10 - SEMPRE SERÁ VOCÊ

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Sam devia estar brava com ele por ter mentido. Mas no momento em que ouviu a declaração, seu cérebro parou de funcionar. Sentia-se zonza com as informações que ainda não tinha processado.

Como assim ele nunca teve uma namorada? Como assim ele gosta dela?

- Como assim? – sem perceber, seus pensamentos escaparam em voz alta.

- Eu fui embora pra fugir do que sentia, mas você nunca saiu daqui de dentro... – Taylor levou a mão ao peito e encolheu os ombros - Eu estou apaixonado, pequena.

Ela sentiu os joelhos fraquejarem quando ele deu um passo em sua direção e continou:

- Eu estou apaixonado por você e não aguento mais fingir que não sinto nada. Desculpa... Eu sei que a gente não pode ficar junto. Acredite, eu sei disso. Entendo se nem quiser olhar pra mim, mas eu precisava falar.

Taylor fechou os olhos e a expressão torturada em seu rosto acertou em cheio o coração de Sam.

- Você... está... apaixonado? – ela repetiu as palavras devagar, com a voz trêmula e vacilante. A respiração irregular dificultou ainda mais.

Os olhos de Taylor percorreram cada centímetro do seu rosto, e ela ficou imaginando se ele era capaz de enxergar o que se passava em sua mente.

- Desculpa... eu...

- Taylor... por favor... para de me pedir desculpas... preciso entender as coisas que você falou e isso não está ajudando.

- Desculpa... Droga... Eu só... acho que gosto de você desde que éramos crianças, só não sabia o que era isso... esse aperto dentro do meu peito toda vez que te via. Eu me lembro de quando ouvi você rir pela primeira vez. Fiquei hipnotizado pela sua risada. Era o som mais incrível que eu já tinha escutado. E você foi crescendo e ficando tão linda... tão sincera e determinada... eu só... Eu me apaixonei por você.

Taylor mal respirava quando terminou de falar. Guardou os sentimentos por tanto tempo que sentiu-se aliviado e aterrorizado ao mesmo tempo. O peito de Sam subia e descia com intensidade e os olhos cor de mel brilhavam em sua direção. Ele esperava alguma reação. Esperava qualquer coisa. Mas ela não se mexia. Não falava nada.

Silêncio.

Silêncio que só foi quebrado pelo barulho estrondoso dos trovões e da ventania do lado de fora.

Por que ela não reagia? Por que não dizia nada?

Tomado por um impulso, Taylor estendeu os braços e a puxou para perto, pousando as duas mãos em sua cintura. Ela tremeu de leve quando ele a apertou. Que diabos ele está fazendo?

- Fala alguma coisa, Sam. Grita comigo! Diz que me odeia! Me manda embora daqui! Mas fala alguma coisa.

Seu coração subiu até a garganta enquanto a observava por alguns segundos, apenas estudando a sua expressão perturbada.

Nenhuma resposta.

Ele não sabia mais o que fazer, nem o que falar, então deu um passo para trás, oferecendo distância entre eles. Se Sam precisava de espaço, ele daria isso a ela. Ele faria qualquer coisa por ela. Mesmo que seu desejo fosse mantê-lo afastado. Sentiu sua alma queimando com a força desse pensamento. Seu coração se desfez em pedaços. Ele olhou para ela uma última vez antes de se virar em direção à porta do quarto.

Não. Não vai. Eu também, Taylor. Eu também estou. O pensamento gritou, mas a voz não sai.

Algo estalou dentro dela, despertando cada sentido, até conseguir se mover novamente. Em um segundo, os dedos de sua mão envolveram com força o punho de Taylor e ela o puxou em sua direção novamente, preenchendo o espaço entre eles.

A cor dos teus olhos (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora