Capítulo 13

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Violeta Allen

Acordo quando sinto alguém do meu lado. Abro os olhos pensando quem era. Tinha quase a certeza que era o Milo. Mas quando olho para o rapaz moreno de olhos verdes e com um belo rosto a sorrir para mim, as minhas espectativas caem.
- Quem é você? Onde estou? Porque está aqui comigo? Porque estou aqui? Você não é um daqueles maníacos que anda atrás de mim, é? Cadê meus amigos?- faço um monte de perguntas, como sempre.
- Eu sou o Justin Hutson e você está na minha casa. Eu só vim fazer companhia e não sei onde estão seus amigos.- ele fala calmamente.
- Você não me vai machucar, vai?- pergunto receosa.
- Claro que não. Até porque eu preciso de você viva.- o que ele quer dizer com isso?
- O que você quer dizer com isso?
- Que eu não vou matar você, nem torturar você. Porque eu quero que você faça o que eu te pedir por iniciativa própria.
- E o que você vai me pedir?- falo com uma voz sedutora e aproximo nossos rostos.
- Tudo a seu tempo, tudo a seu tempo.- ele encosta nossos narizes.
- Se você não vai me dizer o que quer, quando disser não vou querer fazer.- afasto nossos rostos e cruzo os braços.
- Tá bom eu digo.- ele ri.- Eu quero ter um filho com você.
- O quê? Eu mal te conheço e você mal me conhece. Porque quer ter um filho comigo.
- Eu conheço você melhor do que você pensa. Violeta Allen.- ele pronuncia o meu nome e eu me arrepio toda.
- Como você sabe meu nome?- pergunto.
- Eu sei tudo sobre você. Sei que é uma bruxa muito poderosa e que a única família que tem é o seu irmão, James Allen. Se não estou em erro.
- Como você sabe isso tudo?
- Eu tenho andado a vigiar você, Violeta.
- Porquê eu?
- Porque você é a garota que eu encontrei mais parecida com a minha falecida noiva.
- E o que eu tenho haver com isso?
- Eu queria ter um filho dela, mas ela morreu antes que pudéssemos ter um filho.
- Lamento imenso pela sua perda, mas eu não posso.- falo com sinceridade.
- Obrigado.- ele sorri fraco. O sorriso dele me faz ter pena e ceder.
- Tá bom. Eu aceito, mas com algumas condições.- ele logo abre um sorriso que me faz sorrir como se fosse contagiante.
- Tudo o que quiser.
- Primeiro, preciso de falar com meu irmão a dizer que estou bem, segundo, quero ter os melhores cuidados durante a gravidez, terceiro, quando o bebê nascer eu quero voltar para casa, mas serei considerada madrinha dele, e por último, quero ver ele todos os finais de semana.
- Aceito suas condições.- ele se levanta da cama e eu me levanto também.
- Então temos acordo?- estendo a mão para selar nosso acordo.
- Eu também tenho as minhas condições. Quem me garante que você não foge com o bebê?
- Se eu quisesse levar o bebê decidia ficar aqui. Eu não quero que ninguém saiba que vou ser mãe.
- Mesmo assim. Quero que assines um contrato. Onde eu prometo cumprir suas condições e você as minhas durante a gravidez.
- Tá bom. Eu assino. Mas você tem que me dizer quais são suas condições.
- Primeiro, tenho a certeza que seus amigos estão preocupados com você e já que você vai ficar cá por um tempo pode falar com eles e dizer que não quer ser encontrada. Segundo não pode me esconder nada e...
- Eu não escondo se você não esconder.- o interrompo.
- Tá bom. E terceiro tem que me dizer tudo o que precisar para ter uma melhor gravidez.
- Eu aceito.- ele me dá um papel e uma caneta. Pego o papel e leio antes de assinar. Aprendi que você tem que ler até a letras miudinhas, se não se ferra.
Depois de ler tudo muito bem assinei e ele assinou a seguir.
- Bem. Eu. Queria falar com meu irmão.- falo.
- Claro.- o Justin pega o seu celular que estava na penteadeira do quarto e me dá. Disco o número do meu irmão e espero ele atender. Ele atende ao terceiro toque.
- Alô?- ouço do outro lado.
- Estou James é a Vi.- respondo.
- Vi! Não é o James que fala. É o Milo.- congelo quando ouço o nome de Milo.- Você está bem?
- Sim. E meu irmão? Como está?- estou preocupada.
- Ele está recuperando. De uma mordida de vampiro. Onde você está? A gente vai já buscar você.
- Na verdade.- começo a explicar.- Eu não quero ser encontrada.
- O quê?- Milo quase que grita.- Eles querem dinheiro? Eu dou dinheiro. Eles te obrigaram a dizer isso. Não foi? Eu vou aí buscar você. Nem que seja a última coisa que faça. Salvei você duas vezes, não é à terceira que vou desistir.- as lágrimas traiçoeiras começam a rolar e a molhar meu rosto.
- Não Milo. Ninguém me obrigou a dizer isso. Eu é que me sinto bem aqui. Mas prometo que vou visitar vocês.
- Vi...
- Não Milo. Respeite minha vontade.
- Mas Vi...
- Sem mas, nem meio mas. Eu não preciso que me venham buscar. Eu estou super bem.
- Tem certeza?- ele pergunta.
- Absoluta.
- Tá bom.
- Obrigada por compreender. Adeus.- desligo o celular sem dar a ele hipótese de protestar.
Me direciono para Justin.
- Aqui.- estendo o celular para ele.- Obrigada.- sorrio fraco.
- Sempre às ordens.- ele faz uma pequena referência.- Não pode deixar de ouvir a conversa. Quem era esse tal de Milo?
- Ele é só o garoto que passa a vida a me salvar.- falo como se fosse uma coisa normal.
- Ele tem sorte.- ele sorri fraco.
- Porquê?- pergunto.
- Porque ele salve sempre a garota mais maravilhosa à face da Terra.- ele se aproxima e coloca uma mexa do meu cabelo atrás da orelha.
- Aham.- o olho nos olhos e ele faz o mesmo. Um silêncio estranho invade a sala.
- Bem eu acho que você quer tomar um banho antes do jantar.- o Justin quebra o silêncio.
- Sim. Acho melhor.
- Tem tudo o que precisa ali no banheiro.- ele aponta para a porta que deve dar ao banheiro.- Depois eu estava pensando em irmos aproveitar a noite. Há uma boate aqui perto. Podíamos ir lá.
- Sim. Vai ser divertido.
- Então nos vemos daqui a uma hora.
- Tá bom.- quando falo isso ele sai do quarto.
Entro no banheiro e vou em direção ao box. Ligo o chuveiro e deixo a água quente escorrer pelo meu corpo. Lavo meus cabelos encaracolados com cuidado. Passa a água uma última vez no meu corpo e saio do box. Seco meu cabelo e vou me arrumar. Abro o closet. Tem um montão de roupas. Opto por uma regata dourada, umas calças de couro e uma bota de cano longo. Nada de maquiagem, hoje é para ser natural.
Desço para o andar de baixo e já sinto o cheiro de comida. Sigo esse cheiro e pelo caminho choco com algo, ou melhor, alguém.
- Eu ia agora mesmo te chamar.- ele fala e me guia até a sala de refeições.

Milo & Meg: A História (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora