Pov. Zayn
Dias antes da ligação do Liam...
- Mas o que aconteceu aqui? – perguntei vendo o local completamente destruído a minha frente. A cidade pequena transformada em entulhos e destroços.
- Suas armas senhor Malik. Algum terrorista teve acesso ao arsenal de guerra e fez isso em nome de algum grupo maior – o homem vestido com o uniforme do exército do país disse ao meu lado me fazendo olhar aterrorizado a cena a minha frente.
Eu tinha conhecimento de que produzia armas de destruição em massa, eu não era tapado. Eu usava tecnologia para ajudar países a se defender de ameaças, nunca pensei que veria minhas armas traficadas sendo utilizadas para fins tão... Terríveis. Era um ramo difícil de se conviver, era estranho saber que eu praticamente produzia algo para matar alguém, mas é um mal necessário. Todo pais necessita se defender de algum jeito e se armas são o que precisam para isso, não existe mal em produzi-las. Minha empresa é uma indústria bélica privada concentrada em pesquisa e criação de tecnologias bélicas de alto poder de fogo. Não me orgulho do meu trabalho, mas não desgosto dele.
As armas matam, mas nas mãos certas defendem.
Liam sempre foi meio contra o ramo da minha empresa. Sua moral exagerada o fazia enxergar apenas o lado ruim da coisa, mas eu não o culpava. Todos me viam como o terrorista o cara mal que cria coisas para matar, mas em uma guerra eu seria visto como um herói, pois não se luta uma guerra sem armas.
Eu não ligava para a opinião de ninguém que não a de Liam e de alguns parentes. Mesmo assim não me prolongava em discussões. Eles eram livres acreditavam no que lhe viessem a mente e eu não tinha nada com isso. Era uma profissão como outra qualquer e nenhum deles poderia querer mandar na minha vida.
- Eu não libero venda de armas para pessoas físicas. Ninguém na minha empresa libera na verdade. Todos os pedidos passam por mim antes de serem entregues ou produzidos, não existe a menor possibilidade de esses armamentos terem sido entregues por mim – eu disse analisando os destroços da cidade. Eu não conseguia ver a necessidade em fazer mal a alguém como essas pessoas fizeram, não existia no mundo justificativa que tornasse isso menos horrendo. Ele massacrou uma cidade inteira com pessoas inocentes e isso não é algo que possa ser perdoado ou esquecido.
- Desconfiamos que não. Isso nunca aconteceu antes, mas existe a possibilidade de desvio de carga – ele disse enquanto eu caminhava pelos destroços sentindo meu coração doer.
Saber que naquelas ruínas tinham famílias, pessoas inocentes com a vida pela frente me fazia odiar meu trabalho. Me fazia pensar em Liam. E se não fosse aqui? Fosse em Londres? Se fosse a minha casa, o meu marido, o que eu faria? Essas questões estavam cada dia mais presentes na minha mente eu sentia que não era isso que eu queria mais fazer.
- A carga é rastreada, eu saberia se ela fosse desviada. Alguém cometeu um erro e eu quero saber quem foi – eu disse olhando os olhos verdes do homem a minha frente – Isso – apontei para o cenário a nossa volta – Tem uma explicação e um causador eu quero os dois – eu disse e o homem assentiu.
- Buscaremos suas respostas senhor, mas pediria que o senhor fornecesse mais munições aos homens do exército, estamos sem nenhuma praticamente – assenti olhando para meu assistente pessoal que parecia apavorado com o cenário. Ele sim poderia ter sido atingido por um míssil e eu nem ligaria.
- Gustavo mande um recado para o setor de distribuição e peça para que mande munições para cá – olhei para ele que assentiu. Meu sócio, Alec que estava esse tempo todo em silêncio me olhou com um sorriso reconfortante. Nos conhecemos na faculdade e resolvemos abrir essa empresa por que achávamos a ideia divertida, toda aquela sensação de ser Tony Stark. Realmente era um ramo lucrativo e tínhamos muito dinheiro, mas sentíamos falta do orgulho de ser produtor de armas. Eu sentia falta de ser reconhecido por algo bom.