Ela mentia.
Taylor tinha certeza.
Só não entendia o porquê.
Bastava fechar os olhos que podia sentir os lábios de Sam tocando cada centímetro de seu rosto. Era real demais. E o sentimento partia dos dois.
Passou o final de semana inteiro criando cenários fictícios em sua cabeça.
Por que ela tinha tanto medo de se entregar?
Pensava tanto sobre isso que não conseguia se concentrar em nada.
O pior de tudo é que precisava se concentrar. Por causa dos três dias de suspensão, estava com o conteúdo inteiro atrasado.
Ficou supreso quando recebeu a mensagem de Ike. O garoto fazia as mesmas aulas que ele no colégio e se mostrou disposto a trazer a matéria perdida por Taylor.
- Eu queria me desculpar pelo Dylan e pelos caras do time de basquete. Eles passaram dos limites. Quero que saiba que não concordo com o que Dylan fez. Também não achei certo a escola punir só você.
- Eu comecei a briga.
- Eu sei que isso não é verdade. Conheço o Dylan. Ele sabe achar o ponto fraco das pessoas. Só nunca imaginei ver você caindo nas provocações dele. Eu me lembro de você da outra escola, quando éramos mais novos. Você nunca fez o tipo briguento.
- Vamos dizer que o Dylan achou meu ponto fraco. Acho que é o único que eu tenho. - ele olhou para baixo, com o coração apertado ao pensar em Sam. - E você? Ele não falou nada de ter vindo me ajudar?
- Ele não é meu dono, Tay. Mas é claro que ficou puto. Eu só... sei lá... acho que preciso de amizades novas. - Ike sorriu e bateu levemente no ombro do novo amigo.
Quando Taylor voltou para a escola, passou a ter a companhia constante de Ike, o que diminuiu bastante as provocações do time de basquete. Eles tinham respeito por ele.
Em compensação, a raiva de Dylan crescia a cada dia que passava. Já não se tratava apenas do que sentia por Sam, tornou-se algo muito mais pessoal. Dylan queria fazer Taylor sofrer.
Não perdia a oportunidade de estar ao lado de Sam sempre que podia e, principalmente, quando via o irmão observando os dois. Atormentar a mente de Taylor se tornou quase tão divertido quanto ganhar um jogo de basquete. Até melhor.
Mesmo percebendo o crescente afastamento entre Tay e Sam, Claire continuava preocupada. Sentia em seu íntimo que havia algo errado.
Intuição de mãe.
Passou a observá-los mais atentamente na escola e perguntou aos professores sobre o comportamento dos dois. Descobriu pelos colegas de trabalho que a filha havia beijado Dylan no baile do colégio. Achou no mínimo curioso o fato de Taylor ter se envolvido em uma briga justamente com o garoto que estava interessado em Sam.
Toda vez que via uma oportunidade, questionava a filha sobre o irmão, analisando a sua reação.
- Seu irmão tem se comportado? - perguntou enquanto esperavam por ele na saída da escola.
- Não sei. Por que não pergunta pra ele. Eu quase nunca falo com o Taylor.
- Eu só estou preocupada por causa da briga entre ele e aquele garoto. Você sabe por que eles brigaram?
- Mãe... Já te disse... Não faço ideia das coisas que o Taylor faz ou deixa de fazer.
Sam sabia o que a mãe estava fazendo. Ela estava sendo testada. Por isso, procurava aparentar naturalidade cada vez que tocavam no nome de Taylor. Percebendo a intenção da mãe, decidiu usar todos os argumentos para convencê-la de que não havia nada entre eles.
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A cor dos teus olhos (concluída)
Teen FictionSamantha Bennett viu toda sua vida mudar quando sua mãe se casou novamente. Longe da família e das pessoas que amava sentiu-se ainda mais frustrada quando passou a conviver com seu meio-irmão. Eles eram diferentes em tudo. Enquanto Samantha era uma...