7 - O BAILE

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Taylor se viu sozinho no quarto, sem saber o que fazer. Quando conseguiu se mover, desceu as escadas rapidamente, mas era tarde demais. Ela tinha ido embora. Com ele. A pressão que sentiu no peito foi esmagadora. Sam tinha razão. Ele era um covarde.

Dylan segurou a mão de Sam enquanto eles entravam no ginásio da escola. De certa forma, era estranho receber aquele tipo de atenção, estava sendo fuzilada com o olhar pela maioria das garotas da festa e o mais irônico era que nem queria estar ali. Não com ele.

- Está tudo bem, Sam? – Dylan perguntou, percebendo o incômodo da garota.

- Por que estão todos olhando pra gente? É como se nunca tivessem nos vistos na vida! – ela estava realmente indignada com a reação exagerada.

- As pessoas estão curiosas pra saber o que está acontecendo entre a gente. Ainda mais depois da cena que seu irmão protagonizou na festa da Allison.

- Olha, Dylan, sinceramente, a última coisa que quero é falar sobre isso. Podemos esquecer esse assunto. Parar de falar sobre o meu irmão. Ele nem está aqui. Tenho certeza que não virá. – apesar do apelo, Sam não conseguia tirá-lo da cabeça. O rosto de Taylor não abandonava seu pensamento nem por um segundo.

- Por mim tudo bem... Vem, esquece as pessoas, vamos dançar... Essa noite é só minha e sua... – Dylan caminhou de mãos dadas com Sam até a pista improvisada no ginásio. A escola tinha sido cuidadosamente enfeitada pelos alunos para receber o baile de volta às aulas. O imenso globo girava no teto com suas luzes coloridas, dando um aspecto jovial à decoração.

Qualquer garota que estivesse no lugar de Sam se sentiria privilegiada. Dylan era um rapaz extremamente popular, bonito e sedutor. Possuía um sorriso fácil, de lado, capaz de deixar quase todas as garotas babando por ele. Quase todas. Sam preferia o sorriso tímido e sem jeito do irmão. A imagem de Taylor dançava com ela. Não conseguia esquecer a maneira com que se olharam ainda há pouco. Será que ele também se sentia como ela?

Subiu a mão direita pelas costas de Dylan e apoiou o queixo em seu ombro, observando o presente que ganhou do irmão. Sentiu-se derreter por dentro. Toda a raiva se dissipou dando lugar a outros sentimentos. Carinho, saudade... Amor.

Um grunhido raivoso escapou da garganta de Dylan, arrancando Sam de seus devaneios. Ela levantou o rosto e o observou curiosa. A atenção dele estava voltada para frente e ela acompanhou o seu olhar até a porta do ginásio.

De repente, o ambiente se torna tenso e pesado. Tudo perde o sentido.

- O que ele faz aqui? Pensei que não viesse. - a frieza na voz de Dylan não passa despercebida.

Taylor estava parado próximo à entrada. Centenas de emoções fazem o estômago de Sam revirar. É chocante como alguém podia ser tão bonito. Não era a toa que Dylan se sentia ameaçado.

Ela não conseguiu desviar os olhos, continuou dissecando cada detalhe. A maneira como o terno escuro envolvia seus ombros largos, o maxilar tensionado. Ele não estava à vontade. Ela sabia.

Taylor olhava para os lados, visivelmente angustiado. A procura cessou no momento que os olhares se cruzaram.

Ela deu um passo para trás, se afastando de Dylan, enquanto Taylor caminhava na direção dos dois. Novamente, a atenção de todos se voltou para os três. Antes que o irmão se aproximasse mais, Sam cobrou a promessa de Dylan.

- Lembre-se do que me prometeu. Você me deu sua palavra. – mesmo contrariado, ele assentiu, sentindo o peito explodir de raiva.

- Eu preciso falar com você, Sam. – Taylor simplesmente ignora a presença de Dylan – Não vou demorar. - ele finalmente olha para o garoto ao lado. Os dois se encaram pelo que parece uma eternidade até que Sam decide intervir.

A cor dos teus olhos (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora