"

"O que está insinuando?", perguntei, perdendo a paciência.

"Insinuando, não. Afirmando: você é filha de Charles Xavier", ele retrucou, voltando a sorrir como um psicopata.

"Oh, não!"

Ele se inclinou para frente e pôs a mão na orelha, como quem se esforça para escutar algo. "Estou ouvindo o som da ficha caindo?"

Meu Deus! Tudo agora fazia sentido... os meus poderes. O mutante no qual Banner se referia. Eu era uma psíquica porque assim era o meu pai. Loki não estava mentindo, isso eu podia afirmar. Apesar de não conseguir ler a sua mente, a sua aura era bastante nítida para mim.

Os Vingadores preferiram me fazer acreditar, o tempo todo, que eu era filha de um ex-agente da HIDRA do que me contarem a verdade. Eu estava furiosa... descontrolada. Tudo o que eu queria era descontar neles a minha frustração... frustração de todos os anos que eu fui manipulada a acreditar que o sangue de um homem tão cruel como Zemo corria em minhas veias.

"Estou admirado com a sua transformação", disse Loki, analisando novamente as minhas feições. "Preparada para obter a sua vingança?"

Aproximei-me do painel ao lado de sua jaula e apertei o botão amarelo, cortando o campo de energia. "Você me iluminou", eu disse, mirando os seus intrigantes olhos verdes. "Devolvo a liberdade que é sua de direito como prova de minha gratidão", adicionei, pressionando por fim o botão azul: o vidro frontal da jaula se abrira e Loki se levantou.

"Espero você lá fora, querida", ele disse, tocando o meu rosto antes de desaparecer em pleno ar.

Perguntas como 'por que Xavier me abandonara?' ou 'por que eles nunca me contaram a verdade?' passavam pela minha cabeça, enquanto eu me dirigia ao hall da Mansão dos Vingadores.

"S/N?", ouvi Steve chamar.

Ele foi a minha primeira vítima: invadi a sua mente, apagando todas as memórias que eu podia alcançar. O Capitão caiu diante de mim, gritando de dor.

"Obrigada por me levar até Loki", eu debochei. "Tivemos uma ótima conversa, eu e ele."

"O que está havendo aqui?", perguntou Natasha.

Ela foi a próxima.

E todos os Vingadores que ousavam se aproximar, ou me impedir, tiveram as suas mais preciosas lembranças apagadas. Exceto a Feiticeira Escarlate. Ela, para a minha infelicidade, conseguiu bloquear a sua mente. Desesperada ela tentava - em vão - consertar os seus estimados amigos.

Steve Rogers e Tony Stark lutavam como dois cães de rinha, pois haviam esquecido dos eventos pós-Guerra Civil... esquecido que já tinham feito as pazes. Bruce Banner chorava, sentado no chão frio, tentando entender como havia parado ali. Clint Barton tentava matar Romanoff, pois para ele, essa ainda era sua missão.

Eu admirava, de cantinho, todo aquele caos, como se estivesse a ver um filme. Wanda me localizou e tentou me atacar. Porém, antes que conseguisse, fugi da mansão, trancando as portas com os meus poderes.

Suspirei aliviada ao chegar na calçada. Minha próxima missão era ir atrás de Xavier.

"Eu sei onde ele está", Loki disse, saindo das sombras.

"Onde?", questionei, me aproximando dele.

"Eu a levo até lá..."

Com um daqueles seus sorrisos sinistros, Loki colocou a mão nas minhas costas e me guiou através da fria manhã de inverno. A aurora repleta de revelações a pintar o céu nos mais variados tons de rosa...

Eu finalmente sabia a verdade, graças ao Deus das Mentiras.

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Notas da tia:

1) Essa obra é uma fanfiction, e como direito do gênero, pode divergir do canon e ignorar alguns detalhes das obras originais - se for necessário - para que o texto faça sentido.

2) Usuários que tecerem comentários que eu considere ofensivos, seja com relação a mim, ou às minhas obras, serão bloqueados.

3) Declaro que a personagem protagonista dessa obra interativa é maior de idade.