Marvel Imagines [por: Star Sapphire]

Lonely is the night (Phil Coulson)

Notas da tia:

1) Essa obra é uma fanfiction, e como direito do gênero, pode divergir do canon e ignorar alguns detalhes das obras originais - se for necessário - para que o texto faça sentido.

2) Usuários que tecerem comentários que eu considere ofensivos, seja com relação a mim, ou às minhas obras, serão bloqueados.

3) Declaro que a personagem protagonista dessa obra interativa é maior de idade.

4) Smaller baseado na música "Lonely Is The Night" de Billy Squier.

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>>Ponto de vista de Phil Coulson<<

S/N estava deitada no chão, à beira da piscina do hotel. Ela mergulhava seu braço direito até o cotovelo na água, e assistia, como se estivesse hipnotizada, as gotas escorrerem por sua pele...

Desde que nos encontramos nessa precária situação decorrida da queda da SHIELD, sem podermos colocar o Ônibus ou um quinjet no ar, ela tem estado assim... calada e distante de todos.

Fitz e Simmons, de quem ela raramente se distanciava, também notaram a frieza dela. May e Trip tentaram animá-la nesses últimos dias, sem sucesso.

Por isso resolvi que tinha chegado a minha vez de tentar reaproximá-la. Ward seria muito melhor nisso do que eu, visto que eles costumavam ser bem próximos... bem, isso antes de ele se tornar o oficial supervisor de Daisy e passar mais tempo com a recruta do que com ela.

Pensando bem... o distanciamento de S/N foi algo que esteve ocorrendo gradualmente. Piorando ao descobrir quem Ward era de verdade e encontrando seu auge agora, com a queda do departamento.

"Está uma linda noite," comentei, tentando puxar assunto.

Ela baixou o braço de novo pra dentro da água, encarando o céu tomado de estrelas. "É tudo uma ilusão?"

"Desculpe?"

"A vida...", ela continuou, como se estivesse mais a falar consigo mesma do que comigo. "Veja... as estrelas para a qual olhamos agora... muitas delas nem existem mais. A luz que demora muito para viajar pelo espaço e chegar até aqui. A presença delas... é uma ilusão."

"Não faz delas menos bonitas," comentei, sem saber muito bem o que dizer. Sabia que ela queria comparar a história das estrelas com alguma coisa a mais, mas não sabia o quê. Por isso, preferi falar o menos possível.

"Bonitas, mas mortas," S/N remarcou, ainda olhando para o céu. "Eu me pergunto o que mais é ilusão... a SHIELD? Que ainda se diz existir, mas caiu... morreu, assim como essas estrelas?", ela retirou a mão da água de novo, deixando as gotas escorrerem até mesmo sobre o peito dela, encharcando sua blusa. "O homem que amei também era 100% irreal? Como eu me deixei enganar? Os seus olhos... a luz que eu via neles também eram ilusórias?"

Grant Ward... ela amava Grant Ward. Essa eu não sabia.

S/N realmente sempre foi boa em esconder o que sentia.

"Posso sentar aqui?", perguntei, me sentando perto dos pés dela, sem nem mesmo esperar resposta. Gentilmente ergui suas pernas, fazendo com que ela repousasse os pés no meu colo. "Eu sinto muito."

Ela assentiu. "Eu também."

Ergui a cabeça, olhando as estrelas. A Lua... parte dela coberta por uma única nuvem, pequena e de delicada espessura. Algo tão fino como um véu... e já era o suficiente para ocultar parte de sua luz.

Assim como uma pequena mentira poderia destruir a luz de uma grande verdade. Talvez... talvez Ward a correspondesse. Mas as mentiras dele, as ilusões... teriam arruinado tudo o que foi ou poderia ter sido real entre eles.

"A noite é solitária. Quando nos encontramos sozinhos, os demônios tomam o controle de nossas mentes," eu disse pra ela, referenciando uma música que eu sabia... ela conhecia.

S/N suspirou. "Eu odeio a noite. Eu odeio ficar sozinha à noite. Grant sabia... ele me fazia companhia no Ônibus até que eu pegasse no sono, fosse onde fosse... e eu sempre acordava no meu quarto," ela sorriu, relembrando os seus momentos com ele... até que lágrimas se formaram em seus olhos.

Mas ela não chorou. S/N nunca chorava... eu a conhecia há anos! Nem por conta de um filme ou por conta da morte de um parceiro de campo. Ela nunca chorava.

Grant Ward fez os olhos daquela mulher marejarem.

"Essa noite... você não está sozinha," eu a relembrei.

E só então ela finalmente fez contato visual comigo. Em seus olhos, tudo o que eu podia ver era gratidão. S/N nem mesmo precisou dizer... ela sabia: eu sabia.