⊹──⊱Prólogo⊰──⊹

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Milo Hamilton

Era uma vez...

Desde que eu era pequeno, todas as histórias que ouço e leio começam por " Era uma vez". Porquê? Será que ninguém tem criatividade para começar de maneira diferente? Sempre que faço estas perguntas obtenho uma resposta diferente. Uns dizem que é por ser uma tradição bastante antiga de há muitos anos, outros dizem que é por ser um bom começo, pois todas as histórias que começam assim acabam por ter um final feliz, e outros perguntam-me porque é que me importo com algo tão insignificante em vez de me preocupar com coisas que, de facto, importam. Talvez hajam livros que não comecem desta forma, talvez hajam autores que conseguiram ser criativos o suficiente para não recorrerem ao clássico e um pouco básico "Era uma vez", mas eu, pessoalmente, ainda não os encontrei. Preciso de ler mais livros e de géneros diferentes dos que estou habituado.

Mas onde é que eu quero chegar com isto? Perguntas-te a ti mesmo, meu caro leitor que decidiste pegar neste livro (por alguma razão que desconheço) e decidiste dar-lhe uma hipótese. Eu não estou a reclamar, nada disso, fico-te grato por estares a abdicar do teu tempo (que podia estar a ser usado para fazeres algo útil) para leres a minha história. 

Continuando com o que estava a dizer. Eu não quero que este livro seja como tantos outros e que comece de uma forma básica e pouco pensada, porque isso seria fácil demais, e eu adoro um bom desafio, por isso queria começar de maneira diferente.

Apesar de eu ter usado o "Era uma vez" e de ter divagado este tempo todo acerca disso, consegui captar a tua atenção. E respondendo à pergunta de antes, era aí que eu queria chegar, à captação da tua atenção. Eu nunca gostei muito de escrever, mas sei que o mais importante é captar a atenção do leitor e acho que consegui atingir esse objetivo, se não, peço desculpa. Mas não feches já o livro! A história vai começar, a sério, eu prometo que não vou divagar mais e vou direto ao ponto. Talvez nem sempre vá direto ao ponto mas....OK! Já parei! Vou começar e desta vez é a sério.

Chamo-me Milo Hamilton. Este nome, um pouco peculiar, foi o nome escolhido pelo meu pai, Charles. Quando nasci ele estava obcecado com a sua pesquisa sobre a Lei de Milo Murphy que, para aqueles que nunca ouviram falar dela ou não têm conhecimento da sua existência, eu vou passar a explicar. A Lei de Milo Murphy é, e passo a citar(segundo as minhas fontes completamente seguras da Wikipédia), um adágo ou epigrama da cultura ocidental que, normalmente é citada como "Qualquer coisa que possa correr mal, correrá mal, no pior momento possível". Ou seja, se nós acreditarmos que algo de mal vai acontecer, isso irá de facto acontecer no pior momento possível. Não sei se com isto o meu pai quis transmitir a ideia de que eu era um acidente ou algo parecido. Hamilton, o meu apelido,  não é o meu apelido verdadeiro. Esperem, tenham paciência, eu já explico tudo. Não posso ir simplesmente até ao meio da história e depois voltar ao começo, tenho um guião a manter. Continuando com a minha apresentação. Eu sou um lobo. Talvez não exatamente um lobo, sou um metamorfo. E o que é um metamorfo, perguntam vocês. Um metamorfo é um ser que se pode transformar em qualquer tipo e espécie de animal. Desde um pequeno inseto a uma enorme baleia. Não que eu me ande a transformar em baleias frequentemente porque isso não dá jeito nenhum. A minha forma original é a de um humano comum, tão comum como os outros. Eu descobri este dom (se é assim que se pode chamar) quando tinha, cerca de cinco anos. Eu não tinha controlo nenhum sobre esta habilidade. Eu estava assustado e os meus pais também. Uns tempos mais tarde, após os meus pais terem descoberto que a minha irmã também era como eu, foi a gota de água. Fugi de casa com a minha irmã, a Meg. Porque é que eu fugi? Porque sabia que era perigoso e os meus pais não estavam seguros a viver por baixo do mesmo teto que eu e que a Meg. Mas olhando para trás acho que fui demasiado duro para comigo mjesmo e decidi que ia ver os meus pais biológicos como: "aqueles que nunca nos iriam aceitar", e que, no foundo,foi o que eles fizeram. A forma como o meu pai olhava para mim e a forma como a minha mãe ficava nervosa quendo eu entrava em qualquer lugar da casa em que ela estivesse. A Meg tinha três anos quando descobrimos que ela também era metamórfica. E como é que descobrimos? Descobrimos quando vimos um gato no pequeno berço dela.

Milo & Meg: A História (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora