15 - INSEGURANÇAS

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- Eu não posso continuar com isso! - Sam empurrou o peito de Dylan assim que percebeu o que ele pretendia fazer, curvando seu corpo sobre o dela.

- Qual é o problema, Sam? Eu estou perdendo a paciência! Você me apresenta para os seus pais e eu não posso nem te beijar? - Dylan não conseguiu disfarçar a frustração e bateu no volante com força. Esperou a noite inteira pela oportunidade de ficar sozinho com ela e não perderia a chance de beijá-la ao levá-la de volta para casa.

- Eu sei que fiz parecer que podia acontecer algo entre nós, mas isso tudo foi um grande erro. Eu não posso.

- Você acha que pode brincar assim comigo? - os olhos verdes escureceram de raiva - Qualquer uma queria estar no seu lugar agora. Eu nunca quis namorar ninguém antes.

- Não sou qualquer uma e... sinto muito... nós não vamos namorar. Não é nada com você... eu só... - Dylan não podia acreditar no que ouvia. Estava mesmo sendo dispensado por ela, mesmo depois de todos os esforços para conquistá-la.

- Não é nada comigo? Você está falando sério? Essa é a melhor desculpa que você tem? Isso é ridículo.

-  Não é desculpa. O que você quer que eu fale? Eu só... não vou te beijar... muito menos namorar você.

- É por causa dele, não é? - dessa vez ele não disfarçou o ódio que sentia de Taylor. A maneira que seus olhos estreitaram, queimando de raiva, fizeram Sam estremecer de medo.

- Não sei do que está falando e, sinceramente, não me interessa. - não existia a menor possibilidade de falar sobre isso com ele. Os motivos eram problema dela e Dylan não tinha nada a ver com aquilo.

Sam não esperou mais e abriu a porta do carro, descendo rapidamente. Queria que ele desaparecesse da sua frente. Praticamente corria em direção à entrada da casa, quando sentiu seu braço sendo puxado com força.

- Você sabe sim. Não se faça de ingênua, pequena.

A maneira que ele pronunciou a palavra fez o coração de Sam gelar. Ninguém sabia como o irmão costumava chamá-la. Nunca compartilhou o apelido com ninguém. Era íntimo demais. E pertencia somente a ela.

- Não me chame assim. Como você...

- Eu vi vocês. No baile. - ela nem precisou terminar de falar e foi interrompida pela resposta que mais temia. Ele viu. Ele sabia.

- Isso realmente não é da sua conta. - sua voz tornou-se fraca. Ela tinha medo e ele percebeu.

- Isso é no mínimo nojento. Você e seu irmão... - seu rosto se contorceu em uma careta.

- Taylor não é meu irmão! - disse, soltando seu braço do aperto forte da mão do garoto.

- Seus pais tratam vocês como se fossem. Eu percebi isso hoje. Imagina o que sua mãe faria se descobrisse...

- Cala a boca, Dylan. Não se atreva!

- O que você vai fazer pra me impedir?

- Não faça isso... por favor... - ela se odiou por implorar assim, mas a ideia de ser afastada do irmão a aterrorizava mais do que qualquer coisa.

- Então... me dê o que eu quero... - Dylan se aproximou perigosamente, mantendo seus olhos presos nos dela. Sam se afastou por instinto. Não a agradava em nada a proximidade entre eles.

Ela nem precisava perguntar. Sabia muito bem o que ele queria. A maneira como olhava para ela, o tom de sua voz ao dizer aquilo... a resposta estava nas entrelinhas, mas falou mesmo assim:

A cor dos teus olhos (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora