Milo & Meg: A História (REVISANDO)

Capítulo 16

Milo Hamilton

Chegamos a Sutton Park. As coordenadas que o Peter nos deu são exatamente no sítio onde estamos. Olho em volta a esta hora da noite não se vê nada, nem ninguém. Se calhar me enganei. Pego no mapa onde apontei as coordenadas. Não, não me enganei. Elas batem certo com o sítio onde estamos, a não ser...
- Tem certeza que é aqui?- o Dave pergunta.
- Não.- respondo.- Filho da mãe.- falo revoltado.
- O que foi?- Dave pergunta.
- Ele me deu as coordenadas erradas.- pego no celular e disco o número do Peter. Eu vou matar aquele cara. Não atende. Tento novamente. Continua sem atender. Ligo para a Meg que deve estar com ele. Ela atende ao terceiro toque.
- Alô?
- Meg. Você está com o Peter?
- Não.
- Onde ele está então?
- Ele...Bem....Ele está...- ela fala atrapalhada.
- Apenas me fala onde ele está.
- Ele está em Liverpool.
- Em Liverpool? O que faz ele em Liverpool?
- Foi resgatar a Violeta.- eu juro que eu mato aquele filho da mãe.
- E você?- pergunto preocupado.
- Eu estou indo resgatar ele.
- Meg! Não faça isso!- falo em desespero.
- Relaxa eu não estou sozinha.
- Não quero saber se você está sozinha ou não, apenas espera eu e o Dave chegarmos aí. Tá bom?
- Tá bom.
- Meg não me revira os olhos.- eu conheço ela e sei que ela acabou de revirar os olhos.
- Mas...
- Nem mas, nem meio mas. Onde vocês estão?
- No bosque perto de casa.
- Chego aí dentro de 10 minutos.- quando falo isso desligo.- Bem Dave, a gente tem que ir resgatar umas pessoas.

Lilith Watson

Após eu ter dito ao Justin que o amava eu disse que não podia fazer aquilo que ele me pedira. Ele se irritou e me colocou de novo aqui. Nessa sala branca, fria e monótona.
A porta abre e ele entra. Peter está dormindo por isso não vai perturbar nossa conversa. Ele se aproxima de mim e diz:
- Lily, eu sou um besta.
- Só agora entendeu.- falo irónica revirando os olhos.
- Eu não devia estar fazendo isso. Não com você.- ele me olha nos olhos e percebo que está falando a verdade.
- Então porque está?
- Não tive escolha. Mas quero melhorar a situação.
- Como é que você quer melhorar a situação?- pergunto.
- Eu tenho uma casa aqui perto, você pode ir morar lá até a gravidez acabar. E se quiser ficar lá depois, pode ficar.- até que não é má ideia. Podia até ser feliz.
- Ok.- falo ele me pega. Quando estou em seus braços só quero fechar os olhos e sentir seu calor aquecer minhas veias geladas. Mantenho eles sempre fechados, apenas assim me sinto segura. Ele anda, anda, anda e anda até que paramos, ele me coloca com cuidado no chão e diz para eu abrir os olhos. Eu faço isso e me deparo com uma enorme mansão. Caminho na direção da porta daquela que será minha nova casa. Sinto os meus pés pisarem a fina areia do caminho, sinto o cheiro das flores do jardim, sinto a brisa soprar no meu rosto. Quando finalmente entramos posso vislumbrar uma enorme sala. Fico completamente boquiaberta com a beleza da casa.
- Então imagina quando vir seu quarto.- Justin fala quando repara no meu espanto.
- Me mostra então.- sugiro. Ele pega minha mão e me puxa cuidadosamente para o andar de cima. Subo as escadas de mármore, pisando cada degrau com os meus pés encardidos.
- Acho que vai gostar.- ele fala quando chegamos à porta que vai dar ao meu futuro quarto. Ele a abre calmamente e me dá passagem para entrar no quarto.
Quando entro me deparo com os tons de branco e amarelo bem clarinho. Amarelo sempre foi minha cor favorita. Não sou como a maioria das garotas que gosta de rosa e que diz que rosa é cor de menina. Eu sou bem diferente e amei esse quarto. Ainda estou de queixo caído quando o Justin pergunta:
- Gostou?
- Eu amei!- falo e o abraço. Ele fica surpreso com minha reação mas retribui o abraço.- Obrigada.- digo ainda abraçada a ele.
- Não tem de quê.- ele levanta meu queixo com a mão direita para eu olhar nos seus belos olhos verdes. Ele pode ser um besta mas eu o amo e nunca parei de o amar.- Você sabe que eu quero consertar tudo. Não é?- eu apenas assinto. Eu não devia confiar nele, mas sou boa demais para não lhe dar outra oportunidade. Além do mais eu o amo.- Isso é bom, muito bom.- ele sorri e eu sorrio também. O sorriso dele é cativante. Ele se aproxima para me beijar mas eu o afasto.
- Um passo de cada vez.- falo. Minha barriga ronca.- Estou esfomeada. Eita. Nunca pensei voltar a dizer isso.- ele ri e eu riu com ele.
- Tá bom. Eu já vou buscar o jantar para você. Enquanto isso você pode tomar uma ducha o banheiro é ali.- ele fala apontando para uma porta perto da penteadeira.
- É melhor.- afirmo olhando para meus pés encardidos.
- Ok. Eu já volto então.- ele sorri de canto e sai.
Vou em direção ao banheiro e ligo a água do chuveiro. Tiro a t-shirt cinzenta larga que me cobre o corpo e meu sutiã. Antes de entrar no chuveiro contorno minha barriga com as mãos e falo.
- O pai de vocês está mudando. Talvez a gente deva dar uma chance para ele.- quando falo isso sinto um pontapé na barriga e rio baixinho entrando no chuveiro.

Meg Hamilton

Tal como disse o Milo chegou dez minutos após nossa conversa.
- Oi.- ele fala quando chega e o Dave vem atrás dele.
- Oi.- falo aborrecida.
- Não precisava ter vindo.- a Em fala.
- Precisava sim. Nunca ia colocar a Meg em perigo.- a Em assente.- E é por isso que você vai com o Dave para casa.
- O QUÊ?!- pergunto gritando.- Nem pensar! Eu vou com você, aliás sou eu que estou conduzindo essa operação você só encontrou nela porque eu deixei.
- Duvido que você tenha um plano.- ele diz me fazendo revirar os olhos.
- Primeiro tenho que analisar o terreno. Depois a gente cria um plano. Tá bom?
- Tá.- ele fala e posso notar o leve tom de raiva na sua voz.
- Tá.- respondo e vou na frente. A Leila vem ter comigo e ambas vamos na frente.
- Sabe, devia pegar mais leve com ele.- ela fala.
- Eu é que devia pergar mais leve? Ele é que devia pegar mais leve. Eu já não sou uma bebê.- afirmo indignada com o que ela falou.
- Calma. Meg, ele só está tentando proteger você. Ele se preocupa e acho que ele não ia aguentar se perdesse você.- eu sei que ele não aguentaria me perder eu também não aguentaria perder ele.
- Eu sei.- falo e continuamos andando quando o silêncio se instala entre nós duas.