a queda

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chuva,
água gélida pelo corpo
ardendo as feridas expostas

um por um,
os pontos soltam
um por um,
corpos caem ao chão

a tempestade vem ai

se segure

sangue,
a agonia arranca a pele
unhas por todo o rosto
joelho ralado

trovão sem som
teclas quebradas
cordas estouradas
o batuque do tambor
a batida do coração

silêncio

na rua,
nenhuma pessoa
na mente,
vozes por toda a parte

SILÊNCIO!
mas ninguém está falando

FALEM ALGO!
não há mais nada a dizer

me tire daqui
me tire de mim

vento,
me leve para longe
para um farol,
para algum lugar seguro

me segure

ventre,
da mãe que foi abrigo,
agora tem espinhos

me proteja, me cure

vente,
até não conseguir mais
quebre minhas asas
me arraste pelo chão
mas me deixe levantar
para por fim, eu conseguir voar

deixe eu me salvar.

Aquilo que vem de dentroOnde histórias criam vida. Descubra agora