4 - PRIMEIRO BEIJO

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Samantha acordou nervosa com o primeiro dia de aula. Sabia que a cena que protagonizou na festa de sábado tinha virado assunto nas redes sociais e nunca gostou desse tipo de atenção desnecessária. Diferente da maioria das garotas da sua idade, Sam preferia se manter discreta e quase nunca divulgava nada sobre sua vida pessoal na Internet, além das fotos que tirava com as amigas.

Ela enrolou ao máximo e se atrasou de propósito, torcendo para que Taylor não a esperasse para irem juntos à escola, mas quando finalmente desceu, lá estava ele, sentado no sofá da sala, ainda mais lindo do que ela se lembrava.

- Achei que ia faltar justo no primeiro dia aula...

- Você não precisava ter esperado, Taylor! Eu posso pegar carona com a mãe da Allison como sempre faço.

- Claro que eu precisava... nós combinamos, não combinamos? - Sam apenas assentiu, evitando o contato visual. Sentia-se tão atraída por ele que era desconcertante. - Você vai tomar café? Eu posso esperar...

- Não, estou sem fome. Vamos?

- Sua mãe não vai com a gente, Sam?

- Não, ela entra mais tarde e vai sempre de carona com seu pai. - Claire trabalhava como orientadora educacional na mesma escola em que Sam e Tay estudavam: a Union High School.

Assim que entraram no carro, o celular de Taylor tocou e o coração de Samantha quase saiu pela boca quando ele atendeu com um tom de voz doce e carinhoso. "Oi, meu amor! Eu também estou com saudade..." - essas palavras tiveram um efeito devastador em Sam. Ela se sentiu triste e confusa como nunca havia se sentido antes. Nem a partida de Taylor havia doído tanto quanto saber que ele amava outra garota. Não conseguia entender porque se sentia assim e teve raiva dele.

Taylor não percebeu o que estava acontecendo. Continuou conversando com a sobrinha ao telefone, demonstrando todo amor e saudade que sentia. Sara tinha cinco anos e acabou se apegando muito ao tio enquanto ele esteve em Londres.

Durante toda a semana, Sam quase não conseguia olhar para Taylor. Sentia-se tão confusa. Por mais que não tivesse o direito, estava magoada por saber que ele tinha uma namorada na Inglaterra. Mesmo tentando muito, nunca conseguiu esquecer o que havia acontecido entre eles antes de Taylor partir e aquilo a atormentava.

Por mais que quisesse se manter afastado, que soubesse que era o certo a fazer, Taylor se sentia cada vez mais frustrado com a distância entre eles. Ele queria parar de se sentir assim e contar a verdade, falar de seus sentimentos. Mas sentia-se tão culpado que não conseguia. Mal admitia para ele mesmo o que sentia.

Quando voltou para Tulsa, pensou em conversar com Sam sobre o que aconteceu na noite de sua despedida. Esperou que ela falasse alguma coisa, qualquer coisa. Mas ela não disse nada. E ele também não. Sentiu-se um covarde mais uma vez. Começou a questionar se aquela noite não teria sido fruto da sua imaginação, mas lembrava vivamente de cada sensação.

Na época, Claire e Walker fizeram questão de organizar uma festa de despedida. Taylor não queria, mas o pai e a madrasta insistiram tanto que ele acabou cedendo. Como não tinha muitos amigos, Claire e Walker pediram para que Sam convidasse os amigos dela também. Queriam que o filho se sentisse amado, que soubesse a falta que faria a todos naquela casa.

Era o início das férias de verão e fazia muito calor em Tulsa. Taylor estava na sala conversando com os convidados que chegavam e aproveitando para se despedir dos amigos quando sua atenção foi roubada. Ao observá-la descendo as escadas, o coração de Taylor quase parou de bater. Ela estava tão linda, com seus cabelos soltos e o vestido claro, que ele não conseguiu disfarçar.

- Se Sam não fosse sua irmã, eu diria que você está caidinho por ela! - o amigo bateu nas costas de Taylor, enquanto olhavam na direção da garota.

A cor dos teus olhos (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora