ao mar

49 4 2
                                    

O mar salga
salva
enriquece
pintado em tons de azul
Servido de inspiração para os artistas

o mar se desfaz ao ser abrigo para os pensamentos mais profundos
tocados no violão
ou deixados na areia do chão
Que se misturam no meio dos peixes e em cada gota d'água

o mar as vezes age de forma impetuosa
Formando ondas sem pensar, deixa em turbulência o lar
o ar

mas quando a calmaria chega
Tranquiliza a alma dos corpos estirados em sua superfície
acalmando até o ser mais sucumbido pelo caos

Segundo a senhora da praça, o sal do mar salga e retira toda a impureza, o caos e a incerteza.
ao boiar em seu manto mais tenuoso
Traz a pureza e a leveza, trazendo a paz para o interior de cada um

ao mar eu dedico a mais bela canção
aquela que toca no verão ou aquela que a moça na areia canta com o coração

O mar é uma constante incerteza
e há de que os mais sábios deduzam o que seria enfim deixado ao mar

talvez ele abrigue entre tantas ondas, palavras que o vento leva
ou uma garrafa com uma carta perdida pertencente a uma história de amor antiga
uma casa para vários animais
ou presentes a Yemanjá mostrando os seus ideais

mas dentre tantas coisas
enquanto meus pés descalços tocam a areia
o vento sopra e chicoteia
as cordas do violão formam uma melodia graciosa com o mar
e a revoada de penas brancas distante passa sobre minha cabeça

Ao mar eu deixo a música
eu deixo o conforto
deixo uma poesia acústica

cantada com todos meus pulmões em direção a algo

ou a alguém

bem além

daquele azul imenso que é o mar

e assim todas as coisas mais puras que eu conseguir lhe dar

eu deixo

(a)mar

Aquilo que vem de dentroOnde histórias criam vida. Descubra agora