13 - MENTIRA TEM PERNA CURTA

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Ela mentia.

Taylor tinha certeza.

Só não entendia o porquê.

Bastava fechar os olhos que podia sentir os lábios de Sam tocando cada centímetro de seu rosto. Era real demais. E o sentimento partia dos dois. 

Passou o final de semana inteiro criando cenários fictícios em sua cabeça.

Por que ela tinha tanto medo de se entregar?

Pensava tanto sobre isso que não conseguia se concentrar em nada.

O pior de tudo é que precisava se concentrar. Por causa dos três dias de suspensão, estava com o conteúdo inteiro atrasado.

Ficou supreso quando recebeu a  mensagem de Ike. O garoto fazia as mesmas aulas que ele no colégio e se mostrou disposto a trazer a matéria perdida por Taylor.

- Eu queria me desculpar pelo Dylan e pelos caras do time de basquete. Eles passaram dos limites. Quero que saiba que não concordo com o que Dylan fez. Também não achei certo a escola punir só você.

- Eu comecei a briga.

- Eu sei que isso não é verdade. Conheço o Dylan. Ele sabe achar o ponto fraco das pessoas. Só nunca imaginei ver você caindo nas provocações dele. Eu me lembro de você da outra escola, quando éramos mais novos. Você nunca fez o tipo briguento.

- Vamos dizer que o Dylan achou meu ponto fraco. Acho que é o único que eu tenho. - ele olhou para baixo, com o coração apertado ao pensar em Sam. - E você? Ele não falou nada de ter vindo me ajudar?

- Ele não é meu dono, Tay. Mas é claro que ficou puto. Eu só... sei lá... acho que preciso de amizades novas. - Ike sorriu e bateu levemente no ombro do novo amigo.

Quando Taylor voltou para a escola, passou a ter a companhia constante de Ike, o que diminuiu bastante as provocações do time de basquete. Eles tinham respeito por ele.

Em compensação, a raiva de Dylan crescia a cada dia que passava. Já não se tratava apenas do que sentia por Sam, tornou-se algo muito mais pessoal. Dylan queria fazer Taylor sofrer.

Não perdia a oportunidade de estar ao lado de Sam sempre que podia e, principalmente, quando via o irmão observando os dois. Atormentar a mente de Taylor se tornou quase tão divertido quanto ganhar um jogo de basquete. Até melhor.

Mesmo percebendo o crescente afastamento entre Tay e Sam, Claire continuava preocupada. Sentia em seu íntimo que havia algo errado.

Intuição de mãe.

Passou a observá-los mais atentamente na escola e perguntou aos professores sobre o comportamento dos dois. Descobriu pelos colegas de trabalho que a filha havia beijado Dylan no baile do colégio. Achou no mínimo curioso o fato de Taylor ter se envolvido em uma briga justamente com o garoto que estava interessado em Sam.

Toda vez que via uma oportunidade, questionava a filha sobre o irmão, analisando a sua reação.

- Seu irmão tem se comportado? - perguntou enquanto esperavam por ele na saída da escola.

- Não sei. Por que não pergunta pra ele. Eu quase nunca falo com o Taylor.

- Eu só estou preocupada por causa da briga entre ele e aquele garoto. Você sabe por que eles brigaram?

- Mãe... Já te disse... Não faço ideia das coisas que o Taylor faz ou deixa de fazer.

Sam sabia o que a mãe estava fazendo. Ela estava sendo testada. Por isso,  procurava aparentar naturalidade cada vez que tocavam no nome de Taylor. Percebendo a intenção da mãe, decidiu usar todos os argumentos para convencê-la de que não havia nada entre eles. 

A cor dos teus olhos (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora