Milo Hamilton
Uma semana depois...
Depois daquela estranha chamada da Violeta a dizer que não queria que a encontrasse tudo mudou. Eu mudei. Ainda tento procurar a Lilith mas, parece que nada resulta. Vou mais vezes à cidade e me misturo como a multidão. Tento fugir de um mundo onde não quero estar. Depois do rapto nunca mais voltei a falar com os meus pais biológicos. Nem eu, nem a Meg. Ela está preocupada comigo e, eu também lhe disse que era melhor ela não ir ver os nossos pais. Estou com um monte de coisas em mãos. Procurar a Lilith, cuidar do James, aparecer nas reuniões de alfas e, bem, esquecer a Violeta. Ela escolheu não ser encontrada, seguiu em frente,e deixou para trás o James e eu. Eu fui burro em pensar que ela sentia algo por mim assim como eu sentia por ela. Eu me deixei levar por algo que nem sequer existia. Segui o caminho para um abismo sem fundo onde agora vou ficar pela eternidade.
Disse que agora tenho que ir às reuniões de alfas. Sim.Com a maturidade a se aproximar a Sophia achou por bem eu comparecer nas reuniões de alfas. Quer dizer, aquilo é basicamente uma conversa que eu tenho com o meu bisavô Alfred, o meu avô Joseph e o Kaio. Ele bem tentou contrariar a Sophia mas, não ganhou nada.
E o pior nem foi eu me ter juntado ao grupo de alfas da família, não, o pior foi que no dia a seguir à chamada da Violeta, o James tentou se suicidar. Mas graças a Deus o Peter estava lá e o salvou. Agora ele está a ser tratado na ala hospitalar.
Estou deitado sobre a cama azul-marinho do meu quarto agarrado à almofada branca quando ouço um bater na porta.
- Entre.- falo aborrecido enquanto vejo a porta sendo aberta pelo meu irmão que entra calmamente e se senta ao meu lado.
- Como você está?- ele pergunta.
- Para dizer a verdade, nada bem. E você?
- Acabei de descobrir que o meu irmão é metamórfico e que nem é mesmo meu irmão. Eu estou bem. Não devo estar a sentir metade da dor que você deve estar a sentindo.
- O que você quer dizer com isso?
- A Violeta. Você está abalado desde aquele telefonema dela. Vocês tinham uma ligação.
- Não, nós não tínhamos nada. Eu é que fui um burro em pensar que ela sentia o mesmo que eu. Agora estou aqui, a tentar esquecer a garota de caracóis castanhos que salvei diversas vezes. Arrisquei a minha vida por ela, pelo irmão dela. E como é que ela agradeceu? Indo embora. Porque é que eu tinha que salvar ela. A culpa disto tudo não é dela, não, é minha. A culpa é de eu ser um idiota bondoso de mais e a ter salvo aquele dia na floresta.
- Nada disso. Ela é que é burra em não perceber que homem ela tinha à frente. Um homem leal. Você não é burro, ela sim.- o Ryan está crescendo.
- Obrigada irmão. Você já está tão crescido.- acho que escorreu uma lágrima pelo canto do meu olho.
- Cara não diga isso, parece até a mãe falando.- começo rindo.- Desde quando você se tornou sentimental assim?
- Desde sempre.- ele ri também.
Batem à porta e a gente para de rir. A porta se abre. São a Meg e a Emily.
- A gente ouviu risos e queria ver quem estava morrendo.- a Emily fala e todos nós começamos a rir.- Ué? Qual a piada?
- A piada é você.- a Meg responde no meio de gargalhadas. A Emily começa rindo também. Juntamo-nos todos e damos um abraço de irmãos. Acho que afinal não tenho uma família tão má assim.Violeta Allen
Estou grávida. Sim estou grávida. Deu tudo certo com o Justin. E eu meio que estou gostando. A gente não tem qualquer relação amorosa. Só há uma coisa que eu queria nesse momento e não posso ter. Meu irmão. Como ele estará? Será que sente saudade de mim? E o Milo? Ele deve estar super zangado comigo. Me fui embora sem dizer nada a ninguém. Quer dizer. Eu fui capturada.
Voltando à gravidez. Eu estou grávida de dois meses. Sei que só passou uma semana mas, por causa dos genes de vampiro do Justin, a gravidez é mais rápida. Meu Deus, como eu estou feliz. Bem, não tão feliz assim. Para ser sincera, eu gostava que esse bebê fosse do Milo. Não sei, sinto algo por ele, não sei o que é mas vou descobrir.
Ouço baterem à porta e digo para entrar.
- Oi querida. Como você está? E o nosso bebê?- o Justin fala animado. Ele não é tão mau assim.- Preparada para saber o sexo do bebê?
- Sim.- falo animada também.
- Ok. Então vamos.- ele me pega como se pegasse numa noiva e me leva até à ala hospitalar. O médico é ótimo. Ele também é vampiro. Aqui só vivo eu, o Justin, o Sr. Marty (o médico) e o Juan (o mordomo). Eles são todos super simpáticos comigo.
Chegamos à ala hospitalar e já está tudo preparado para a consulta. O Justin me coloca sobre a maca e eu já levanto a camisola. A minha barriga já se começa notando.
- Então. Nervosa?- o médico pergunta.
- Não, estou é ansiosa.- ele sorri para mim.
- Alguma preferência no sexo do bebê?
- O gostaria que fosse garoto mas se for garota eu não me importo.- o Justin reponde.- E você Vi?
- Eu não tenho preferência.
- Vamos a isto.- ele começa sinto um conforto na barriga. Passados cinco minutos ouço o coração dele, o coração do meu bebê. Aquele pequeno coraçãozinho bater foi a melhor coisa.
Chegou a hora do médico revelar o sexo do bebê.
- Ele é.....- o Justin agarra na minha mão.- Uma garota. Parabéns.- depois do médico dizer isso só vejo o Justin chorar.
- O que foi Justin? Não gostou da notícia?
- Eu não gostei. Eu adorei. Vou ter uma garotinha. Uma vampirinha maravilhosa.- ele fala fungando.
- Ainda bem.- as lágrimas de felicidade começam a sair.Lilith Watson
Estou presa nesta merda de sítio à uma semana. Estou grávida, de três meses, do Justin. A enseminação correu bem. Estou grávida. Porque não estou feliz? Eu devia estar feliz. Vou ter dois bebês, um garoto e uma garota. Apesar de estar presa nesta sala o Justin se preocupa com os bebês e com a minha saúde. Ele quer que eu tenha uma gravidez calma e pacífica. Ele ainda está a tentar que eu aceite o seu pedido de "namoro". Embora a cada vez que ele pergunta eu responda "não". Eu estou sozinha nesta sala branca e vazia apenas com uma camisa de dormir numa cama de hospital. Só tenho os meus bebês.
A porta se abre e a silhueta do homem que eu já conheço entra na sala fechando a porta atrás de si.
- Como você está?- ele pergunta mas não respondo e olho para o fino cobertor que cobre as minhas pernas.- Lily?- ele se senta no fundo da cama.- Você está bem?- sei que ele está me olhando. Olho para ele olhos nos olhos. É minha impressão ou ele está mesmo preocupado.- Lily, fala comigo.- ele fala calmamente.- Por favor.- ele suplica.
- Não estou bem.- volto a olhar para o cobertor.
- Te dói alguma coisa? Estás com enjoos?- não acredito que ele esteja preocupado.
- Não. Estou apenas triste.- falo sinceramente.
- Desculpa Lily. Eu sou um besta mesmo.- ele agarra na minha mão e o olho.
- A culpa não é sua.- falo mas sei que é mentira.
- Não. A culpa é minha. Você está triste por minha causa. Posso fazer algo para te animar? Sem ser te libertar.
- Eu queria sair. Talvez respirar ar fresco.
- Tá bom.- ele tira a algema de meus pés encardidos e me pega como se eu fosse uma noiva. Me encolho no peito dele. Sinto o calor que o corpo dele emana para o meu corpo nojento e gelado. Fico de olhos fechados, só os irei abrir quando me sentir segura. Depois de andar e andar, o Justin para e poisa o meu corpo inútil sobre uma espécie de sofá.
- Pode abrir os olhos.
- Estou com medo.- ele agarra a minha mão levemente e afaga. Sinto calafrios.
- Não tenha medo. Você nunca tem medo. Abra os olhos Lily.
Abro meus olhos. Vejo o Justin olhar para mim. Olho ao redor. Estou num coreto com um belo jardim de flores ao seu redor. Vejo uma mesa com várias coisas que eu gostava quando era humana. Sinto o delicioso cheiro invadir as minhas narinas e a minha barriga ronca.
- Você está com fome?- ele fala e assinto. Ele pega numa torrada e leva ela à minha boca. Eu mastigo calmamente. Está tão bom. Que saudades que eu tinha de comer assim. Espera.
- Mas, eu não posso comer comida de humanos. O meu corpo rejeita esse tipo de comida.- falo enquanto olho para ele. Ele pega numa torrada e leva à sua boca.
- Bem, como é que hei de explicar. Quando mudei a nossa genética, não mudei só o facto de podermos ter filhos mas também a nossa alimentação. Nós somos quase metade humanos. Mas a parte vampiro se destaca mais.- ele senta ao meu lado.
- Isso explica muita coisa.- falo timidamente enquanto ele acaba a sua torrada e eu acabo a minha.
- Lily. Desculpa, a sério. Eu prometo que vou passar a ser melhor, mas por favor, não me deixes. O que eu disse é verdade. Me arrependo todos os dias. Tens de acreditar em mim.
- Não sei se consigo.- ele se aproxima de mim encostando nossas testas.
- Você consegue. Lily.- ele sussurra.
- Sim.- sussurro também
- Eu te amo.- ao dizer isso ele me beija. Agarra minha nuca com uma mão e com a outra agarra a minha cintura. Tento afastar ele mas é como se o meu corpo não obedecesse. Me deixo levar pelo beijo. Acho que vou confiar nele. Finalmente esqueço tudo o que se passou. O que passou passou e é no passado que deve ficar. Temos que seguir em frente. Quando ele rompe o beijo eu digo:
- Eu também te amo.
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Milo & Meg: A História (REVISANDO)
WerewolfInício:14/09/2018 Fim: Sinopse:Milo Hamilton um ser metamórfico foge de casa com apenas cinco anos, pelo simples fato de não ter auto controle e ter medo de magoar os pais. Ele leva a sua irmã com ele que também é metamórfica. Meg tinha apenas três...